Entrevista

Entrevista com o BALZAC

22/09/2007 2007-09-22 12:00:00 JaME Autor: curi Tradução: Taurus-kun

Entrevista com o BALZAC

O JaME sentou com o vocalista do BALZAC para uma entrevista na Alemanha, durante a turnê Européia da banda.


© Gan-Shin
No dia quatro de abril, nós entramos em Kofferfabrik, um pequeno e agradável lugar no meio de Fürth, Alemanha. Enquanto o BALZAC fazia a passagem de som nós fomos levados ao escritório de Matthias, onde o som não era tão alto quanto no palco ou nos camarins. Nos acomodamos por lá e logo apareceu Hirosuke, o vocalista do BALZAC, junto a um dos empresários da banda e Ryan, o tradutor.

Primeiramente: seja bem vindo novamente à Alemanha! Você não vem aqui há bastante tempo e estamos muito felizes de vê-lo fazendo um show por aqui de novo. Qual a impressão que você teve de seus shows recentes na Europa, incluindo os com o MUCC? Como você se sente voltando depois de quase dois anos?

Hirosuke: Nós sempre ficamos felizes de voltar à Alemanha e nos divertimos muito em nossa turnê com o MUCC. Nós fizemos vários shows ótimos e a platéia estava bem animada.

O show de vocês em Berlim foi muito bom! De onde surgiu a idéia de fazer a turnê com outra banda? Como vocês conheceram o MUCC e quem pediu a quem?

Hirosuke: Já faz algum tempo que estivemos juntos no Japão. Foi em algum grande festival que nos conhecemos e nos tornamos amigos. Nós conversamos bastante e gostamos muito da música do MUCC, e eles são fãs do BALZAC. Apesar disso, nós sempre fomos rotulados como uma banda de horror punk e não uma banda visual kei, como o MUCC, mas ambos não se importam muito com isso. Nós apenas gostamos de música e foi daí que surgiu a parceria. Em 2005 fizemos uma turnê em conjunto pelo Japão e o título que usamos para a turnê na Alemanha foi o mesmo. Isso acontece de vez em quando no Japão, o MUCC está tocando e chama o BALZAC para se juntar a eles. A gente sempre faz eventos juntos.

Vocês também colaboraram com Bela B. (Die Ärzte). Vocês também parecem ter uma longa história juntos. BALZAC, por exemplo, já abriu um sohw para o Die Ärzte e Bela está utilizando roupas de sua marca, a Shocker. Você poderia nos contar mais sobre sua amizade e como foi que vocês criaram um single juntos?

Hirosuke: Na verdade começou em nossa turnê pela Alemanha em 2004... Acho que foi em Colônia. Bela foi àquele show e nós descobrimos que ele era nosso fã há algum tempo. Ele foi ao camarim depois do show e conversou com a gente, mas na época não sabíamos que ele era uma grande estrela da música na Alemanha. Nós só achamos legal o fato daquele cara ser nosso fã. Só fomos perceber bem depois que ele fazia bastante sucesso por lá.
Desde aquele tempo, a Shocker do Japão estava vendendo produtos na Europa também, através da Shocker Europe. O dono dela é um grande amigo meu e de Bela, então nossa relação acabou sendo criada através dele. Estávamos sempre conversando, nós três, sobre o fato de que no futuro seria legal fazer alguma coisa juntos. Então a idéia ficou no ar por um tempo e só aconteceu recentemente. Foi um timing perfeito ter isso nessa turnê. Foi daí que surgiu a amizade. E ele está sempre usando coisas da Shocker porque ele também gosta do BALZAC.

Vocês já estiveram juntos em estúdio?

Hirosuke: Bela gravou tudo em Berlim, mas já que estamos no Japão não pudemos gravar juntos.

O que você achou do resultado do single? O estilo de Bela é muito diferente do estilo do BALZAC.

