Cobertura

Live Report do T'Shout Fest

15/04/2008 2008-04-15 12:00:00 JaME Autor: Yuli

Live Report do T'Shout Fest

Um pouco mais sobre o evento exclusivo para bandas de Jrock, que rolou em abril no Rio de Janeiro.


© JaME
Neste último fim de semana, no dia 6 de abril, foi realizado no Rio de Janeiro o 2º T'Shout Fest, um festival que tem a proposta única, e arriscada, de basear sua programação apenas em apresentações de bandas nacionais com influência de música japonesa.

O local para tal evento não poderia ser melhor: O Teatro Odisséia, localizado na Rua Mem de Sá, 66, no centro do Rio de Janeiro. Qualidade excelente de equipamentos para uma casa de show deste porte, e lotação máxima proporcional à proposta do evento.


Dentro desta atividade existem alguns pontos que gostaríamos de chamar a atenção.

Sobre a organização, o evento estava programado para começar as 14 horas, mas acabou atrasando para as 16 horas, o que na verdade não podemos atribuir totalmente a culpa à organização. Algumas bandas demoraram a passar o som e outras nem passaram. O problema foi que resolveram "tapar o buraco", entre a abertura dos portões, por volta das 15:20, e a apresentação da primeira banda as 16 horas, com dois "animadores" de palco, o que nem precisamos reforçar que era absolutamente desnecessário, visto que já havia DJ(s) que apresentava(m) ininterruptamente músicas relacionadas ao tema do evento, e que (não necessáriamente por conseqüência disso) os "animadores" receberam atenção próxima ou igual a zero, e acabaram descendo do palco não muito depois de terem subido. Mas vale reforçar que o intervalo de arrumação entre as bandas foi o mais curto, e possivelmente o mais bem sucedido neste tipo de evento até agora. Obviamente algumas bandas, principalmente as que não fizeram passagem de som, custaram um pouco mais a se arrumar, e por isso enaltecemos aí a paciência da organização, por dar a cada banda o tempo necessário de arrumação.

Com o atraso de 2 horas para o início do evento, não era de se surpreender que o fim não fosse às 20 horas, como planejado, mas ainda sim conseguiram encerrar o evento antes das 22 horas, o que era essencial para o retorno seguro dos participantes.


Sobre as bandas, a primeira a se apresentar foi a estreante 9Dayz, um power trio composto de integrantes de outras bandas já bem conhecidas no cenário. Na guitarra, Jack (também guitarrista da banda ob'SEX'i[ on ]), no baixo jon (guitarrista da banda PSYGAI) e na bateria Maru (vocalista da banda Kurohana). O repertório foi um mix de duas músicas próprias (destaque para "Chikorita Attack", música pesada mas com temática cômica, remetendo à saudosa banda japonesa SEX MACHINEGUNS) e de uma seleção de sete covers que fogem um pouco ao padrão das respectivas bandas de cada integrante, caindo mais para o lado "pesado" do mundo rock japonês (basicamente VK), com exceção da balada "Ryuusei", o cover de MUCC escolhido pela banda.

A apresentação da banda correu bem, exceto por alguns problemas com os samplers (que foram usados em quase metade do show) e nos vocais. Em alguns momentos, por possíveis erros de programação, os samplers soaram absurdamente altos, em outros, por possíveis problemas de mal contato, os samplers simplesmente sumiam, e já nos vocais, ouvia-se bem apenas a voz do bateirista, deixando o guitarrista e o baixista com destaque nos gritos.

Provavelmente foi a banda que teve o maior público, que conforme o tempo passava parecia reduzir mais, mas mesmo assim estava longe de ser a lotação máxima da casa de show.


