Entrevista

Entrevista com o Plastic Tree

09/06/2006 2006-06-09 12:00:00 JaME Autor: Non-Non Tradução: Hikari

Entrevista com o Plastic Tree

Uma entrevista exclusiva com Ryutaro e Tadashi no Japão pouco tempo antes do início de sua turnê mundial.


© J-ROCK
Em Tóquio, onde a chuva caía de um céu cinza, troquei de trens em Meguro, desci em outro lugar e andei por uma área residencial. O Plastic Tree, que já tinha começado sua turnê pelo Japão na primavera, tinha feito oito shows e voltado para Tóquio para gravar seu novo álbum. Eu fui convidada para visitar a casa do produtor da banda e seu empresário me levou até a sala de estar, onde Ryutaro e Tadashi estavam sentados na mesa baixa com batatas fritas e papéis.

Em primeiro lugar, por favor, se apresentem.

Ryutaro: Eu sou Ryutaro Arimura, vocalista do Plastic Tree.

Tadashi: Eu sou Tadashi Hasegawa, o baixista. Prazer em conhecê-los.

Em dezembro de 1993, Ryutaro Arimura e Tadashi Hasegawa criaram o Plastic Tree. Como vocês se conheceram?

Tadashi: Antes, nós tocávamos em bandas diferentes, mas na mesma área. Isso aconteceu em Chiba.

Ah, eu conheço sua música de Chiba. (O título da música é Chiba-shi, Wakaba-ku, 6 ji 30 pun)

Tadashi: Sim. Em Chiba-shi, nós tocávamos separados, mas nos entendemos bem na época. Nossas bandas acabaram ou ficaram inativas mais ou menos ao mesmo tempo, então nós decidimos tocar juntos.

Ryutaro: Tadashi estava em uma banda, e eu ia de uma banda a outra ou fazia algum trabalho solo, ficando meio período em casas de show e procurando alguém que fizesse músicas que eu quisesse cantar. Mas era difícil encontrar alguém com quem eu quisesse tocar, até que finalmente conheci Tadashi. Eu estava chocado com a música de sua antiga banda. Era maravilhosa, e então eu perguntei "Quem escreveu essa música?" e ele disse "Fui eu". Eu falei com ele pessoalmente, e descobri que tínhamos muito em comum com relação a música e filmes, e pensei que queria tocar com ele na época.

Que tipo de música vocês faziam na época? Era diferente de seu estilo atual?

Ryutaro: Sim, era diferente.

Tadashi: Quando nos conhecemos, eu diria que Ryutaro tocava em uma banda de rock’n roll.

Sério? Isso é uma surpresa!

Ryutaro: Hum... como posso dizer... Algo como rock do sul, ou rock antigo, ou rock psicodélico.

Tadashi: Algo como a música dos anos 70.

Vocês fizeram um cover de TURN! TURN! TURN!, de Pete Seeger (o título japonês é Inori). Vocês tocavam esse tipo de música?

Ryutaro: Era um pouco diferente disso.

Tadashi: Era algo mais blues rock.

Ryutaro: Eu não posso dizer com certeza, mas era algo denso (risos).

Eu tenho uma imagem de Ryutaro tocando guitarra e cantando uma música de Saishuu ressha.

Ryutaro: Bem, é totalmente diferente. Eu não tocava guitarra, ficava principalmente nos vocais.

Tadashi: Ainda não havia uma categoria de visual kei. Eu tocava em uma banda que foi influenciada por antigas bandas visual kei, como BUCK-TICK e Zi÷kill.

Quando vocês batizaram a banda de Plastic Tree, o que quiseram dizer?

Ryutaro: Quando tivemos que dar um nome à banda, Tadashi e eu experimentamos palavras. Nós dissemos "Vamos colocar duas palavras juntas", e "Por que não combinamos algo artificial com algo natural?", e tentamos uma variedade de coisas, como 'aço', 'pedra', 'rio' etc. Finalmente dissemos 'plastic' e 'tree', achamos bom e foi decidido.

