Entrevista

Entrevista com o Popstar Miyavi.

13/10/2006 2006-10-13 12:00:00 JaME Autor: non-non Tradução: pink-spider

Entrevista com o Popstar Miyavi.

O JaME foi convidado recentemente para realizar uma entrevista exclusiva com Miyavi no Japão. Aproveitamos para fazer várias perguntas, incluindo algumas sobre o lançamento de seu novo álbum.


© PS COMPANY
Entrevista realizada em 4 de agosto, 2006.

Era um dia MUGGY de agosto em Tóquio, quando eu fui do aeroporto de Haneda até a estação JR Gotanda para encontrar Tessa, membro da equipe do JaME que veio da Holanda para o Japão. Depois de nos encontrarmos, fomos até Shibuya, onde a entrevista estava programada para começar as 18:00 no escritório. Pegamos a linha Keiou-Inogashira de Shibuya, descemos e ligamos para o empresário; descobrimos que, na verdade, a entrevista aconteceria num restaurante próximo. Quando entramos seguindo o empresário, MIYAVI já estava lá, comendo uma ceia de pão e sopa.

Primeiramente, você poderia se apresentar?
MIYAVI: Eu sou MIYAVI, um guitarrista que canta, dança e conta piadas! Estou trabalhando com afinco e fazendo o meu melhor com músicos da mesma geração que eu, para provocar o mundo da Visual music!

Você já esteve na Europa?
MIYAVI: Eu já estive na França e na Inglaterra, para sessões de fotos. Eu fiquei surpreso ao encontrar fãs estrangeiros lá. Na França eu visitei um clube chamado [Queen]. Quando eu saí de lá, um pouquinho bêbado, pelas 4 da manhã, havia uma fã do lado de fora que disse "Aaaahhhhhh!" quando me viu (risos). No Japão eu não costumo tirar fotos com fãs, porque isso pode causar rumores que eu nem faço idéia, e isso causaria problemas. Mas eu estava bêbado e empolgado naquele dia, então dissemos "Vamos tirar uma foto juntos!" (risos).

Quando você começou a se interessar por música e guitarras? Quando você começou a tocar guitarra? Quem o inspirou?
MIYAVI: Eu tinha 15 anos. Eu costumava jogar futebol e queria ser jogador profissional. Mas no segundo ano do colegial, me atrevo a dizer que falhei nisso. Mas eu acabei ouvindo algo sobre começar uma banda e comprei uma guitarra. Naquela época eu não tinha nenhum modelo, só queria tocar e escrever músicas na guitarra o tempo todo. Apesar de eu ouvir vários tipos de música, eu me identificava muito com artistas Visual-Kei como X-JAPAN e LUNA SEA. Além disso, eu gostava de Blues e ouvia bandas de rock como METALLICA, L.A. Guns, MARILYN MANSON, bandas de Industrial como NINE INCH NAILS e até um pouco de Motown como Ray Charles. Por causa destes artistas eu agreguei vários elementos de muitos lugares, mas, de longe, a maior influência foi de artistas Visual-Kei.

Que tipo de banda foi sua primeira banda, “Loop”?
MIYAVI: Não era nada exceto Visual-Kei! (risos). A banda “Loop” foi aquela em que eu toquei no meu terceiro ano do colegial. Naquela banda eu aprendi como fazer maquiagem, shows e escrever músicas.

Por que você escolheu ser um artista solo ao invés de formar outra banda após o fim do Due 'le quartz? Você já pensou em entrar em uma banda nova?
MIYAVI: Quando a banda se separou, já havia fãs para um novo projeto musical começar, então eu não tive tempo de achar integrantes para montar uma nova banda imediatamente. Eu queria já seguir direto, porque havia fãs esperando por mim. Eu não tinha experiência como vocal, por isso no começo minha voz destoava um pouco, mas achei que as coisas melhorariam conforme eu prosseguisse, então comecei minha carreira solo.

Você nunca tinha cantado antes?
MIYAVI: Eu só gritava. (risos) Eu só fazia barulhos altos atrás da música. Nunca tinha feito os vocais principais numa música.

