Resenha

Vários artistas - Utada Hikaru no uta - 13 kumi no ongakuka ni yoru 13 no kaishaku ni tsuite

24/03/2015 2015-03-24 00:01:00 JaME Autor: Hanamogeraed Tradução: Nero

Vários artistas - Utada Hikaru no uta - 13 kumi no ongakuka ni yoru 13 no kaishaku ni tsuite

Artista amigos prestam tributo ao décimo quinto aniversário da carreira musical de Utada Hikaru


© EMI Music UK
Apesar de a superestrela do pop Utada Hikaru não ter estado no estúdio de gravação nos últimos anos, sua música continua presente. Seu álbum de estreia First Love, o mais vendido da história musical do Japão, foi relançado em 2014 como uma edição especial em comemoração ao seu aniversário de 15 anos e alcançou novamente o top 10 da Oricon. Mais tarde em 2014, 13 diferentes músicos fizeram cover de uma de suas músicas para lançar Utada Hikaru no uta - 13 kumi no ongakuka ni yoru 13 no kaishaku ni tsuite como um tributo à sua carreira. O álbum foi lançado em 8 de dezembro.

O lançamento começa com Sakura Drops, do álbum Deep River de 2002. No entanto, essa versão é bem diferente da original. O excêntrico cantor e compositor Inoue Yosui escolheu transformar a faixa em uma música enérgica, cheia de batidas de salsa e que tem como convidado a banda Orquesta de la Luz. Inesperadamente, a faixa funciona bem, mesmo sendo um pouco exagerada – pense em Carmen Miranda. Música latina e jazz também aparecem na faixa seguinte, Letters, e com Shiina Ringo assumindo o comando seria decepcionante se elas não aparecessem. O jazz-pop parisiense, sua marca registrada, adicionou um ar dramático e um arranjo complexo e profundo que é característico de Shiina.

Outros artistas também decidiram deixar sua própria marca nas músicas. Outra grande pop star, Hamasaki Ayumi, injetou ainda mais sintetizadores e batidas dançantes na já animada Movin’ on without you para imprimir seu estilo Eurodance à música. O cover de tofubeats’ de time will tell tem uma atmosfera estranha e deformada. Com a capaz BONNIE PINK interpretando os vocais lentamente, a mistura de eletro-pop e R'nB é interessante. O alegre cover de Hikari, com sua leveza e forte influência folclórica, é, sem sombra de dúvidas, de LOVE PSYCHEDELICO. O cover mais dramático teria que ser o dos produtores multi premiados Jimmy Jam e Terry Lewis, que trabalhou com artistas como Janet Jackson, Mary J. Blige e Boyz II Men, para citar alguns. Eles se uniram ao cantor de blues e R‘nB Peabo Bryson para realizar o cover de Sanctuary, a versão inglesa de Passion. Por isso, ela é muito mais sentimental, removendo a maior parte das batidas de bateria da versão original para criar um arranjo mais balanceado e quieto, focando nos poderosos, porém emotivos, vocais.

Alguns artistas decidiram não se distanciar das músicas originais. A vocalista de powerhouse AI mostra o que ela faz de melhor em uma despretensiosa FINAL DISTANCE. Keep Tryin’ é suave e motivacional nas mãos de KIRINJI, mas mais divertida com a adição do xilofone, percussão mais suave e os vocais infantis de kotringo. Kato Miliyah, como Utada, tem raízes no pop e na música urbana. Faz sentido que a versão dela de For You não se distancie tanto da de Utada. Um excerto de Give Me a Reason foi habilmente colocado, fazendo dela mais um tributo do que um remix propriamente dito. Similarmente, a composição de Yoshii Kazuya em Be My Last ainda é pop rock, mas o foco mudou – o pop diminuiu um pouco e rock se fez mais presente, com um baixo forte e bateria mais pesada adicionando drama. A performance de Yoshii também é mais poderosa e comovente, expressando mais tristeza e deixando uma impressão mais duradoura. Automatic, por Okamura Yasuyuki, é uma faixa que poderia ter feito mais com a distância da faixa original, embora os sintetizadores dos anos 90 e o baixo barulhento tornaram a música em um karaokê. O murmúrio desafinado e super zeloso de Okamura também não ajuda, aliado com o fato de que outros fizeram o mesmo de maneira melhor.

Às vezes menos é mais, e isso fica demonstrado em algumas faixas excelentes. HANAREGUMI tem o acompanhamento acústico mais despretensioso para o seu suave, andrógeno vocal em Flavor of Life, nunca usando mais que três instrumentos ao mesmo tempo. Mesmo assim eles são mantidos límpidos para não sobrepujarem a sua voz sussurrante. É lindamente comedida e frágil, assim como ohashiTrio em Stay Gold. É como se ambas tivessem colaborado nos arranjos. O piano como único acompanhamento e o simples e impecável vocal trazem todo o foco para a doçura da canção em sua mais pura forma. Essas músicas são excepcionais em sua simplicidade e demonstram a maior virtude de Utada Hikaru: a habilidade de escrever canções memoráveis e melodias sinceras.

É um mistério quando Utada Hikaru vai lançar algum material próprio, embora existam rumores sobre um retorno com novos projetos ainda esse ano. Felizmente, Utada HIkaru no uta pode ajudar, enquanto isso, a preencher o vazio com suas reinterpretações imaginativas. Que tamanha diversidade de talentos tenha sido posta junta é um testamento da sempre presente influência criativa dela. Nem todos os covers alcançam o objetivo e alguns certamente dividirão opiniões, mas o que fica claro é que qualquer que seja o fim, a soberba capacidade de composição de Hikaru sempre acaba brilhando.
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