É muito bonito.

Ryutaro: Naqueles dias havia muitas palavras incompreensíveis na cena musical. Nós não queríamos um significado importante no nome e, decidindo que era mais importante que todos pudessem ler nosso nome facilmente, fizemos algo com palavras simples de coisas naturais e artificiais.

A imagem da mistura de natureza e arte combina com as cores da banda.

Tadashi: Sim. Eu acho que ela representa bem a imagem da banda.

Que músicas vocês escutam agora? Vocês são influenciados por bandas britânicas, como Radiohead, Blur, Coldplay e Muse, certo?

Ryutaro: Eu gosto de todas as bandas que você citou. Quando eu fiz uma banda, o britpop estava começando, e eu gostava de bandas como The Smiths e The Cure, desde minha antiga banda. Além disso, eu gostava de bandas americanas e também de músicas ocidentais, incluindo bandas antigas e música popular.

Vocês costumavam escutar mais músicas ocidentais do que japonesas?

Ryutaro: Na verdade não, mas eu gostava de músicas japonesas tanto quando de músicas ocidentais. No geral, há muitas pessoas e bandas que não escutam músicas ocidentais ou japonesas, mas nossa banda não tem esse preconceito. Nós gostamos tanto de músicas japonesas quanto de ocidentais. Às vezes eu falo com Tadashi sobre músicas ocidentais e antigas músicas folk japonesas, apesar de não haver muitas pessoas com quem eu podia falar sobre isso antes.

Tadashi: Basicamente, nós fomos muito influenciados pelo The Cure.

Ryutaro: Como banda, a influência do The Cure foi grande.

Tadashi: Não apenas sua música, mas também a presença da banda. Nós dizíamos "Uma banda assim é ótima".

Até agora, vocês lançaram 10 álbuns e 24 singles e têm um hit single, sink, de 1999. Qual o trabalho mais impressionante para vocês?

Tadashi: Quanto aos álbuns, Puppet Show é impressionante para mim. Neste álbum nós pudemos estabelecer nosso estilo musical como Plastic Tree. Nós pudemos nos expressar bem e equilibrar o que fizemos antes, o que podíamos fazer naquele momento e o que queríamos fazer depois disso.

Ryutaro: Bem, todos os trabalhos me impressionaram. Se eu posso dizer, com Puppet Show nós nos estabelecemos como banda. Agora é primavera, então eu diria Harusaki Sentimental. (risos) O que eu sinto é isso. Há dias em que não consigo tirar uma música da cabeça. Não sei por que, mas eu gosto disso. Às vezes é uma obra prima, outras um lado B desconhecido. Depende das músicas e dos dias.

A música do Plastic Tree cobre vários estilos, do rock ao pop, de músicas melodiosas e lentas a pesadas. Esta é uma decisão consciente quando vocês fazem as músicas?

Ryutaro: Nem tanto. Cada membro gosta de vários tipos de música, e eu acho que absorvem isso com seus próprios filtros, então espero que possamos aprimorar esses elementos. Eu não me importo com gênero, mas nós todos sabemos que tipo de música expressa o que queremos dizer. Não tem muito a ver com gênero.

Cada membro faz um padrão diferente de músicas?

Tadashi: Sim. É diferente. Por exemplo, as músicas feitas por Ryutaro costumam ter melodias constantes, então nossa banda adiciona a música. Akira faz músicas elaboradas desde o começo, adicionando depois a expressão da banda. Eu faço músicas da forma que elas vêm a mim, e deixo as partes finais para os outros membros.

Como vocês fazem músicas? Vocês usam computadores?

Tadashi: Recentemente eu tenho usado um computador, mas às vezes uso primeiro a guitarra, e depois completo em uma sessão.

Vocês costumam fazer músicas juntos?

