Resenha do primeiro álbum de uma das bandas mais promissoras do Visual Kei.
Vinha planejando fazer corriqueiramente uma sessão de resenhas e, não sei o porquê, mas deixei o tempo passar e o interesse sumiu. Contudo, tive a impressão de não poderia deixar este passar em branco.
O NoGoD continua sua ótima fase com o lançamento de seu primeiro full-álbum, Mugenkyou, precedido de um one-man no Shibuya O-EAST, que pode ser considerado como um marco para bandas ascendentes de qualquer gênero musical. E, para não mudar o contexto da coisa, o grupo continua mantendo uma incrível consistência nas suas composições, que são impecavelmente compostas e inspiradas.
O CD começa com a forte, porém lenta Maboroshi. Os riffs mais melódicos e a voz poderosa de Danchou com certeza tocam no seu lado mais sentimental, fazendo da música um ótimo começo. Seguida de Saikou no Sekai e Shirasagi, anteriormente vendidas como singles, a banda continua mostrando todo o seu potencial, contudo sem muita inovação. Ambas são ótimas faixas, mas, por exemplo, a primeira pode ser considerada como remanescente de outras faixas, Mousou EGOIST, também do mesmo álbum, e Kurobai, do mini-álbum Kanna Fukyou. Já Shirasagi poderia tranqüilamente estar inclusa no primeiro mini-álbum da banda, Tenbatsu Enban.
Entretando, com Shinjitsu no Hana, a banda explora uma nova sonoridade caracterizada pelos riffs meio jazz de guitarra e uma variedade de vocais de Danchou, o que só faz enriquecer a música. Rinne Tenshou, lançada anteriormente no single Ten, fica sem destaque em meio às outras músicas. Atarimae traz a banda de volta ao seu lado mais pop-rock, mas sem muita inovação. Já Aozora, a sétima faixa, é o clímax do álbum: uma faixa instrumental de 5:48 minutos que não deve decepcionar nenhum fã de SIAM SHADE ou de músicas do mesmo tipo. Um ótimo trabalho de toda a banda, dando destaque ao guitarrita Kyrie e ao baixista Karin.
Dando início a última parte do álbum, Mousou EGOIST, anteriormente lançada no single Batsu, é uma faixa pesada, intensa e uma dos pontos mais fortes do CD. Kono sekai ni mihana saretemo, uma das únicas baladas do álbum e também lançada anteriormente como um disco distribuído em shows, foi completamente regravada e melhor produzida, dando uma relaxada aos ouvintes com uma boa melodia no violão, terminando em um ótimo solo de guitarra, dando ar para a penúltima música, Shukufuku no Uta, que poderia ser perfeitamente esticada nos shows. Certamente um dos pontos altos do CD, traz o som usual da banda na medida certa, com um refrão extremamente grudento pra fazer com que todos cantem junto e uma melodia progressiva que elimina as possibilidades de ser uma faixa para ser pulada. Por fim, Yume fecha o álbum, e foi impossível não achá-la uma faixa estranha: a música só parece ganhar "vida" depois dos 2 minutos, mas só isso já compensa seus 6:11 minutos e a responsabilidade de dar um término ao álbum. Um fato estranho: o final da música parece ser bem semelhante ao começo da faixa Maboroshi. Proposital? Não sei, mas funcionou para dar maior consistência ao CD.
Como de costume, mais um lançamento excepcional de uma das bandas mais promissoras da cena Visual Kei do Japão, com muito para se lembrar e pouco para se ignorar. Várias faixas com sentimento de hits, como Aozora, Mousou EGOIST e Shinjitsu no Hana, muita inovação, coragem e talento para fazer diferente de boa parte da cena.
