Resenha

Merry - under-world

04/03/2009 2009-03-04 12:00:00 JaME Autor: Rast

Merry - under-world

Quarto álbum major do Merry, under-world decepciona em quase todos os aspectos.

Depois de lançar três singles em 2008, um deles, Gekisei, muito bem recebido pelos fãs com seus 15 minutos de duração, o Merry lançou seu quarto álbum major, under-world, em 25 de Fevereiro. Longe de ter uma produção impecável, o CD consiste, em sua maior parte, de músicas rápidas e um tanto psicodélicas; contudo, a banda já provou várias vezes fazer esse tipo de sonoridade, algumas delas com maestria, e desta vez o álbum não passa de maçante e repetitivo, com poucas coisas a serem aproveitadas.

O álbum pode ser dividido facilmente em três partes: das faixas 1 à 5, de 6 à 10 e, por fim, da canção 10 à 12. Começando por GI・GO, a tradicional música instrumental de introdução, a banda já cria o parte do clima das faixas seguintes. Friction ×××× abre o álbum de verdade com seus riffs animados e um pouco frenéticos, juntos de um coro de vocais de fundo. No entanto, a música falha em causar uma impressão marcante - mesmo com uma sonoridade divertida, ela soa banal.

under-world já começa com toda a sua força, mostrando batidas consecutivas e linhas instrumentais um pouco sujas, que são complementadas perfeitamente pelos vocais gritados e rasgados de Merry. Esta, por sua vez, consegue criar um ótimo clima para o álbum - intenso, forte e denso - e certamente deixará os gritos de fundo na cabeça dos ouvintes.

Akai kutsu começa familiar, quebrando um pouco o ritmo da faixa anterior. vocais abafados e uma melodia remanescente de MARIA, conhecida música do Kuroyume, a canção se mostra animada, contudo de uma forma suficientemente controlada para não soar empolgante. Gesshoku também parece familiar, desta vez lembrando algumas das músicas mais pesadas do Merry, como Binibon nichoume yachiyokan e Seinen himitsu kurabu. Embora com uma sonoridade um pouco mais pesada e diferente do resto das músicas anteriores, a música também conta com vocais abafados, que não ajudam na composição final, e seu instrumental parece pobre e morno se comparado novamente às duas faixas citadas acima.

Enzetsu ~Surrealism~ dá início à segunda parte do disco; com menos de dois minutos, a música no geral lembra outras antigas do grupo, como PLTC e a saudosa T.O.P. Seguindo o mesmo estilo desta vem [human farm], com um instrumental thrash e incrivelmente repetitivo, e Piranha, que mesmo com seu nome exótico e engraçado e um pouco de variação instrumental, também não consegue deixar qualquer impressão marcante para trás. De fato, ela mais parece uma versão mais controlada de under-world, não superando esta no geral. Katamichi kippu é a próxima, com um início jazz já utilizado incontáveis vezes pelo Merry, que deságua logo no mais do mesmo: vocais rasgados, batidas frenéticas e uma melodia repetitiva. Canary segue o mesmo estilo, e mesmo com quebras de ritmo e uma parte a capela do vocalista, a música também não se mostra relevante.

Os singles, então, compõem a última parte do CD. Tozasareta rakuen é uma boa música, mesmo com muitos dos elementos já escutados anteriormente no disco. Gara faz um bom uso de sua voz e realmente emociona nas partes mais melódicas, onde parece jogar seus sentimentos com vocais profundos. Finalmente, Gekisei, a épica de mais de 15 minutos, dá um sentido positivo ao álbum. Com diversas mudanças de ritmo, como também com o uso de violão, piano e saudosas melodias recicladas de álbuns mais antigos, a música termina em seu clímax, ápice também do álbum, com o vocalista clamando, de forma extremamente emocionante, a letra, palavra por palavra. Fuyu no Castanet, por outro lado, quebra boa parte do clima soando morna, retida e não muito interessante - é o tipo de música que o Merry já conseguiu fazer inquestionavelmente melhor.

Por fim, under-world certamente não possui qualidade suficiente para ser considerado superior à outros discos como Modern Garde e M.E.R.R.Y. Com poucas músicas verdadeiramente empolgantes, o álbum parece brilhar na faixa título e também em Gekisei, mas no geral se mostra banal, fato auxiliado por sua produção quase que ordinária. No entanto, visto que o álbum foi descrito pela própria banda como um "disco para ser tocado ao vivo", ele pode até ganhar vida em shows, mas sua originalidade e variedade ainda são questionáveis.
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