Você escreve sozinho as suas letras?
MIYAVI: Eu escrevo ambas, letras e músicas. Também fiz toda a seqüência de programação. Isso foi até eu começar minha carreira solo e me tornar um artista Major. Até aí eu programava o baixo, guitarras e refrão, preparava os pre-mixes e levava tudo ao estúdio.

De onde veio a idéia para o Mintaishi? Você pretende tocar com esta session band novamente?
MIYAVI: Foi só por diversão. (risos) Mintaishi foi algo pequeno e temporário, eu até tinha esquecido disso, até agora (risos). Quando eu estava em Osaka eu gostava muito de bandas japonesas de Hard core. Mas depois que eu fui para Tóquio, eu encontrei membros de bandas de hardcore e nós dissemos "Vamos tocar juntos!". Na verdade nossos estilos musicais eram completamente diferentes, então eu usava o estilo Visual-Kei de maquiagem e roupas, mas a banda tocava hardcore. Como eu poderia descrevê-los...? Eles eram parecidos, mas um pouquinho diferentes, dos The Ramones, SEX PISTOLS, etc. Mas, de alguma forma, pareciam mais perigosos (risos). Mas tocamos juntos porque eu gostava deles.

Maintaishi chegou a fazer shows?
MIYAVI: Só uma vez! (muitos risos). Nós gravamos uma música e subimos ao palco uma vez (risos).

Como você conseguiu que pessoas como PATA (ex X-JAPAN), Shinya (ex LUNA SEA) e Chirolyn (ex hide with spread beaver) tocassem com você?
MIYAVI: Foi através de contatos (risos). De fato, eu os respeito muito. Eu queria aprender com eles para minha própria experiência, mesmo que nós só estivéssemos no mesmo palco tocando algumas músicas como session band.

E como você se sentiu tocando com eles?
MIYAVI: Mas é claro que foi ótimo! Eles tinham uma grande presença, afinal. Cada um deles tinha uma longa carreira e muita experiência, então eles eram calmos, tranqüilos e reservados. Foi muito bom ter tido a oportunidade de trabalhar com eles.

Por que o seu estilo musical se tornou tão pop? Você planeja voltar a fazer mais rock? Por que sua música mudou repentinamente para uma direção mais romântica e suave, causando uma grande mudança em comparação ao seu estilo de rock anterior?
MIYAVI: Eu não me tornei pop só por ter virado "major". Mas, se você reverter essa idéia, eu entendo os artistas que se tornaram mais pop depois de assinarem com grandes selos. Inevitavelmente, quando assinamos com um selo de grande porte, a variedade de pessoas a quem temos que cativar com nossa música aumenta, por isso nós precisamos escolher palavras, melodias e músicas mais fáceis e simples. Mas a maior razão para essa mudança é que eu queria muito estudar o ritmo do pop, já que eu sempre fiz só rock. Por exemplo, nas músicas de rock existem basicamente batidas verticais, mas no pop, R&B e na bossa nova existe um balanço, e existem diversos ritmos e estilos como estes. Achei que seria uma boa oportunidade para aprender e absorve-los no meu próprio estilo de rock, criando batidas e ritmos mais profundos.

Essa idéia foi sua?
MIYAVI: É claro!

Você consegue criar músicas em vários estilos diferentes. Você tem amplas habilidades musicais, não?
MIYAVI: Acho que sim. Basicamente, minha música é "SHALLOW e BROAD" (risos), e eu tento ouvir vários tipos diferentes de música, por exemplo, incluindo músicas dos anos 70 e 80, apesar de eu não conhecê-las em detalhes. Eu quero pegar a essência absoluta do estilo, pegar e fixar certos detalhes, que mais tarde virão naturalmente no meu estilo musical próprio, acho...

Quando você quer escrever uma música no estilo latino, você a tira de si?
MIYAVI: Não sei... Mas uma frase é criada naturalmente. Mesmo se eu tentar escrever uma música latina, não acho que conseguiria escrever uma boa música, pois há sempre letras, uma mensagem e um tema em uma música.

Durante sua carreira solo, tudo lançado antes do [Kekkonshiki no Uta ~Kisetsu hazure no WEDDING MARCH~] [Are you ready to ROCK?](Single de 2005), foi escrito e gravado por você. Por quê?
MIYAVI: Eu ainda escrevo letras, mas na maioria eu deixo outras pessoas fazerem os arranjos. Isto acontece porque eu queria separar-me como vocalista, músico e compositor. Quando eu escrevo músicas em meu computador, sou um compositor; quando canto, sou cantor e quando eu as toco, sou um performer. Assim, eu já tenho todos esses pontos de vista distintos. Achei que devia deixar a cargo de outros o que eu pudesse, porque eu quero fazer as músicas como músico e intérprete.

