Entrevista

Entrevista com o HEAD PHONES PRESIDENT

19/01/2012 2012-01-19 17:16:00 JaME Autor: Aurore Tradução: Hikari

Entrevista com o HEAD PHONES PRESIDENT

Os quatro membros do HEAD PHONES PRESIDENT responderam às nossas perguntas durante uma convenção no sul da França.


© Aurore - JaME
Durante o Japan Expo Sud, em Marseille, o JaME teve a oportunidade de entrevistar o HEAD PHONES PRESIDENT. Os membros nos receberam com sorrisos no rosto para falar sobre a banda, música e projetos.


Vocês podem se apresentar para os leitores que ainda não os conhecem?

Hiro: Eu sou Hiro, o guitarrista.
ANZA: Sou ANZA, vocalista.
Batch: Meu nome é Batch, sou o baterista.
Narumi: Narumi, baixista.

ANZA e Hiro, vocês são os fundadores da banda. Como surgiu a ideia do HEAD PHONES PRESIDENT? E como vocês conheceram os outros membros?

<>ANZA: Originalmente eu tinha uma carreira solo. Eu precisava de alguns músicos de apoio nas turnês, e havia outros músicos na agência para a qual eu trabalhava, entre os quais estava o Hiro. Nós tivemos a oportunidade de conversar várias vezes, e achamos que seria legal fazer músicas mais pesadas. Narumi era o guitarrista de outra banda. Pouco antes do nosso show em Nova Iorque, nós tivemos um problema com nosso baixista, que não poderia mais tocar conosco devido a problemas familiares. Então, nós pedimos ao Narumi para substituí-lo, apesar de antes ele ser um guitarrista. (risos)

Não foi difícil aprender as músicas em tão pouco tempo?

Narumi: Na verdade, eu já era fã da banda. Eu ia aos shows e às vezes trabalhava como staff (risos), então não foi muito difícil.
ANZA: Há cinco anos, alguns membros deixaram a banda. Batch foi o baterista suporte por três anos. Às vezes ele se apresentava nos shows, mas só entrou como membro oficial há dois anos.

Há algum tempo, o guitarrista Mar deixou a banda, restando quatro membros. Vocês pretendem continuar assim ou estão à procura de um novo membro?

ANZA: Mar realmente deixou de fazer músicas desde 2010 por razões pessoais. Nós tocávamos juntos havia onze anos, então, diferente de uma banda nova, para nós é mais difícil integrar um novo membro do que seguir com apenas quatro.

E as músicas? Foi difícil adaptá-las a um quarteto?

ANZA: Originalmente eram dois guitarristas, mas Mar não era o principal, posição que é do Hiro. No geral, nós rearranjamos as músicas e agora as partes do Mar são tocadas pelo Narumi no baixo.

Vocês estão ativos como banda há mais de dez anos. O que vocês pensam sobre a evolução da sua música quando olham para trás?

ANZA: Até agora, nós não tivemos a oportunidade de tocar na Europa, exceto uma vez na Suécia. Estamos pensando na possibilidade de fazer uma turnê em breve.

Em tantos anos, certamente vocês já tiveram muitas experiências. Vocês podem nos falar sobre as melhores e piores?

ANZA: Hmm... Seriam duas. Uma no Japão e uma na Europa. Fora do Japão, os fãs são muito animados. Nós conseguimos interagir com a plateia e não queremos perder a paixão que eles têm por nós. No Japão, nossa experiência foi participar de um festival de rock em 2007, no qual bandas grandes, como o Slipknot, se apresentaram. É o maior festival de rock do Japão, e nós ficamos felizes por fazer parte dele.

ANZA, você começou sua carreira atuando em musicais nos quais interpretou personagens como as Sailor Moon. Como você mudou da música pop para o metal?

ANZA: (risos) Para mim, não mudou muito. O que eu queria era interpretar todo tipo de sentimento do fundo do meu coração, e, às vezes, em comédias musicais ou musicais, é mais difícil expressar tristeza ou esse tipo de sentimento negativo. Então, eu me voltei para o rock, um tipo mais pesado de rock, porque parecia mais apropriado. Mas, para mim, não é tão diferente. Porém, de fato, para alguns fãs japoneses eu me tornei um demônio.

