Cobertura

BRAHMAN no Yokohama BAY HALL

08/07/2009 2009-07-08 20:40:00 JaME Autor: yura Tradução: Rast

BRAHMAN no Yokohama BAY HALL

A filosofia do BRAHMAN: breve, porém intenso.


© TSUKASA MIYOSHI
Depois do lançamento de ETERNAL RECURRENCE, um CD que contém versões regravadas de músicas de álbuns antigos, o BRAHMAN embarcou em uma turnê promocional chamada de ETERNAL RECURRENCE, que começou no Yokohama BAY HALL em 10 de junho. O JaME estava lá para conferir esse extraordinário show da banda, cuja poderosa performance ao vivo deixou-os marcados na memória de muitas pessoas desde que eles tocaram na França em 2005.

Aproximadamente mil pessoas correram para comparecer a este show do dia 10 de junho, que teve os ingressos esgotados rapidamente, como a maioria das datas da turnê. Elas vestiam camisas com o logo do BRAHMAN ou de outras bandas relacionadas, como o ENVY, além de jeans e tênis. Inspecionando o local, as pessoas já sabiam de imediato que o show seria animado. O ar ainda estava sufocante e quente, e conhecendo o som da banda, era certo que a temperatura ainda aumentaria muito mais durante o show.

Uma vez que todos estavam dentro da casa lotada, as pessoas ainda precisaram esperar um pouco antes de ouvirem as primeiras notas de uma introdução em estilo hindu, que mergulhou o hall em um clima especial em referência ao nome da banda e trouxe a calmaria antes da tempestade. RONZI tomou sua posição atrás da bateria, enquanto TOSHI-LOW veio em direção ao seu microfone no centro do palco, rodeado por MAKOTO no baixo e KHOKI na guitarra. O ambiente estava bem escuro e sem muita iluminação até quando a primeira canção, HIGH COMPASSION, ressoou pelo hall.

As músicas sucederam-se rapidamente. TOSHI-LOW mal teve tempo para respirar e começar novamente com vigor renovado em suas interpretações das fortes canções da banda. RONZI liberou toda energia em seu instrumento, mantendo o ritmo com batidas fortes e rápidas. Puro e simples punk, às vezes mudando para canções mais animadas, embora mantendo esta incrível energia durante todo o set. Um solo de guitarra deu início às primeiras notas de GOIN’DOWN. Antes que você percebesse, eles já haviam mudado para outra música, que era ainda mais rápida que a anterior. MAKOTO e KHOKI bateram cabeça em uníssono, e devido às suas silhuetas na escuridão, ambos de cabelos compridos, eles causaram a impressão de estarem tocando em frente a um espelho. “GO! GO! GO!” A platéia mal podia esperar para mergulhar no moshpit, e não era incomum ver um par de pernas passando em direção ao palco, dando ao hall a aparência de um mar coberto por ondas humanas.

Enquanto BEYOND THE MOUNTAIN foi seguida por perto de The Void, a agitação que reinava no local não diminuiu nem um pouco; pelo contrário, ela permitiu que a platéia sentisse a particularidade da música do BRAHMAN: um som especial de guitarra que dava à casa um elemento do outro mundo, misturados com batidas puramente punk e vocais às vezes abruptos ou agonizantes. Habilidosamente compostas, as músicas são geralmente marcadas por um interlúdio suave, permitindo que elas recomecem ainda mais fortes até alcançarem um êxtase musical, no qual os corpos das pessoas na multidão se moviam em perfeita sincronia.

O resto do set continuou cobrindo a maior parte das músicas regravadas de ETERNAL RECURRENCE. As guitarras ficaram mais rápidas, igualando-se a velocidade do baterista e também de todo o show. Até a faixa ska GREAT HELP não tornou mais devagar esta máquina infernal. Depois de gritos e uma breve explosão de insanidade, eles retornaram para a sua característica calmaria; a história se repetiu, sempre com a mesma intensidade, como um choque, dando uma nova energia todas as vezes. O ritmo diminuiu e aumentou, como se as ondas que transportavam a multidão agora movimentasse a própria música. BASIS seguiu este momento até se acalmar suavemente. As músicas seguintes foram mais quietas, embora a música da banda nunca deixe ninguém descansar. Somente algumas partes divergiram atenção para que criassem uma nova surpresa e dar um novo estímulo para os corpos apertados uns contra os outros. Nesta veia, começou a música ANSWER FOR… Com um ar de uma balada, seu refrão fazia com que você se lembrasse que aquele era o BRAHMAN.

Mas o interlúdio relativamente calmo acabou antes mesmo que percebêssemos. Logo o baixista estava pulando por todo lugar e a banda coordenou toda a multidão na abissal THERE’S NO SHORTER WAY IN THIS LIFE, que parece ficar cada vez mais rápida. A animada e positiva veio em seguida; TOSHI-LOW não cedeu aos desejos da platéia com os altos e memoráveis pulos pelos quais é conhecido, mas deu o seu melhor dançando violentamente com o seu pedestal de microfone. O fim veio muito rápido, surpreendendo a todos. Parecia que a banda só estava no palco há quarenta minutos, passando pelas músicas rapidamente, sem deixar com que os fãs recarregassem suas energias. Depois de uma curta música, os membros deixaram o palco.

A espera permitiu que os fãs mais imprudentes – cujos pés nós víamos mais que as cabeças – se posicionassem na platéia da forma correta. Depois de quinze minutos de espera, preenchidos com uma boa seleção de músicas lounge, o quarteto resurgiu no palco e o show começou novamente como se nunca tivesse parado. O clímax chegou quando a parte de guitarra de THE ONLY WAY começou, e então o som dos pratos da bateria foram adicionados, e desenfreadamente, o resto também foi adicionado, aumentando consideravelmente a força da música. Com o microfone na mão, TOSHI-LOW cantou o clássico cult sem restrições. No entanto, como tudo que é bom dura pouco, THE SAME finalizou o show sob luzes vermelhas. Ostensivamente uma música festiva, a ponte da faixa foi sombria e contou com gritos no refrão. A banda derramou todo o seu poder nesta última canção; TOSHI-LOW parecia querer jogar o pedestal do microfone, o que eventualmente fez. O microfone soltou seu último som quando atingiu o chão, anunciando que os membros deixariam o palco.

O poder musical da banda e sua alta energia no palco foi suficiente para deixar mais do que uma impressão substancial. Entretanto, embora tenha sido longo o suficiente para as pessoas perdidas no meio do pit, selvagens e asfixiados por esta energia extrema, o show foi um pouco curto, durando somente uma hora sem os MCs. Mesmo assim, nós ficaríamos felizes se a banda pudesse retornar para a nossa região!
ANúNCIO

Galeria

Artistas relacionados

ANúNCIO