Ryutaro: Às vezes nós fazemos isso, outras fazemos uma versão grosseira no PC e a trazemos, e outras trocamos por PC com os outros, depende. Na verdade eu gravei a guitarra e o vocal no gravador de fitas... (Ryutaro aponta para o gravador à nossa frente). Sim! Usando esse gravador! (risos) Eu fiz muito isso.

A imagem de Akira é que ele faz músicas em um PC, elaboradamente! (risos)

Ryutaro: Sim. Akira costuma fazer músicas no PC. Mas ele também usa guitarras e um gravador e, quando faz as melodias, faz um riff de fundo primeiro.

Tadashi: Depende da música. Se for uma música acústica, eu a faço dessa forma desde o início.

Seu modo de fazer músicas parece variado. Em contraste, algumas bandas unificam suas opções e mostram suas próprias cores.

Tadashi: Nós não fazemos muito disso.

Após o lançamento de Parade, seu estilo musical pareceu mudar de um som new wave para pop e rock. Essa era sua intenção?

Tadashi: Eu acho que sim e não. Prefiro dizer que ele mudou acidentalmente. Os membros mudaram naquela época. Em Träumerei, Hiroshi Sasabuchi (atual baterista do Plastic Tree) se tornou membro da banda.

Então vocês não tiveram a intenção de mudar, isso aconteceu naturalmente?

Ryutaro: Nossa banda teve uma longa carreira, e cada vez que fazemos álbuns alcançamos o que queremos, e então pensamos no que queremos fazem depois. Eu acho que houve algumas idéias que nós queríamos buscar para melodias mais fortes e músicas simples, mesmo que não tenhamos discutido na banda. Basicamente, nós fazemos o que achamos bom e o que queremos.

Parece tão natural.

Tadashi: Sim. Nós somos muito relaxados. Eu ouso dizer que mudamos, "Vamos tentar essa música, porque nunca fizemos isso antes", e arriscamos.

A qual música você se refere?

Tadashi: Bem, por exemplo, músicas arranjadas por um seqüenciador.

Como Cell?

Tadashi: Sim. Desde Träumerei nós tentamos algumas coisas novas às vezes. Além disso, fizemos covers.

Ah, sim. Como vocês fizeram um cover de Moshimo piano ga hiketa nara? (um hit de Toshiyuki Nishida de 1981.)

Tadashi: Essa foi uma idéia da produção, dizendo "É interessante. Por que vocês não tentam?". Então nós ousamos tentar.

Vocês cantaram uma música única, Baka ni natta no ni. Vocês ousaram fazer essa música?

Tadashi: Sim. Isso também veio da produção, dizendo "Por que vocês não fazem isso? É interessante, vocês não acham?", "Sei. Vamos tentar".

Não era sua personalidade original, era?

Ryutaro: Não, não era. Eu tenho 100% de certeza de que não era! (risos) Bem, eu acho que nós queríamos tentar várias coisas. Nós somos uma banda que não demarca limites como esse, mas nós fizemos várias coisas, e descobrimos que temos limites. Nós não necessariamente tentamos quebrá-los, mas nós não tentamos fazer o que é 'impossível', eu acho.

Eu tenho a impressão de que as letras de Ryutaro mostram seu mundo interior único, delicado, frágil, terno, puro e instável como uma criança. Quando suas letras vêm à mente?

Ryutaro: Ultimamente é difícil dizer. Mas eu costumava escrevê-las em meu notebook. Eu tenho imagens claras na cabeça que eu quero escrever, então as transformo em músicas que os membros podem me trazer ou que eu faço, baseadas em um tema que eu quero fazer. Eu não posso dizer quando, mas quando escrevo, eu escrevo muito, e quando não escrevo, eu não escrevo nada. Não importa se eu estou tomando um banho (risos), pegando um trem, em um carro, antes de ir dormir. Eu coloco as palavras juntas e as transformo em música, o que eu costumo fazer na cama. (risos)

Por que vocês decidiram fazer o projeto Mike-neko Byouin (uma banda de sessão na qual Ryutaro, Tadashi, Ao do cali≠gari e Ya-su do Ya-foo se uniram, fizeram um show somente com covers e uma sessão de fotos especial para a FOOL’S MATE)? Qual foi o conceito? Vocês farão isso de novo?