O novo álbum [MIYAVI UTA~DOKUSOU~], lançado em setembro, é um ótimo álbum, incluindo tudo de você.
MIYAVI: É. Ele é diferente dos outros. É meu ego. (risos)

É verdade que a música [Coin Lockers Baby] é baseada num livro famoso de Ryu Murakami? Se é, por que você decidiu escrever uma música baseada num livro?
MIYAVI: Me perguntam isso freqüentemente... Eu gosto de ler romances, principalmente de escritores populares como Kou Machida e Masaya Nakahara, mas eu não havia lido nenhum do Ryu Murakami até depois de ter escrito a música. Há muito tempo, eu estava assistindo TV e vi as notícias sobre um bebê preso num armário com tranca, isso me trouxe uma forte inspiração para escrever. Naquele tempo eu tocava com o GARA, vocalista do MERRY, e nós fizemos um cover de uma música do SADS (liderado por KIYOHARU, ex KUROYUME) que era sobre um bebê. Isso me inspirou ainda mais e eu terminei a música, portanto nada é realmente ligado ao livro. Após isso, eu fiquei com vontade de ler o romance e o comprei, mas ainda não li (risos). Na minha prateleira há muitos livros de Banana Yoshimoto, Randy Taguchi, Eimi Yamada e Ryu Murakami que eu ainda não li. Eu tento lê-los, mas não tenho tempo. Eu só leio quando estou no banheiro (risos).

Não sabia disso. Achei que a música tinha algo a ver com o romance.
MIYAVI: Bom, é uma situação delicada, porque, se nenhum deles se conecta, ninguém vai entender. Vou ter que escrever uma seqüência para a música depois que terminar de ler o livro, então (risos).

Por que você lançou o seu sexto single [Kimi ni Negai wo] em julho, o full-album [MYV POPS] em agosto e o terceiro álbum [MIYAVI UTA~DOKUSOU~] em setembro, consecutivamente?
MIYAVI: Por que eu sou trabalhador por natureza! (muitos risos) O álbum em que eu sou mais compositor é o [MYV POPS], e o álbum em que eu sou mais um performer é o [MIYAVI UTA~DOKUSOU~], por isso quis lançá-los separadamente. No [MYV POPS] eu quis expressar a idéia de popularidade. Acho que amor e música pop são tão parecidos; amor precisa de um parceiro e a música pop precisa de ouvintes. No amor, geralmente agimos pensando nos sentimentos do parceiro, e no pop eu componho pensando nos ouvintes. Eu quis estudar a música pop a meu próprio modo, e isso se tornou o [MYV POPS]. E para o álbum [MIYAVI UTA~DOKUSOU~] eu quis adaptar tudo para a qualidade das músicas em si e me focar no meu desempenho, tocando violão sozinho. Normalmente eu posso por ambos no mesmo álbum, mas eu me atrevi a separá-los e lança-los um após o outro, já que eu iria lançar muitas músicas ao invés de fazer shows, neste ano.

Ouvir esses dois álbuns causa impressões totalmente diferentes.
MIYAVI: Claro.

Você escreveu as músicas para esses álbuns no mesmo período?
MIYAVI: Sim. Mas, como um lançamento de CD inclui estilos mistos - por exemplo, a faixa extra seria uma solo, a faixa-título seria uma pop, que seriam dois estilos diferentes - eu quis separar as músicas para lançá-las. Isto aconteceu porque esses dois álbuns são totalmente diferentes do anterior, [MIYAVIZM], o qual foi feito especificamente para a minha imagem como artista solo. Desta vez eu criei um conceito e tema para cada trabalho (um álbum pop e um solo). Foi possível fazer isso dessa forma porque eu sou um artista solo, e eu simplesmente gosto de criar meus trabalhos assim.

