Entrevista com o DIMLIM

A banda de rock DIMLIM almeja entrar em solo internacional com o lançamento do seu segundo álbum, MISC., em diversas plataformas digitais. Com esse objetivo em mente, o DIMLIM viajará até a Rússia no outono e a América Latina em setembro. Mas antes de suas primeiras atividades no exterior, a banda tirou momento para compartilhar um pouco sobre seu novo álbum MISC., bem como seus pensamentos a respeito da natureza humana e da evolução da sua música.

Como esta é a nossa primeira entrevista com vocês, poderiam se apresentar?

sho: Eu sou o vocalista, sho.

retsu: Eu sou o guitarrista, retsu.

Hiroshi: Eu sou o baterista, Hiroshi.

Qual o significado por trás do nome da banda?

sho: Eu acho que o retsu vai responder essa por nós.

retsu: “DIM” significa sombrio e “LIM” é engrenagem. Não é como se estivéssemos sempre sob os holofotes, mas quando estamos, você se pergunta se esse brilho é algo real. Foi sobre isso que falamos quando esse virou o nosso nome.  

Vocês acabaram de lançar seu segundo álbum, MISC., em 28 de janeiro. Com esse lançamento, vocês disseram que gostariam de expressar o conceito da natureza humana por meio da sua música. O que é a natureza humana para vocês e quais aspectos dela são transmitidos pela sua música?

sho: Se você reparar nas músicas que lançamos até agora, alguma coisa será relevante para alguém lá fora. Por exemplo, não entender a energia por trás da adoração de pessoas que não merecem elogios ou ter medo de falhar, então você se torna muito conservador e fica parado em vez de seguir em frente. Ou as pessoas não serem capazes de ver elas mesmas de um ponto de vista objetivo, sendo derrubadas por pessoas a sua volta, sem questionar. Eu poderia escrever muito mais, mas vou encerrar aqui. Nossas músicas não são apenas limitadas ao Japão e agradam muitas pessoas diferentes. Nós meio que nos recusamos a estipular a importância, mas achamos que cada pessoa poderá decidir o valor das letras do DIMLIM para si mesmas. Eu acho que todas têm valor.

retsu: Por favor, leia as letras.

Hiroshi: sho já disse tudo o que eu queria dizer. Tenha certeza de ter fuçado as nossas letras.

Por que vocês decidiram chamar o novo álbum de MISC.? Vocês querem dizer alguma coisa com esse título?

sho: A imagem que queremos passar é a de que estamos usando a essência de vários lugares, então demos o nome “miscelânea”. Tornamos ele estilizado ao usar “MISC”.

A vibe de vocês costumava ser mais pesada no álbum anterior. O que fez vocês adotarem um estilo mais melódico e leve?

sho: Houve grandes mudanças na forma como vemos as músicas. É como dizer constantemente, entre nós, que coisas desnecessárias são desnecessárias; nós cortamos fora as partes que achamos que devem ser cortadas. E também, porque eu acho que a primeira coisa que você escuta são os vocais.

retsu: É chato quando as coisas estão na moda. Nós achamos que o DIMLIM é o seu próprio gênero musical, então nós fazemos o que queremos fazer. Na verdade, coisas como gritos ou breakdowns não são necessárias para nós agora, então, no momento, não estamos fazendo.

Hiroshi: Nós queremos que, sobretudo, o vocal apareça primeiro, então reduzimos a bateria. Agora, temos uma abordagem diferente, então eu acho que mesmo que os próprios músicos escutem, ainda será interessante.

Vocês se apresentarão na América Latina e na Rússia. Como vocês acham que seus fãs estrangeiros irão reagir? Vocês acham que será diferente do público japonês?

sho: Eu acho que a música e outras áreas são mais avançadas no exterior. Por conta disso, honestamente, eu quero muito que o público estrangeiro goste da nossa música. É claro, eu quero a mesma coisa no Japão. Além disso, frequentemente, não entendemos a língua, então eu acho que as pessoas pegam a nossa paixão e têm uma reação maior do que no Japão para “não serem carregadas pelas massas” sem hesitação*.

 *NT.: Aqui ele quer dizer que o público do exterior “se joga” mais nos shows do que o japonês.

retsu: Eu acho que os fãs no exterior estão mais familiarizados com música. Música é o trabalho das nossas vidas, mas acho que há muitas pessoas no Japão que comentam como se fossem especialistas, mas não são. Eu entendo que isso acontece, mas por que não aproveitar mais a música ou tocar algum instrumento.

Hiroshi: A musicalidade difere de país para país, mas eu não acho que exista muita diferença na reação. Contudo, acho que muitas pessoas estarão nos vendo pela primeira vez, então poderemos ver suas reações genuínas.

Vocês planejam fazer turnê pelo resto da Europa e pelos EUA? Se não, quais países vocês gostariam de visitar no futuro?

sho: Ainda não sabemos se faremos, mas definitivamente gostaríamos de ir aos EUA e à Europa.

retsu: Eu quero ir aos EUA.

Hiroshi: Eu quero ir à Itália.

MISC. trouxe mudanças na música e no visual de vocês, e a faixa de abertura, We’ve changed.NOW IT’S YOUR TURN NEXT, mostra isso claramente. Vocês estão planejando continuar a experimentar outros estilos? Quais vocês gostariam de tentar?

sho: Até agora, nós conseguimos entender como as coisas funcionam da nossa maneira, então, a partir de agora, mais do que ser “nós”, queremos ver as coisas de um ângulo um pouco diferente e nos jogar em alguma coisa que nunca fizemos antes.

retsu: Nós vamos fazer música de uma forma que vocês nunca imaginaram! Nós não pretendemos fazer uma música que já está na sua cabeça, vinda de algum outro lugar.

Hiroshi: Nós não vamos parar de mudar. Nós vamos agarrar as mudanças com as duas mãos e nos transformar.

Além dos shows na América Latina e na Rússia, o que os seus fãs podem esperar do DIMLIM no futuro?

sho: Por favor, pergunte aos nossos fãs…

retsu: Daremos o nosso melhor!

Hiroshi: Ainda é um segredo.

Finalmente, deixem uma mensagem para os leitores do JaME.

sho:  Estou ansioso pelo dia em que poderemos nos encontrar!

retsu: Obrigado por ler essa entrevista. Nós definitivamente iremos nos encontrar!

Hiroshi: Eu amo vocês.

O JaME gostaria de agradecer ao DIMLIM pela oportunidade da entrevista.

O DIMLIM se apresentaria no Chile e no Brasil em 28 e 19 de março, e na Rússia em 26 de abril. Contudo, devido às últimas medidas relacionadas à pandemia do COVID-19, os shows foram adiados para 5 e 6 de setembro.  Até o momento, não houve alteração da data do show na Rússia.