Especial

Nagoya kei

21/11/2008 2008-11-21 12:00:00 JaME Autor: meg Tradução: Hikari

Nagoya kei

O JaME explora os mistérios do Nagoya kei e de seus músicos.


© JaME
O Nagoya kei é conhecido como um sub-gênero da cena visual kei. Muitos ouvintes conhecem as bandas que se encaixam no gênero, mas sabem pouco sobre o Nagoya kei em si, sua história e como se deu esse estilo único. Portanto, o JaME está feliz em apresentar uma história do Nagoya kei, quebrando os mitos deste gênero quase indefinível do visual kei underground.

HISTÓRIA

O Nagoya kei (conhecido em japonês como 名古屋系) é uma divisão da cena visual kei concentrada em Nagoya, Japão, mas se estende para outras áreas da divisão administrativa de Aichi. Enquanto muitas bandas que se formaram em Nagoya fazem turnês pelo país, e algumas até mesmo se mudam para Tóquio para favorecer sua carreira musical, suas raízes começam em Nagoya. Assim, eles mantêm a categoria de banda Nagoya kei.

Começando no início da década de ’80, o Nagoya kei foi muito influenciado pelo punk britânico e pelo gótico e death metal ocidentais. Como resultado, a maior parte das músicas produzidas por bandas independentes foi influenciada por essas raízes e possuem um som mais obscuro do que o visual kei comum, geralmente com um baixo mais pesado e arranjos de guitarra complexos. As bandas de Nagoya também dão muito menos importância às suas roupas e maquiagem, tendo como foco principal os instrumentais difíceis e composições marcantes. Esse fator difere das bandas visual kei de outras partes do país, onde a aparência tem um grande impacto em seu sucesso.

Enquanto a música dos artistas de Nagoya se desenvolveu, o conceito básico se manteve consistente e é visto hoje em bandas como DEATHGAZE e lynch.. Com o passar dos anos, outro gênero apareceu, o alternativo ocidental, produzindo um novo som que é, até hoje, único principalmente para a cena Nagoya kei.

CASAS DE SHOWS

As casas de shows de Nagoya ajudaram a moldar a cena Nagoya kei, fazendo dela um gênero popular. A casa mais famosa é a Nagoya E.L.L., também conhecida como Electric Lady Land, fundada em 1977. A E.L.L. abriu mais duas casas de shows na última década, ell. FITS ALL em 2000 e ell. SIZE em 2007. Todas elas já tiveram lendas do Nagoya kei em seus palcos. A Nagoya BOTTOMLINE, aberta em 1989, e a MUSIC FARM, de 1988, são outras duas casas importantes onde bandas independentes se apresentam regularmente até hoje.

GRAVADORAS

Duas das gravadoras Nagoya kei mais influentes foram a Donuts Record West e a Soleil Records. Ambas emergiram em meados dos anos ’90, trazendo consigo uma seleção de bandas Nagoya kei visuais e obscuras e produzindo artistas como Lamiel, Phobia, Vizell e La’Mule. A Soleil Records acabou em 2002, mas a Donuts Record West ainda é semi-ativa em Nagoya.

LINHAGEM NAGOYA KEI

Um dos traços mais peculiares das bandas Nagoya kei é a "reciclagem" de membros, com gerações de músicos viajando pelo circuito e não apenas influenciando uns aos outros, mas trabalhando juntos em projetos e novas bandas. Quando mapeamos desde roadies a membros suporte e mudanças de bandas, a lista é extensa, mostrando anos de trocas e membros reutilizados que apareceram em bandas várias outras vezes.

Um dos circuitos mais famosos do Nagoya kei envolve membros ainda existentes hoje. Tudo começou com o Lamiel, que levou à formação do kein e do Blast. Nessa mesma época apareceu o GULLET, com o frontman ryo, da banda de Niigata Galruda. Com o fim dessas bandas, surgiram deadman e lynch.. A mais recente banda categorizada como Nagoya kei é o the studs, formado por membros de bandas proeminentes no circuito.