Ryutaro: Bem, foi... (risos) Tadashi e eu tocamos uma música folk, Mikeneko, em um evento. Como eu disse, eu gosto muito de dark folk, como folk underground, e ninguém mais gostava ou tocava comigo (risos), então eu disse "Não seria interessante tocar com Tadashi?". Em um evento para o fã clube, Akira fez outra coisa, e Tadashi e eu tocamos folk, dizendo "E se nós tocássemos vestidos de mulher?", e nós tocamos vestidos de mulher. Então o projeto começou.

Tadashi: Depois disso, nós fomos convidados para um show como uma festa de Halloween por nossos conhecidos.

Ryutaro: Mas os outros membros tocavam em bandas. Então nós dissemos "É solitário tocarmos sozinhos", e "Por que não fazemos uma banda temporária?", então tocamos com nossos conhecidos. Era Halloween, e eu ouvi dizer que os outros membros tocavam com fantasias, então pensei que seria interessante usar as mesmas fantasias que os outros. Então nós dissemos "Eu vou trazer meu pijama de casa", "Vou colocar bandagens no meu corpo", "Nós estamos falando de um hospital, então eu preciso de uma roupa de enfermeira", e isso se intensificou. Finalmente se tornou algo sangrento. (risos)

Como músicos, vocês são meticulosos a respeito de seus instrumentos e sua voz?

Ryutaro: Eu acho que posso cantar mais facilmente tocando a guitarra sozinho, eu faria ambos, cantar e tocar guitarra. Basicamente, para mim é mais importante cantar, então não posso falar muito sobre tocar guitarra. Quanto aos vocais, eu acho que eles são ouvidos antes da música em si. Eu acho que a voz é uma entidade viva, então não uso muitas técnicas artificiais. A coisa mais importante é se eu consigo direcionar minhas emoções e meu coração para a platéia, então não ligo muito para o ritmo e tom.

Tadashi: No meu caso, eu comecei a tocar baixo porque queria fazer parte de uma banda, então acho que está tudo bem desde que eu possa tocar meu baixo na banda. Quanto ao estilo e som do baixo, eu só me preocupo em tocar o que a banda quer. Mesmo que eu não possa tocar vários estilos, eu confio no Plastic Tree, tanto que eu sei que devo fazer isso e fazer bem!

Então o estilo do seu baixo é baseado na música, certo?

Tadashi: Sim. Eu prefiro dizer que não comecei a tocar baixo porque queria tocar baixo, mas porque queria estar em uma banda.

Qual seu hobby fora da música?

Ryutaro: Infelizmente, eu não tenho um. (risos)

Você tem sorte, porque pode ser feliz desde que esteja fazendo música.

Ryutaro: Não sei se posso dizer que sim... (risos) Exceto pela música, eu não tenho hobbies. Bem, eu gosto de ver filmes, mas isso é tão comum.

A que filmes você assiste?

Ryutaro: Bem, eu costume assistir a qualquer filme, de Hollywood a undergrounds. Mas não me lembro. (risos) Eu me lembro das cenas, mas não da história ou do título. E isso ainda não é um hobby, mas eu gosto de viajar.

Então você gosta das turnês, não?

Ryutaro: Hum… em uma turnê eu preciso trabalhar muito para os shows. Mas durante a turnê eu vou sozinho a muitos lugares. Então quero que viajar seja meu hobby de agora em diante. (risos) Eu quero ver os 100 Patrimônios Mundiais antes de morrer!

Tadashi: Eu não tenho muitos hobbies a não ser música, e sempre que tenho tempo eu vou a lojas de CDs e compro vários.

