MORRIE e suas criaturas deleitaram um público lotado em um show pessoal no coração de Tóquio.
Reverenciado ao redor do globo como uma meca de autoexpressão colorida, para alguns a área de Harajuku funciona como um polo importante para a moda e cultura visual kei. Em adição às várias lojas de roupas bem conhecidas, a área também dispões de um punhado de locais para shows que tem sido palco para as performances tanto de lendas quanto amadores. O local do show de hoje foi o íntimo Astro Hall, localizado a minutos da Estação de Harajuku e a meros segundos da Rua Takeshita, com o Creature Creature como ato em destaque.
Os fãs estavam alinhados em torno do Astro Hall muito cedo, às 17 horas. A maioria deles estava usando preto – frequentemente tudo preto com insígnias de CC estampadas em suas camisetas.
Às 17:30, as seções lentamente avançaram para dentro do prédio, com as conversas dos fãs seguindo a todo o momento, o auditório estava lotado de fãs. A atmosfera era diferente do padrão, com os fãs ansiosamente substituindo o silêncio com antecipação barulhenta. Às 18:05, as luzes se apagaram em meio a aplausos e chamados, com um som estranho e assombroso permeando o ar.
O sombrio se tornou escuro, o escuro se tornou mais escuro e, uma vez que as luzes haviam se apagado totalmente, a banda apareceu no palco. Os guitarristas HIRO e Shinobu, juntamente com o baixista Hitoki e o baterista Sakura foram recebidos com aplausos e acenos; o vocalista MORRIE entrou no palco por último, com igual aprovação. Os fãs levantaram alto seus braços, a segunda parte da turnê EXORCISING ORPHEUS estava prestes a começar.
Ao começar a set list com a familiar Dream Caller, os fãs bateram cabeça em uníssono, os braços ainda bem para cima. Quando a música acabou, e como MORRIE demorou ajustando o suporte do microfone, vários fãs riram. “Do que é que vocês estão rindo?” o heroi deles respondeu, para risadas de aprovação. Para um artista que raramente faz MCs (conversas muito menos) durante a parte principal do set list, só a resposta já foi um deleite.
Esta foi uma dicotomia que pareceu definir a banda; os fãs barulhentos, aplaudindo, energéticos, com MORRIE e seus colegas de banda focando suas energias e som na música sendo tocada. Se a música é a linguagem entendida por todos, então o papel da banda como oradores foi respeitado. Seja qual for a energia necessária para atrair os fãs, foi feita uma nota por vez – os riffs agitados de Amor Fati, os holofotes perfeitamente cronometrados deram a deixa para Zone, até mesmo decisões táticas de moda feitas pela banda (hoje caracterizada por, pelo menos, um membro e meio sem camisa), todos tocando o monólogo perceptível aos ouvidos.
Se o set list principal da banda foi a fala do Creature Creature, o encore foi sua sessão de perguntas e respostas. Aqui, MORRIE e seus colegas de banda fizeram um registro fonográfico sobre diferenças culturais entre os países, juntamente com uma série de anedotas pessoais. O que foi originalmente classificado como umas poucas músicas de encore, acabou dobrando de tamanho, em parte devido aos pedidos persistentes dos fãs por mais, mas também devido a Sakura, reconhecendo os pedidos de seus fãs após várias pausas contemplativas. O conjunto final de encore pode ter levado seu corpo ao limite, mas a gratidão dos seus fãs foi suficiente para mantê-lo de pé durante o frenético riff de guitarra final.
Aqueles que procuram por mais Creature Creature podem encontrá-los tocando no Meguro Rockmaykan em novembro, como parte de sua Turnê PNEUMA.
Set list:
01. Dream Caller
02. Amor Fati
03. Zone
04. MABOROSHI
05. Hoshitsuki (Star-Possessed)
06. Black Hole
07. Gone By Rain
08. Cluster
09. Psyche
10. Ataraxia
11. Hien (Secret Garden)
12. Tenshuu Ranman
13. COSMOS BLACKNESS
14. DEAD RIDER
15. RED
16. SWAN
17. LIGHTS
18. Haru no Kikai (Spring Machine)
Encore 1
01. Mirrors
02. Paradise
03. Vanishing
Encore 2
04. Telos
05. Sen no Yamiyo Ni (For a Thousand Dark Nights)
Encore 3
06. Ayakashi
07. Koku-Ningyo Es (Puppet of Emptiness Es)
08. Kaze no Tou (Tower of Wind)
09. Swan