A música [We love you] aparece em ambos os álbuns, mas com arranjos bem diferentes em cada um.
MIYAVI: No [MYV POPS] eu escolhi a melhor direção para a música, porque nesse álbum minha função era principalmente como compositor. Ao fazer os arranjos eu acrescentei um refrão, conga, percussão, seqüência de teclado, e qualquer outra coisa que a música precisava. Depois de [MIYAVIZM], que tem muito da minha personalidade, eu estive trabalhando mais como compositor. Opostamente, [MIYAVI UTA~DOKUSOU~] foi feito centrado na minha interpretação.

Você é um artista muito talentoso.
MIYAVI: Obrigado. Mas sob um ponto de vista eu posso não ser tão bom (risos), pois quando alguém pergunta 'o que é MIYAVI?', não consegue obter uma resposta verdadeira do que eu sou de imediato. Eu toco violão, guitarra pop, pop arranjado e até Industrial, como eu costumava tocar quando era indie. Esse padrão pode ser visto em artistas solo como David Bowie e também Prince. Consigo mudar porque sou sensível aos meus sentimentos. Mas, para meus fãs essas mudanças podem não ser sempre desejáveis. Se eu fosse um fã, eu deixaria de ser um (risos), porque eu iria gostar da música e apoiar um artista, e quando a música mudasse, eu não seria mais fã. Acho que é natural, e se acontece numa banda, a banda deve acabar! (risos) A imagem da banda se reverteria. Acho que é impossível mudar totalmente a imagem e o estilo de uma banda com 4 ou 5 integrantes.

Mas você pode fazer isso porque é um artista solo.
MIYAVI: Sim.

Quando o novo álbum [MIYAVI UTA~DOKUSOU~] for lançado, tenho certeza de que todos ficarão surpresos. A imagem do álbum é bem séria.
MIYAVI: Concordo. Eu gosto dele (risos), gosto de ter lançado o [MYV POPS] e depois o [MIYAVI UTA~DOKUSOU~]. (risos)

Você quer dizer que gosta de surpreender o mundo ou mudar a si mesmo?
MIYAVI: Gosto de ambos. Como eu disse, não é uma boa idéia sob o aspecto de vendas, mas como artista é bom porque estou crescendo. Então eu ouso ser assim. Outra coisa é o elemento da surpresa, que é a base do choque do rock no visual-kei. Estou fazendo música com base no entretenimento, e sou mais artista do que só um músico envolvido com elementos visuais e musicais. Tenho sorte de poder fazer isso com liberdade.

No álbum [MIYAVI UTA~DOKUSOU~] você toca guitarra muito bem. Você pratica bastante?
MIYAVI: Claro, eu pratico muito. Mas pra mim não é só pratica, é uma extensão do meu prazer. Algumas vezes eu simplesmente não toco. Eu sei que existem milhões de guitarristas que tocam melhor que eu, mas não é uma questão de melhor ou pior, creio. O caso é que eu não consigo pensar que eles seriam melhores que eu se nós estivéssemos no mesmo palco e tocássemos juntos. A coisa mais importante é o que eu quero expressar através da minha música. Acredito que não haja significado algum em tocar se isso não alcança as pessoas, mesmo quando se toca bem. Quanto à técnica, não acho que eu seja bom, mas quero expressar minha originalidade e meu sentimento.

A música [We love you] é muito boa! Se você tocá-la em seus shows no exterior, o público vai adorar!
MIYAVI: Muito obrigado!

Especialmente a versão do [MIYAVI UTA~DOKUSOU~], em que você canta com uma voz baixa, soa muito interessante.
MIYAVI: Foi bem difícil ficar no ritmo! Eu gosto de entrar e sair como quero. Eu gosto de música nesse tom baixo, que é popular, vulgar e "tola"... e gosto desse tipo de letras também (risos). Mas também gosto de músicas mais maduras. Como artista, a pior coisa para mim é ficar restrito à determinada coisa, não quero me apegar de maneira alguma.

No seu show em setembro você vai tocar violão e cantar?
MIYAVI: Talvez. Para reduzir o orçamento (risos).

