Entrevista

Entrevista com miyavi em Colônia, Alemanha

09/07/2008 2008-07-09 12:00:00 JaME Autor: Finja Tradução: R.

Entrevista com miyavi em Colônia, Alemanha

Em 21 de Junho, miyavi agitou o Live Music Hall em Colônia. O JaME se encontrou com este artista versátil para uma entrevista antes do show.


© JaME
Em Junho, miyavi embarcou na terceira perna de sua turnê mundial com uma performance em Colônia, Alemanha. Enquanto todos se preparavam para o show, miyavi teve um tempinho para conversar novamente com o JaME.


Você já está a bastante tempo na música e você já deve ter passado por muitas coisas. Poderia nos contar sobre os seus primeiros passos na indústria musical?

miyavi: Então...como eu me senti? Oh, foi quando eu tinha 17 anos. Eu tinha vindo de Osaka para Tóquio, você sabe, eu decidi tocar música com os meus amigos no Dué le quartz. Eu era o membro mais novo da banda. Então, eu não sabia nada sobre música, sobre a indústria, sobre, sabe, como conduzir uma banda. Eu estava fazendo música, só tocando guitarra no palco. Eu não era capaz de olhar para os outros membros, eu só conseguia me concentrar na música, em mim, para melhorar minhas habilidades.

E o que você acha quando olha para o futuro agora?

miyavi: Eu quero continuar tocando guitarra e ver o mundo. Eu espero poder manter uma boa relação com os meus fãs.

Uma vez você disse que gostaria de melhorar o visual kei. O que é, na sua opinião, que está errado nele e o que você gostaria de mudar?

miyavi: No Japão, esse gênero é bem isolado. O visual kei tem que ter um certo estilo, ele tem que ser isolado no Japão. Isso é ruim e é por isso que eu quero quebrar as barreiras. É tão isolado e por causa disso as pessoas tem preconceito contra o visual kei. Eu quero destruir o estereotipo do visual kei.

Durante a sua última turnê você mostrou aos seus fãs europeus um grande número de destaques nos seus shows, por exemplo beat boxing, sapateadores, e outros. Você mudou alguma coisa para esta turnê ou essas coisas ainda são parte do seu show?

miyavi: Uhm, não, não existem muitas diferenças. Ainda vai ter coisas como beat boxing, mas, sabe, dessa vez eu não trouxe o meu beat boxer original.

Você é um cara bem único, muito colorido e agitado. As pessoas rapidamente te julgam um brincalhão hiperativo por causa disso. Essa imagem não é meio limitadora? E como você se vê?

miyavi: Ah, obrigado (risos). Sabe, isso não me limita. Eu sou apenas miyavi. Eu acho que eu sou muito diferente de outras bandas e de outros músicos, mas eu acho isso importante. É importante se destacar, criando um estilo original, criando um novo mundo. Eu não tenho medo de tentar ser diferente dos outros.

Para o seu mini-álbum 7 Samurai Sessions - We're KAVKI BOIZ - você regravou algumas músicas antigas como Girls, be ambitious. Por que você decidiu fazer isso e como você escolheu as músicas desde lançamento?

miyavi: Eu queria muito tentar regravar algumas canções, porque existem tantas músicas preciosas para mim, e claro, para os meus fãs também. Então, foi por isso que eu as regravei. E eu fiquei feliz com o resultado, apesar de gostar das versões originais também! (risos)

O título da sua música JPN PRIDE nos deixa curiosos. Você poderia nos contar sobre o que fala está música?

miyavi: Oh, é sobre o orgulho (risos), sobre o orgulho no Japão. Eu não sei, é muito difícil de explicar para os outros, porque o Japão é cheio de sentimentos e memórias complicadas e complexas, por exemplo a guerra. Os valores estão sempre mudando, a história é complicada. Existia um tipo de ditadura, e nessa sociedade moderna é muito difícil voltar às suas raízes. As pessoas se esquecem dessas coisas antigas, como os samurais, ou até acontecimentos na Idade Média. Eu gostaria de me focar nessas coisas.

Você conhece sakura? As flores de cerejeira. É uma imagem bem japonesa. Elas caem das árvores, elas ainda são lindas, mas as pessoas vão pisando nelas sem pensar no que significa aquela flor de cerejeira. Existem coisas que os japoneses deveriam se orgulhar, mas nós não prestamos atenção! Nós sempre corremos, seguimos outras culturas, e é por isso que eu tento misturar cultura moderna com coisas tradicionais japonesas na minha música. Por exemplo, combinar kabuki rock com visual kei e hip-hop e jazz.

Isso é verdade. Antes, as pessoas não ligavam você ao hip-hop, mas agora isso faz parte da sua música.

miyavi: Claro! E eu adoro hip-hop. Eu gosto do Rock City Crew, eles são dançarinos de break. Eles são asiáticos, um deles costumava ser o MC nos meus shows, eu respeito bastante eles. Existem muitos artistas deste gênero que eu gosto e também lido com isso no meu tempo livre.

O JaME também entrevistou você no Brasil e você obviamente gosta bastante daquele país. Existe alguma coisa que você gosta na Alemanha?

miyavi: Salsichas! (risos) Mas eu também gosto das pessoas, elas são muito, muito gentis e educadas, eu acho que elas são bem parecidas com os japoneses. No Japão todo mundo é gentil, em qualquer lugar que você vá; na Alemanha também é assim.

Já que tocamos no assunto - você já tocou várias vezes no exterior e obviamente ganhou alguma experiência. Existiu alguma coisa que você achou especialmente inspiradora?

miyavi: O Brasil (risos). Eu fui num estádio de futebol, e teve um jogo de futebol. E eu fui em uma loja de música, procurar por guitarras, e tinha alguns músicos lá e eu só conversei com eles e tocamos uma jam session. Foi muito divertido. E existem muitos lugares legais...incluindo....a Alemanha (risos).

As suas roupas são bem elegantes, o mesmo vale para os KAVKI BOIZ. Você desenha suas roupas sozinho ou alguns designers te ajudam com isso?

miyavi: Não, não, meu estilista faz isso para mim. Eu digo a ele as minhas idéias e então ele desenha as roupas.

Existe algum artista - vivo ou morto - com quem você gostaria de trabalhar? Sendo possível ou não.

miyavi: Claro. Especialmente músicos underground. No Japão existem muitos artistas talentosos, eles não são major, mas eles tem tantas habilidades legais. Alguns ciclistas de BMX apareceram no meu show do Natal do ano passado para expressar minha música através das bicicletas e também bateristas tradicionais japoneses, o taiko. Eu gostei muito disso e adoraria trabalhar com artistas como esses de novo.

Pessoas do exterior começam gostando de música japonesa, mas não apenas das músicas, e também o país inteiro. O que você indicaria para alguém, quando essa pessoa for visitar o Japão? O que as pessoas deveriam ir ver, aonde elas deveriam ir?

miyavi: Oh verdade? (risos) Elas deveriam ir ver o meu show no Japão. (risos) No Japão existem tantos lugares diferentes pra se visitar, Harajuku, Akihabara por exemplo...Tantas caras diferentes. Não culturas diferentes, mas gostos e estilos diferentes. Você deveria apenas andar pela cidade. Tóquio tem tanta variedade, então, apenas ande pela cidade, você verá todas as diferenças.


O JaME gostaria de agradecer miyavi e sua equipe, e também à Rock Identity por esta entrevista.
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