Hirosuke: Quando escutamos isso pela primeira vez estávamos tão feliz que ele poderia ter pego qualquer coisa que já escrevemos e rearranjá-la de uma maneira completamente diferente, que teria ficado ótimo. Nós estávamos muito felizes com o resultado e com o que ele fez com nossa música.

De volta ao selo Shocker, como vocês decidiram criá-lo? Você cuida bastante dos visuais parece estar se divertindo muito com isso, além de criar todo o merchandise e etc. Quais os planos que você tem para a Shocker agora?

Hirosuke: Eu acho que o merchandise da banda é importante. As coisas que usamos no palco sempre foram desejadas pelos fãs no Japão, então pensamos que deveríamos começar a fazer algumas coisas. Em 2000 abrimos uma loja chamada Shocker em Osaka. Nós começamos a vender merchandise do BALZAC oficialmente nessa época, eu até mesmo fundei o selo com Akio, nosso baixista. O pessoal que ajudava a banda também começou a trabalhar com o selo. Eu comecei minha própria marca, Dementia 13, nessa época também. Nós vendemos muitas jaquetas japonesas e camisas bem legais feitas com tecido de kimono. Recentemente, fundamos uma quarta marca, chamada Culture, que é um pouco mais cara e de maior qualidade.
Já faz mais de um ano que iniciamos a Shocker Europa em Hamburgo. Um amigo nosso, um cara chamado Armin, é o dono. Ele não vende apenas coisas do BALZAC e do Shocker, mas também vende merchandise do MUCC e do Merry. Então também temos visual kei sendo vendido.

Você está fazendo um show especial para isso, não é?

Ryan: Sim, estamos celebrando o aniversário de 13 meses. Então trabalhamos bastante para essa turnê.

O BALZAC não possui apenas merchandise, mas também bastantes lançamentos especiais e demos que são vendidos em vários países. Foi tudo planejado o que vocês acham disso?

Hirosuke: Para ser honesto, quando começamos com o BALZAC não queríamos fazer as coisas limitadas, mas não tínhamos muito dinheiro então tínhamos que escolher por CDs limitados. Mas quando começamos a ficar popular tínhamos mais dinheiro para bancar lançamentos regulares. Mas sempre existem alguns fãs que estão com a gente desde o começo ou pessoal que realmente gostam de colecionar cosas. Eles sempre querem alguma coisa especial e conheço esse sentimento, já que coleciono discos. Então sempre tentamos fazer uma edição limitada com uma capa especial para o CD ou algum extra. Acho que muitas bandas querem fazer isso, mas muitas não fazem, então sou muito orgulhoso de poder fazer isso. As vezes são coisas bem caras e difíceis de achar.

Você também tem um projeto paralelo chamado Zodiac. O que você pode dizer sobre isso?

Hirosuke: Sim, nós temos. É uma história engraçada, quando decidimos lançar o CD The Deranged Mad Zodiac, nós fizemos uma embalagem que não teria nada a ver com o BALZAC. Nós não escrevemos nossos nomes, não escrevemos nada relacionado à banda e quando o CD estava pronto para ser lançado, as pessoas quase ao fizeram pré-venda, pois não sabiam do que se tratava. Havia algo em torno de 15 cópias. No dia do lançamento, algumas pessoas descobriram que era a gente, nossa música, e depois disso todos os fãs enlouqueceram, querendo comprar o lançamento, mas nenhuma loja tinha. Então começaram a ficar com muita raiva disso, mas acabaram rindo muito no final, quando descobriram que poderiam comprar mais tarde, mas ninguém ainda sabia. Foi muito divertido fazer isso, pois assim controlávamos tudo o que estava acontecendo.

Existe algum plano futuro para o Zodiac, algum lançamento ou show, incluindo, quem sabe, alguns aqui?