Então você gosta de ouvir música. Você escuta a qualquer tipo de música?

Tadashi: Sim. Mas acho que sou parcial quanto à música.

Seria a música britânica?

Tadashi: Bem, algumas vezes britânica, outras punk, e outras música alternativa. Eu estou tentando expandir.

A turnê 2006 do Plastic Tree, Kuroi Sokudo no Shikakkei, já começou, e desde então vocês fizeram oito shows. Como vocês se sentem?

Tadashi: Sinceramente, eu me sinto muito bem. A princípio eu me preocupei um pouco, porque nós estávamos começando a turnê e gravando ao mesmo tempo. Mas por outro lado, nós conciliávamos nossos trabalhos, e nossa concentração é muito boa, então a turnê é muito boa.

Durante as turnês, eu imagino que sua vida é difícil, porque vocês viajam, ensaiam e fazem um show após o outro. O que vocês fazem para cuidar de sua saúde?

Ryutaro: Bem, eu cuido da minha saúde o quanto posso, pelo menos, mas...

Por exemplo, você cuida de sua garganta?

Ryutaro: Bem, eu me importo com a minha garganta. Além disso, eu tomo cuidado para não deixar minha tensão se soltar. (risos) Eu sou uma pessoa que se torna impaciente facilmente se eu me sentir mal, mesmo que haja outras coisas boas e agradáveis. Então, durante a turnê, eu tento manter bons shows em mente, por exemplo, quando vou a meus lugares favoritos, ando pela cidade sozinho.

Você já se perdeu no caminho?

Ryutaro: (risos) Eu gosto muito de Kyoto, e estava passeando sozinho e me perdi. (risos) Eu não estava realmente perdido, mas errei o lugar onde peguei um táxi para ir a uma casa de shows. Ah! Eu tenho uma experiência em que estive totalmente perdido! (muitos risos)

Tadashi: Ah, sim! (risos)

Ryutaro: Em Sapporo! (risos) Era nossa primeira viagem a Sapporo, e nós não conseguíamos ver à frente por causa da nevasca.

Tadashi: Como você sabe, se a neve está caindo muito forte, nós perdemos a direção. Nós andamos como sempre, mas não conseguíamos enxergar nada à frente, de onde viemos e para onde estávamos indo.

Parece como estar em um sonho.

Tadashi: Havia o mesmo cenário para onde quer que olhássemos! A neve caía forte. Então nós dissemos "Não dá! Não conseguimos ir para casa!" (muitos risos)

Ryutaro: Nós não tínhamos simplesmente errado o caminho, estávamos completamente perdidos! (muitos risos)

Foi perigoso. (risos)

Tadashi: Imagine se nós estivéssemos nas montanhas...

É como o mundo de Tsumetai Hikari. (risos)

Ryutaro: Eu não tenho um bom senso de direção. Sinceramente, eu me perco sempre.

Então você não pode viver sem um celular, não é?

Ryutaro: Não, não posso. Mas eu costumo perguntar às pessoas qual a direção certa. Não há tantas pessoas más nesse mundo, e elas me ajudam. (risos)

Houve algum episódio que os impressionou durante a turnê?

Ryutaro: Nós andamos por Kyoto na primavera. Eu ainda não havia visto as flores de cerejeira, e as vi em um templo de Kyoto. As flores tinham desabrochado e a neve estava caindo, e foi algo tocante. Foi uma das melhores cenas da minha vida. Eu tive sorte em levantar cedo. (risos)

No ano passado, vocês lançaram uma série de três singles, Namae no nai Hana, Ghost e Kuuchuu buranko, um por mês, e a maior parte do seu trabalho aconteceu em estúdio. Vocês conseguiram voltar ao ritmo de shows facilmente?

Tadashi: Nós nos concentramos muito em todos os nossos trabalhos, e não foi tão difícil quanto imaginamos.