A segunda banda da noite foi a Frozen Cherry, banda que adota o estilo "oshare kei", apesar de parte de seus covers não condizerem com a proposta (vide YUI e PUFFY), mas com um visual relativamente elaborado para remeter a tal. Ao contrário da primeira banda, esta não apresentou composições próprias e ainda chegou tocar mais de um cover de uma mesma banda (no caso, dois covers de An Cafe e dois de Charlotte, que teve sua popularidade estilingada após sua vinda ao Brasil). A execução foi aceitável e chegou a animar algumas pessoas na platéia, embora o uso de duas vocalistas com quase o mesmo registro tenha soado um pouco redundante. Com a última música do show, foram os primeiros do evento a apresentarem um cover de um tema de abertura de seriado: "TEEN TITANS THEME" do grupo PUFFY, e ainda com direito a bis.


Em seguida entra a Edward, a segunda e última banda do evento a usar sampler em sua apresentação, mas agora com um caráter de base, visto a proposta darkwave e industrial da banda e o fato limitador de ser composta de dois integrantes, lucie∞pills (vocais) e shuma l'amour (guitarra e vocal em algumas músicas). Esta, assim como a 9Dayz, possuía duas composições próprias, além de uns interlúdios, e cinco covers, dos quais quatro eram da banda Malice Mizer e um da banda Moi dix Mois. Foi a banda que teve menor interação com o público e foi marcada por uma apresentação tímida, quase contida dos dois integrantes. Isso somado a uma falta de linearidade, principalmente no volume dos samplers, gerou um desinteresse do público, que no momento, mesmo sendo ainda considerável, se dispersou quase que totalmente.


A quarta banda a se apresentar foi a banda Tenkai, que tem como um dos integrantes o vocalista Magi Red, também vocalista da banda Ob'SEX'i[on]. Apresentou unicamente covers e foi a primeira banda a se referir a maioria de seus covers pelo seriado dos quais são temas, e não por seus respectivos cantores ou grupos, exceto pelos covers que não são temas de seriado nenhum, como "TRUE BLUE", da banda LUNA SEA e "Lu:na" do cantor Gackt. Apesar de não terem passado o som, realizaram uma apresentação de nível superior à maioria, com destaque para o vocal que foi, possivelmente o mais nítido de todas as bandas do evento. A resposta do público foi a altura, mas depois da terceira banda o número de pessoas já havia reduzido consideravelmente.


A quinta banda, Personna foi a banda mais voltada ao visual rock do evento, com roupas que remetem bastante a La'Mule. Contou com um repertório mais "dark" e majoritariamente indie dentro do mundo do visual kei. Também apresentou duas composições próprias, mas que se misturaram muito bem nos covers devido a semelhança de composição e de execução. O vocal voltou a se destacar menos, e a atitude de palco da maioria dos integrantes era meio estática, mas isso não deixou de animar o público, que era semelhante, em número, ao da banda anterior.


A última banda a se apresentar foi a já popular Ha!Monez, mas com alguns desfalques. A banda tinha acabado de chegar de uma outra apresentação, e, talvez não só por isso, o vocalista da banda sofreu de algum mal estar e não pode comparecer à apresentação da T'Shout Fest. Como se não fosse o bastante, o evento já tinha passado da hora de acabar e a banda ainda tinha que fazer uma longa passagem de som decorrente do grande número de integrantes e variedade de instrumentos, visto que, devido ao outro evento, a banda não pôde comparecer à passagem de som na parte da manhã. Somando todos estes fatores, a banda tocou sim, mas para um público quase nulo, que no fim das contas, subiu quase todo, um por um, para assumir no palco a função do vocalista ausente.


O repertório foi composto de 99% de músicas temas de animes e outros desenhos populares principalmente na década de 80, sendo o 1% restante reservado para um cover de Ramones. Uma apresentação agitada que moveu todo o público, que realmente só poderia estar lá até essa hora para curtir a banda, com ou sem vocalista.


Em suma foi um evento de pouca expressão. Talvez pela concorrência de um evento de anime no mesmo dia, talvez pela concorrência de um festival de metal na mesma noite, e ainda talvez por uma divulgação fraca, apesar de os materiais de divulgação, principalmente o site, serem de muito boa qualidade.

Infelizmente não aparentou haver nenhuma revolução durante este evento, mas é uma proposta ousada e nós torcemos para que dê certo em edições futuras, caso venham a acontecer.
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