Hirosuke: No momento não temos nenhum plano de fazer mais shows do Zodiac ou lançar mais material, mas o álbum que acabamos de lançar aqui através da gravadora GanShin foi um lançamento do Zodiac no Japão. Então essas músicas são lançamentos do Zodiac, mas lançamos como BALZAC porque não faz sentido usar o outro nome aqui. E em todos os show que fizemos nessa turnê nós tocamos músicas do Zodiac, o que é raro, eu acho, já que costumávamos fazer isso no Japão, mas já acabamos. Se surgir outra oportunidade e sentirmos que queremos fazer isso, nós vamos lançar outro álbum e fazer alguns outros shows.

Quais os seus planos com o BALZAC no momento? Vocês lançaram esse álbum na Europa mas estão gravando um outro álbum também?

Hirosukue: Depois da turnê aqui, nós vamos voltar ao Japão e vamos fazer outra turnê por lá. Provavelmente depois disso, nós vamos começar a gravar novamente.

De volta aos shows, vocês estão planejando tocar em outros países da Europa e nos EUA esse ano, ou quem sabe no ano que vem?

Hirosuke: Em algum momento desse ano nós planejamos dar suporte ao álbum que vai ser lançado nos EUA, então quem sabe no inverno. Não temos nada planejado, mas já está sendo discutido e provavelmente vai acontecer. Agora, estamos no meio de turnê européia, mas quando lançarmos outras coisas aqui, o que provavelmente não vai demorar, os fãs talvez queiram ver a gente tocando aqui de novo. Enquanto os fãs quiserem ver a gente, nós vamos voltar à Europa com certeza.

Sobre os gostos musicais de vocês e observado isso através das épocas, o que mudou? Quais são as bandas que vocês gostavam antes e quais vocês recomendam agora?

Hirosuke: Eu ainda escuto as mesmas bandas que escutava antes. Eu sou muito fã do rock e minha banda favorita provavelmente é o Beatles. Eu já gostava muito deles há muito tempo atrás, mas hoje sou um colecionador de coisas deles. Então o meu gosto por eles provavelmente também foi crescendo. E sobre as bandas de punk que eu ainda escuto, elas são como o Sex Pistols ou o Misfits ou, você sabe, todas essas bandas que eram populares. Eu ainda as escuto, obviamente. Nos EUA nós somos da gravadora do Misfits, então estamos na mesmo gravadora juntos e tocamos bastante juntos. Fico muito feliz com o fato de que as bandas que mais gosto a tanto tempo são hoje bandas de amigos e nós tocamos juntos. Gosto muito da música dos anos 50 e 60, mas eu também gosto das bandas que estão ficando populares agora.

Por favor, mande uma mensagem para seus fãs ou aqueles que nunca haviam escutado a música de vocês antes desse show.

Hirosuke: Nós conhecemos muitos fãs novos por causa da promoção da nossa nova gravadora. Os fãs que tiveram a chance de nos conhecer através da G-Force Records, pela qual costumávamos lançar nosso material, continuam vindo a nosso show e nós estamos muito felizes com isso. Também esperamos que da próxima vez que voltarmos novos fãs venham nos assistir. Eu só quero que todos eles possam vir a nossos shows e se divertir.

Muito obrigado por essa ótima entrevista!

Depois, nós ainda tivemos algum tempo sobrando e continuamos conversando depois da entrevista. Nós ficamos muito felizes em saber que o BALZAC também gosta do BUCK-TICK da mesma maneira que Hisashi Imai parece ser um fã do BALZAC, e havia pedido que eles contribuíssem para o álbum Cover Parade lançado em 2005. É claro, os assuntos também incluíam a cena atual do visual kei e da cena de fãs da música japonesa na Alemanha e até mesmo os rumores do retorno do X Japana foram citados. No geral, foi uma conversa muito interessante e nós ficamos muito felizes com essa oportunidade.

Muito obrigado à Ryan Moldenhauer, Matthias, Steffen Wiedeman, GanShin e, é claro, o BALZAC!
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