Ryutaro: Esta turnê coincidiu com nossas gravações em estúdio, e as duas coisas aconteceram quase que ao mesmo tempo. Mas eu tentei gravar o mínimo. Estava preocupado em não conseguir mudar meu estado de espírito rapidamente, mas, ao contrário, isso me ajudou a me concentrar, me introduzindo no agitado mundo da música (risos), o que deu um bom resultado, eu acho.

Ghost é muito bom.

Ryutaro e Tadashi: Muito obrigado!

Essa é sua música mais pesada, não é?

Tadashi: Bem, nós não lançamos nenhuma música desse tipo em um single desde então,portanto muitas pessoas acham uma novidade.

Eu fiquei surpresa, pois não achei que uma música pesada seria lançada como single.

Tadashi: Foi porque havia o projeto do lançamento de três singles consecutivos, então nós achamos que seria interessante lançar um tipo de música que nós ainda não havíamos lançado.

Vocês sempre gostaram de músicas pesadas?

Ryutaro: Nossos álbuns costumam ter músicas pesadas, e algumas delas são a parte principal de nossos shows, mas nós ainda não havíamos lançado nenhuma como single. Elas certamente são construídas com nossas cores, então este é um bom single.

Cada single tem uma cor diferente.

Ryutaro e Tadashi: Sim.

O último single da série, Kuuchuu buranko, é um mundo circense.

Tadashi: É porque o Plastic Tree se focou nas imagens de um circo, que estava próxima dos nossos objetos originalmente.

Vocês tiveram esse conceito desde o início? Em seus PVs há imagens de circos às vezes.

Ryutaro: Em Parade nós fizemos uma imagem circense e, desde então, essa imagem se fortaleceu.

Tadashi: Quando eu conversava com Ryutaro nós descobrimos que o que queríamos fazer era muito parecido com um circo ou um teatro antigo, várias atrações em uma.

Ryutaro: Um pouco deformado e distorcido. (risos) Viajando para várias cidades e fazendo shows.

É uma imagem próxima à de um cigano?

Ryutaro: Não tanto em nossos shows, mas circos, teatros e shows em festivais tradicionais japoneses ficam em minha mente como lembranças de quando eu era criança. Quando eu escrevo letras, às vezes recorro a essas memórias e, quando as trago para a banda, elas funcionam bem.

O palco de Yoyogi dai 2 Taiikukan, no final de 2005, foi o mundo de um circo.

Ryutaro: Sim. Desde o Puppet Show nós não mostramos tanto os elementos de um circo. Nós fizemos isso deliberadamente e, após fazermos várias coisas, voltamos às nossas origens. Quando Kuuchuu buranko foi feito, nós achamos que seria melhor tocar esse tipo de coisa em nossos shows.

O visual foi muito bom. Ele parece ter agradado fora do Japão, incluindo na Europa. Eu tive uma impressão não de japonês, mas de uma desnacionalização.

Tadashi: O circo em si é assim.

Quando estrangeiros virem isso, acho que vão sentir uma atmosfera misteriosa com um toque oriental. A partir daqui, seus shows vão continuar até o Shibuya-AX no dia 8 de maio. O que vocês querem fazer para os próximos shows?

Tadashi: Agora que estamos tocando tão bem, eu quero mostrar nossa perfeição e entusiasmo.

Seu novo álbum será lançado no dia 28 de junho. Como é esse álbum?

Tadashi: Sobre o conteúdo, nós aperfeiçoamos o álbum para que ele contenha tudo que o Plastic Tree pode expressar agora.

Que tipo de música vocês querem fazer a partir de agora?

Tadashi: Nós não temos um gênero concreto. Se há algo que gostamos, nós queremos expressar isso com nossa música.

Vocês sabem sobre sua atividade fora do Japão?