Os membros dessas bandas trabalhavam juntos, mesmo quando deixavam suas bandas e formavam outras. Muitos deles tocaram como membros suporte e foram roadies uns dos outros. Em 2003, alguns deles trabalharam junto com KISUI, o vocalista do Phobia, no Kisui Project.

O MISTÉRIO DO NAGOYA KEI

Desde o nascimento do termo "Nagoya kei", acontecem debates sobre a validade do gênero, bandas que se encaixam nessa categoria e o que realmente faz o Nagoya kei. Os fãs tentam usar o termo para descrever todas as bandas da cidade de Nagoya, mas esse não é o caso. Fãs e bandas definem Nagoya kei como bandas visual kei de Nagoya, com um som mais obscuro e de uma comunidade fortemente ligada, mas isso não se aplica a outras bandas que podem descender de Nagoya mas não são obscuras.

As discussões sobre quais bandas são Nagoya kei e quais não são acontecem há anos. ROUAGE, Kuroyume e FANATIC◇CRISIS são as que mais geram debates entre os fãs, já que as três vêm de Nagoya, começaram com um som mais forte e pesado e mudaram drasticamente conforme seu desenvolvimento. Em cada caso, houve contestação direta da banda ou critérios ocultos que mantêm os fãs debatendo se a banda merece o título de Nagoya kei, mesmo se elas têm membros vindos do coração de Aichi.

Na cena independente, bandas como 9GOATS BLACK OUT, Galruda e D’elsquel são ligadas ao Nagoya kei devido a suas atribuições com gravadoras ou outras bandas de Nagoya. O the studs também está envolvido nessa mistura. Sendo uma banda vinda de Tóquio, com um vocalista de Tóquio, os fãs insistem no título devido a seu som, membros e como eles ainda interagem com outras bandas no circuito. Enquanto o 9GOATS BLACK OUT já afirmou não ser Nagoya kei, o the studs não fez o mesmo, deixando sua classificação no ar.

Então, como isso revela o mistério por trás do Nagoya kei e nos permite criar um sentido definitivo? Não revela!

Hoje o termo "Nagoya kei" é bem menos usado. O gênero Nagoya kei ainda vive em algumas bandas, mas, com o fim da última era, foi aberto o caminho para bandas de todo o Japão compartilharem seu som, seu visual e, em alguns casos, comunidades do Nagoya kei. O gênero está longe da extinção, mas a força do próspero Nagoya kei já passou para as raízes de bandas de fora de Aichi, fazendo a distinção entre as bandas ser bem mais difícil. Apesar disso tudo, uma coisa é certa: o Nagoya kei sempre será algo com um ar de mistério a seu redor. É um gênero que será sempre debatido, e sempre haverá discordância pelo simples fato de não poder ser definido. Nagoya é uma das poucas cidades de elite do Japão que produz um circuito de bandas tão forte e um gênero musical tão distinto.

BANDAS IMPORTANTES

Silver~Rose

O Silver~Rose foi o pai do Nagoya kei, começando nos anos ’90 e moldando o estilo Nagoya como o conhecemos hoje. Apesar de permanecer na cena apenas por alguns anos, o Silver~Rose lançou uma discografia extensa que influenciou músicos como aie, do deadman, na geração seguinte. KAIKI e RIKA foram membros e roadies do Silver~Rose antes de migrarem juntos para o ROUAGE. O Silver~Rose é popular até hoje, com suas melodias dramáticas e mensagens fortes.

Kuroyume

Sem o típico som de Nagoya, mas honrando os aspectos visuais, o Kuroyume é uma das poucas bandas de Nagoya impossíveis de serem definidas. Eles começaram com um rock obscuro antes de passar por vários gêneros e finalmente estabelecerem um som punk. O Kuroyume agitou os anos ’90 com seu estilo em constante desenvolvimento, influenciando bandas Nagoya kei ao longo das gerações seguintes.