De onde você tira a inspiração para suas músicas e letras?
MIYAVI: De qualquer lugar, a qualquer hora e todo o dia! (risos) Claro que eu as faço quando estou gravando no estúdio, mas agora estou dizendo assim... Por exemplo, se eu falasse da diferença entre nossas culturas, então eu sentiria algo que me levaria a criar músicas. Geralmente faço isso sempre que tomo banho, ou estou no banheiro, comendo, ou num carro... Bom, não posso escrever músicas quando durmo! (risos) Mas me inspiro nos meus sonhos. Músicos que tem carreiras longas dependem do quanto a música ocupa suas vidas, acho. Se a música ocupa 90% ou mais de suas vidas, inevitavelmente eles estão sempre no modo 'criativo'.

MIYAVI, suas letras parecem ser escritas sobre idéias específicas, como uma música para um amigo britânico, ou música de anime, etc. Você escreve músicas inspirado em temas amplos ou você prefere encaixar suas músicas em idéias específicas?
MIYAVI: Sim, eu não gosto muito de temas abstratos. E especialmente, não gosto de jogos de palavras, que não podem ser interpretados como nada além de um trocadilho (risos). Gosto de uma maneira de expressão que possa ser solidamente construída a partir dos temas. Acho isso muito importante.

Você gosta de anime?
MIYAVI: Nem um pouco (risos). Só aconteceu de me pedirem pra escrever algo para aquela situação.

Que artistas o inspiram?
MIYAVI: Keziah Jones, Raul Midon, Ani DiFranco, que tocam violão e cantam sozinhos. Recentemente tenho achado que é legal estar sozinho.

Agora você prefere o violão à guitarra?
MIYAVI: Só agora (risos). Preferência por acústico e elétrico é um ciclo periódico pra mim (risos). [MIYAVIZM] foi no estilo do elétrico e agora eu estou no acústico. Mas de vez em quando eu toco guitarra com um amigo DJ num clube.

Você se interessa por outros instrumentos, como bateria?
MIYAVI: Bem, é difícil dizer, porque estou interessado em tocar muitos instrumentos. Mas, sobre tocar bateria, eu seria um baterista medíocre por causa da minha destreza (risos). A vida é curta e o que sou capaz de fazer tem limites. Se eu gastasse meu tempo tocando bateria, estudando ou tocando guitarra, essas habilidades se desenvolveriam. Por isso tento fazer o que posso, mas estou interessado em instrumentos diferentes.

Você evoca o conceito do [Neo Visualism]. O que você acha do seu estilo visual? Você já assustou pessoas por causa dos vários piercings e tatuagens que tem?
MIYAVI: Acho que não. Piercings e tatuagens não têm nada de assustador. Por exemplo, cortar a língua no meio ou colocar implantes é assustador, claro (risos). Eu sigo com o [Neo Visualism] porque quero mostrar sua presença e existência do meu próprio jeito, mostrando que o visual-kei não é somente fazer maquiagem e cabelos para parecer gracioso, decadente ou narcisista. Agora estou buscando um caminho sozinho e quero levar comigo uma boa imagem, pois fui influenciado pelos meus veteranos de uma forma positiva. Quero somente apresentar o novo caminho da minha existência.

Você já sofreu ou ganhou alguma vantagem por causa do seu estilo?
MIYAVI: Táxis ainda param pra mim (risos), e nunca vieram comprar briga comigo (risos).

Você se destaca muito?
MIYAVI: Bem... sim (risos). Não sou conservador. É impossível para eu ser comum. Preferiria ficar em casa o tempo todo do que fazer isso! (risos) Em relação aos piercings e tatuagens, eu não gosto muito de padrões, sou só "eu mesmo" e ninguém mais, coisa que qualquer um que me conheça pode perceber imediatamente (risos). Nesse aspecto, tenho muitas vantagens e desvantagens (risos).

Por que todas as suas tatuagens são pretas?
MIYAVI: Todas as outras cores foram apagadas pela chuva. (risos)

Como você acha que conseguiu fama tão jovem? Afetou a sua visão da vida e do mundo ao redor?
MIYAVI: Sou definitivo quando digo que isso não é fama alguma. Como posso dizer... Sinto como se eu não tivesse nem começado ainda, mas estou grato aos meus muitos fãs por tanta coisa e quero retribuir a eles. Nunca pensei sobre o meu status e minha fama, porque estou satisfeito com o que conquistei.

Como você se sente sendo famoso e tendo fãs em todo o mundo?
MIYAVI: Claro que estou muito feliz com isso!