Você é a única mulher da banda. Como você se sente?

ANZA: Sem problemas! (em inglês) Eu sou uma tomboy e os outros membros são menininhas. (risos)

Como vocês compõem suas músicas?

Hiro: Na verdade, nós nos reunimos e fazemos sessões de improviso. Nós discutimos e cada um contribui com suas ideias. Então, quando todos já disseram o que queriam dizer, nós moldamos as músicas no estúdio.

Vocês não têm dificuldades em encontrar o equilíbrio entre o que cada um espera?

ANZA: Hmm... Às vezes eu e Hiro temos algumas discussões. Não funciona muito bem entre vocalista e guitarrista. É porque cada um acha que é o líder. (risos)

Vocês usam muito inglês em suas letras. É difícil compor e cantar nessa língua?

ANZA: As letras são escritas originalmente em japonês, então nós traduzimos, como a maioria das bandas faz. Ainda que eu não fale inglês, o modo como monto as frases e me expresso fica mais próximo do inglês do que do japonês. É Narumi quem traduz o que eu escrevo para o inglês.

Musicalmente, algumas de suas músicas são bem tribais. ANZA, você tem sangue sul-africano por parte materna. Isso a influencia de alguma forma?

ANZA: Sim, eu acho que minhas origens sul-africanas me influenciam de alguma forma, mas o que me inspira é também a música de qualquer parte do mundo, em geral. Por exemplo, eu gosto muito da música indiana, então algumas das nossas influências vêm do meu gosto pessoal.

Vocês têm um modo bem particular de se expressar no palco – vocês parecem bem fechados. Porém, vocês conseguem se comunicar muito bem com a plateia. Como vocês fazem isso?

ANZA: Nosso objetivo não é nos aproximar do público, e nossa música não tem como objetivo aproximar as pessoas. Nós queremos que as pessoas curtam nossa música e tenham a liberdade de apreciá-la. Nós não queremos impor nossa música a ninguém e queremos ir cada vez mais alto, em lugar de ir só em frente.

Essa não é a primeira vez que vocês se apresentam nesse tipo de convenção, que é bem diferente de um festival de rock ou de um show comum. Na opinião de vocês, quais são as diferenças e como vocês tratam do palco nesse contexto?

ANZA: Diferente do Japão, não há uma divisão clara entre rock e animação. Há muitas pessoas fora do Japão que gostam tanto de metal como de animação, e é verdade que é muito mais fácil porque as pessoas não criam divisões. Uma pessoa pode gostar de anime e rock ao mesmo tempo.

Seu último lançamento, Pobl Liw, é um álbum de covers de suas próprias músicas. Qual o motivo desse lançamento e como foi o desafio de refazer suas músicas?

ANZA: Na verdade, o álbum foi feito para uma convenção de anime no Brasil da qual nós participamos. Nos disseram que nós tínhamos que tocar músicas acústicas, algo que nunca tínhamos feito antes. Então, nós escolhemos duas músicas e as rearranjamos de forma acústica. Como ficaram boas, nós decidimos fazer um álbum acústico para comemorar nosso décimo aniversário.
Hiro: Os arranjos foram menos complicados do que esperávamos. Como a música era bem estruturada e as composições eram boas, conseguimos arranjá-las facilmente.

Além da turnê europeia que vocês mencionaram, vocês têm mais planos para o futuro?

ANZA: Primeiro, quando voltarmos ao Japão, estaremos muito ocupados trabalhando em nosso novo álbum, para o qual ainda temos que escrever as músicas. Em abril e maio estaremos no estúdio gravando. Em junho lançaremos um novo DVD, já que acabamos de sair de nossa primeira turnê one-man.

Obrigado!

HEAD PHONES PRESIDENT: Obrigado.


O JaME gostaria de agradecer ao HEAD PHONES PRESIDENT, seus empresários e ao staff e tradutor do Japan Expo por possibilitarem essa entrevista.
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