Ryutaro: Eu gosto de ler cartas de fãs. Antes eu recebia cartas de fora do Japão, as lia e tomava conhecimento sobre nossa imagem. Agora nós podemos ouvir música pelo computador, de países para onde eu nunca vou. As pessoas nos conhecem e se interessam por nossa música, nos enviam cartas, então eu realmente quero ir para lá. (risos)

Porque você gosta de viajar. (risos)

Ryutaro: Quando eu penso "Ah, vocês escutam nossas músicas", eu realmente quero fazer shows lá. É o mesmo no Japão, quando eu recebo uma carta de uma cidade onde nunca estive. Eu quero fazer shows lá. Para os fãs, claro, mas também para mim mesmo. (risos)

Talvez haja várias semelhanças. Por exemplo, há pessoas que lêem a letra de Harusaki Sentimental traduzidas, e acabam indo às lágrimas.

Ryutaro: Claro... !? (surpreso) Isso também acontece comigo quando leio traduções de estrangeiros, que são muito reais na minha mente, sendo emotivas às vezes. Quando escuto músicas estrangeiras, eu não faço idéia do que dizem, mas posso ser tocado por elas.

É maravilhoso se nós também pudermos ter tais sentimentos.

Ryutaro: Sim, isso é muito bom para mim. Quando eu leio cartas de fora do Japão e questionários escritos por estrangeiros que vêm aos nossos shows, eu penso "Eu quero ir". Além disso, acho que isso me estimula.

Talvez você absorva muitas coisas. Acho que a diferença de pessoas, história e cultura faz você sentir algo novo. Mas pessoas que gostam das mesmas músicas e se unem com o mesmo propósito são basicamente comuns. Eu quero ver como será o show do Plastic Tree fora do Japão.

Ryutaro: Eu realmente gosto de músicas estrangeiras. Elas têm grandes efeitos sobre mim e minha base musical. Eu realmente queria saber como nossa música, nascida em uma ilha longínqua do leste (risos) se reflete em estrangeiros.

O que vocês esperam de sua turnê no México? O que vocês querem fazer lá?

Tadashi: Eu ainda não imagino como será o show, então estou realmente ansioso por isso, e por ver como será o ambiente.

Ryutaro: Nada a ver com o assunto, mas eu comprei um acessório bem legal recentemente, e ele foi feito no México. Há uma imagem na minha cabeça, onde há várias dessas coisas. (risos) Mas essa é minha própria imagem. (risos)

Tadashi: Eu soube que a música é bem ativa lá.

Ryutaro: Quando eu for, tenho certeza de que vou amar o lugar. Eu espero que muitas pessoas vejam nosso show, porque se poucas pessoas forem eu não vou ser chamado de novo?! (muitos risos) Então eu espero que muitas pessoas assistam ao show. (risos)

Tadashi: E eu estou usando um baixo Fender. Eu soube que há uma grande fábrica de instrumentos Fender por lá.

Por favor, deixem uma mensagem para os fãs estrangeiros do Plastic Tree.

Ryutaro: Faz tempo que eu quero tocar fora do Japão, então estou muito feliz por isso se concretizar. Não é muito comum tocar músicas estrangeiras em diferentes países, então eu agradeço muito por vocês escutarem nossas músicas. Se possível, eu quero mostrar nosso show a todos vocês que gostam de nossas músicas, e fazer algo especial juntos. Eu quero muito visitar sua cidade! (risos)

Tadashi: A cultura e o ambiente são tão diferentes para nós, então eu tenho certeza de que nós podemos fazer shows onde vocês sentirão algo novo e diferente, portanto, por favor, venham nos assistir. Vocês podem pensar que somos uma banda suave e quieta, mas somos uma banda de vários estilos. E nós podemos deixá-los escutar todas as nossas músicas.

Sim, vocês são uma banda única com belas baladas, como Tsumetai Hikari, e o rock pesado de Ghost, músicas misteriosas e com sintetizadores.

Tadashi: Nós também achamos, então, por favor, venham nos assistir!
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