MIYAVI, você é bem ativo na Ásia.
MIYAVI: Sim, fui à Coréia recentemente.

Como foi lá?
MIYAVI: Estava muito quente, mas os fãs também estavam! Eles estavam mais do que empolgados, ao ponto de estarem descontrolados! (risos)

A reação dos fãs foi como no Japão?
MIYAVI: Verdade! Shangai parecia Osaka, e eu fico inspirado com algo assim. Parece que existe uma diferença entre nações avançadas e aquelas em desenvolvimento. As pessoas olham pra cima, o que leva à vitalidade. Um exemplo: Os The Beatles vieram ao Japão cerca de 30 anos atrás, antes de eu ter nascido, mas eu imagino que foi exatamente assim. A inocência é bela porque tudo que se vê é novo, e essas pessoas são inocentes e puras. Em nações avançadas as pessoas sabem muito e parecem estar ficando apáticas. Eu pude ver a força do espírito humano dos fãs lá. Não digo como os fãs japoneses ou americanos são diferentes, mas definitivamente senti o poder dos sentimentos deles quando me apresentei lá.

Você esteve em Paris recentemente, onde fez uma sessão de fotos para o seu livro [Je Vous Souhaite Un Bon Anniversaire]. Por que você escolheu a França? O que achou de Paris?
MIYAVI: Resumindo, foi porque eu nunca tinha ido para a França antes (risos). Sobre o livro de fotos, foi pelo mesmo motivo do [MYV POPS]. Pensei sobre expressões que eu não tenho e decidi deixar a iniciativa toda para outros. Geralmente produzo quase tudo, mas desta vez eu estava sendo dirigido ao invés de fazer tudo por conta própria. O lugar proposto para as fotos, então, foi a França. Foi aceito e escolhido como o lugar. Só isso.

Como foi na França?
MIYAVI: Fui em junho, mas estava muito frio! (risos). Eu viajei a muitos lugares para visitar. No Louvre eu encontrei uma fã e fiquei muito surpreso. Fui ao Louvre duas vezes, mas não consegui entrar em nenhuma das vezes (risos). Uma vez cheguei depois do horário de funcionamento, e na segunda vez estava fechado por algum motivo (risos). De qualquer forma, Paris me pareceu um lugar bem alegre, mesmo estando um pouco frio (risos).

Você quer ir lá novamente?
MIYAVI: Claro! Quero muito ir à Europa fazer shows.

Você planeja se apresentar nos EUA ou na Europa?

MIYAVI: Ainda não fiz shows nos EUA ou na Europa, mas acho que agora é o momento em que podemos nos apresentar em qualquer lugar do mundo. Eu ainda iria querer ir para Tóquio, Osaka, Nagoya, Hokkaido e para Paris com a mesma sensação de uma turnê doméstica, dizendo "Bom, estou indo fazer uma turnê!"

Você tem muitos fãs no exterior, portanto creio que isso não é só um sonho.
MIYAVI: Bom, eu quero muito ir. Não tenho planos pra isso agora, mas quero ir ano que vem.

Em setembro você fará um show acústico. Por que você não vai ao exterior?
MIYAVI: Ah! Você está me pressionando! (muitos risos)

Shows acústicos precisam de menos instrumentos e materiais, portanto é mais econômico.
MIYAVI: Não... Na verdade custa mais do que você imagina (risos). Mas eu vou ir a algumas rádios locais para tocar ao vivo.

Pode nos dizer algo sobre seus planos futuros?
MIYAVI: Esse ano há alguns shows programados para setembro, e só. Depois disso pode ser que eu escape do Japão (risos), e vá a algum lugar na Europa (risos).

Por favor, deixe uma mensagem aos fãs estrangeiros.
MIYAVI: Eu os amo muito, mais do que podem imaginar. Este ano é quando eu vou me preparar para saltar, e ano que vem eu quero fazer shows na Europa, América e Ásia. Quando eu canto, quero dividir a sensação de estar vivo ao mesmo tempo. Quero me identificar com os sentimentos das outras pessoas enquanto continuamos seguindo juntos através da vida. Vamos melhorar e superar qualquer problema juntos!


Agradecimentos à PS Company por organizar a entrevista e ceder a foto de MIYAVI.
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