Laputa

O Laputa mudou a forma que o visual kei e o Nagoya kei são vistos para muitas bandas, e são reverenciados lírica e musicalmente. A banda foi liderada pelo famoso vocalista aki e pelo ex-membro do Silver~Rose, Kouichi. O Laputa conquistou o Japão nos anos ’90 com lançamentos fortes e ritmos poderosos, que mantêm a popularidade da banda até hoje. aki seguiu carreira solo, com aie, ex-deadman, como guitarrista suporte em 2005.

Merry Go Round

O Merry Go Round foi uma das primeiras bandas da cena Nagoya kei, estreando no gênero no início dos anos ’90 com membros do Laputa e Silver~Rose. O Merry Go Round ajudou a moldar o gênero e influenciou bandas futuras, e essa influência pode ser ouvida até hoje em bandas como lynch.. Eles produziram músicas nervosas e pesadas e tinham uma grande base de fãs, apesar de seu som obscuro. Mako, do deadman, foi o roadie do vocalista do Merry Go Round, Kazuma, antes de iniciar sua própria carreira como vocalista.

kein

O kein ajudou a começar a era obscura do Nagoya kei no final dos anos ’90 e, enquanto eles imortalizaram várias de suas músicas em suas gravações, a banda teve uma discografia substancial, com outras doze músicas não lançadas e apresentadas apenas ao vivo. Foi a primeira vez que Mako e aie trabalharam juntos, e a banda produziu músicas extremamente obscuras, com uma mudança visual que agitou a cena Nagoya kei underground.

deadman

O deadman agitou a cena quando apareceu, no início de 2000. Armada com o experiente guitarrista aie, ex-Lamiel, e o louco vocalista Mako, ex-kein, a banda passou seus primeiros anos buscando uma identidade e experimentando vários sons, antes de se estabelecer com o alternativo ocidental. Isso mudou a forma como eram vistas as bandas Nagoya kei e levou a uma nova geração de bandas indies que seguiram seus passos. Em 2006, o deadman chocou a cena musical, devastando os fãs com o anúncio de uma pausa, mesmo tendo lançado um álbum meses antes.

Blast

O Blast foi uma das bandas com maior circulação de membros, tendo metade de seus músicos vindos do Lamiel e seguindo para bandas como Siva e the studs. Apoiado pelos vocais únicos de Yuina, o Blast introduziu um gênero jazz ao estilo pesado de Nagoya. Eles faziam turnês freqüentes e eram muito próximos do deadman e, enquanto o Blast nunca terminou oficialmente, sua separação causou discórdia entre os fãs por anos.

GULLET

Nagoya não estava pronta quando o GULLET chegou à cena, no início de 2002, combinando o já estabelecido estilo obscuro com composições mais pesadas e experimentação vocal. O caminho do GULLET já havia sido pavimentado pelo Galruda, a banda anterior do vocalista ryo. Enquanto o Galruda era de Niigata, sua música e os vocais de ryo ajudaram a impulsionar o som que ainda pode ser ouvido no gênero Nagoya kei hoje em dia. A distinção entre as duas bandas era clara, e o GULLET mudou a cena Nagoya kei e ajudou a influenciar novas bandas, como DEATHGAZE e lynch..

OUTROS ARTISTAS

Se o Nagoya kei é de seu interesse, há vários artistas que podem ser encontrados na cena hoje, e vários do passado cujas músicas ainda podem ser ouvidas. Aqui, uma pequena lista: Lamiel, Phobia, ROUAGE, DEATHGAZE, Galruda, EAT YOU ALIVE, meth., Kisui Project, vizell, violet narcissus, SIX-R, Gemmik, Sleep My Dear, FANATIC◇CRISIS, HYBRID-ZOMBIEZ, Kusse, berry, MARRY+AN+BLOOD, D’elsquel, Vasalla, DoLL-eyE, ClearVeil, La’Mule e vários outros.
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