Kra em final de turnê de verão no Hibiya Outdoor Stadium

Em céu aberto, reunidos num só lugar, os fãs esperavam ansiosamente o aparecimento do Kra. A aglomeração era adequada ao 3 de abril, no tão aguardado início de verão, com exemplares coloridos de cosplay, uniformes escolares ao estilo marinheiro, maids, vestidos lolita e todo tipo de moda de rua revestindo as fileiras. Ao mesmo tempo, as muitas fitas de tafetá rosa, que enfeitavam o palco ao ar livre, flutuavam ao vento. Vestidos em trajes cinza similares a uniformes escolares — cada integrante com detalhes diferentes, vide as mangas rosadas do vocalista Keiyuh —, os membros da banda fizeram sua entrada e cumprimentaram o público.

Dando inicío ao ato final de sua turnê, a banda já começou impressionando com a versão capella de Tatoe. Esquentando o clima, que até então estava levemente frio, a multidão começou a pular freneticamente com a divertida música. Assim como as flores de cerejeira, a plateia provou estar em plena floração, agitando os braços largamente em Ame no kokuhaku. Como no título, a imagem do telão do fundo estava repleta de gotas de chuva pingando sobre a água, enquanto Keiyuh conduzia vigorosamente a multidão a se mexer no ritmo da música. A introdução melódica de Mutakuto mutakuto foi seguida de um grito apaixonado para levar o público ao delírio. Inconfundivelmente japonesa, a melodia envolveu todo o local e combinava muito com o meio natural do lugar. Simultaneamente, o solo de guitarra foi recebido com fervorosa admiração, à medida que o mar de mãos se abria para saudar Mai.

"Vocês ainda estão comigo?" gritou Keiyuh. "Vamos! Vamos em frente!"

Sekai de ichiban tayorinai koi no uta despontou com um canto de “Hai! Hai! Hai! Hai! Hai! Hai!”. O guitarrista Mai saltava energicamente com a excitante melodia. << (Rewind) ventilou o crescente calor, ao mesmo tempo em que o telão de fundo mostrava luzes verdes faiscantes e espirais psicodélicas. Centenas de mãos moviam-se em sincronia com as batidas da bateria, e os versos proferidos por Keiyuh envolviam a multidão. Ele, então, desafiou a todos, perguntando se estavam fora de forma. birds deu a chance para o público provar que conseguia se mexer de acordo com a dança conduzida pelos integrantes no telão de fundo. Enquanto Mai dançava pelo palco, o solo violento do baixista Yuhra parecia envolvê-lo no ritmo da música. No alto, em seu pódio, o baterista Yasuno curtia muito, se divertindo à vontade.

Durante o MC, Keiyuh provocou a plateia, respondendo aos gritos e incentivando-a a se animar para a próxima sequência de músicas. Por sua vez, as baquetas de Yasuno rodopiavam ao fundo. A atmosfera leve ficou sufocante quando tocou Ai no flavour. Pétalas de rosa espalhavam-se na imagem do telão, ilustrando de forma inesperada aquela música alta e aguda. O piano do interlúdio em jazz de machi no akari combinou bem com a música anterior. Keiyuh se movia habilidosamente com a música, e o público aplaudia na hora em que Yasuno batia nos pratos. Com um "Obrigado!", o número terminou, incitando uma salva de palmas.

Quando as primeiras gotas de chuva começaram a cair, a voz de Keiyuh elevou-se do início ao fim de Uta, variando entre tons apaixonados e guturais. Em judge, Mai perdeu a jaqueta, pulando durante a música. Ao mesmo tempo, a primeira onda de headbanging iniciou-se na multidão. Após o comando de Yasuno em Onigi no uta, batendo as baquetas no alto, o headbanging coletivo consentiu, em resposta aos acordes pesados de guitarra. Os kanjis moviam-se lentamente pelo telão, o que se combinava com o meio-tom asiático sombrio da música. Em seguida, depois de um breve interlúdio, Keiyuh apresentou a próxima música, Renka. A iluminação rosa e a introdução rústica acendeu os ânimos para a música à medida que o público a apreciava. As bandeiras rosadas tremulavam ao vento, quase como se dançassem ao ritmo da música. Com um amável final a capella, a canção chegou ao fim.

Durante a música anterior, a chuva havia começado a cair para valer. Na hora do MC, Keiyuh aproveitou para brincar, dizendo às pessoas que cobrissem o rosto em vez de olhar para ele. Obviamente ele não iria perder para a chuva, o que fez a multidão rir, relaxar, manter-se alerta e pronta para curtir circus sem se importar com o tempo. Aplaudindo, o público se envolveu com a apresentação. Em Misesu, a multidão pulava e se esquecia completamente da chuva, ao passo que se excedia, se aquecia e se divertia de uma vez só. Logo a atmosfera começou a realmente ferver com LOST NUMBER. Gritando "Vamos agitar!", Keiyuh elevou sua death voice. A audiência consentiu e se preparou para a música pesada. Num certo ponto, o público pegou a batuta, conduzindo o som como se fossem profissionais. Punhos serrados e gritos altos o suficiente para serem escutados de fora sinalizavam o começo de En. Mai apareceu pela primeira vez no centro do palco, enquanto Keiyuh visitava a porção da plateia à esquerda do palco. Simultaneamente, centenas de mãos elevavam-se em sincronia com a melodia. Tendo triunfado sobre a já enfraquecida chuva, a multidão revigorou-se mais uma vez durante Renjou philosophy, aplaudindo animada e balançando vigorosamente no refrão, junto com Keiyuh. Depois de mais uma onda de violento headbanging, a música terminou com um curto e doce solo de baixo.

Utilizando efeitos vocais, artman trouxe um som levemente eletrônico, que novamente encorajou o público. Suas mãos se agitavam no ritmo da música. Keiyuh gritava durante a canção, instigando todo o público a pular mais alto e fazendo com que todos se sentissem conectados. Até a estrutura de pedra parecia pular embaixo dos pés da multidão uniforme. Elevando a voz, ela podia ser claramente ouvida, façanha celebrada com mais uma onda de headbanging na hora do rap final. Luzes amarelas faiscavam e aumentavam a animação em Cab.D. Enquanto a plateia dançava intensamente com as mãos abanando, Keiyuh dançava de forma sensual. Durante o solo de Mai, ele estendeu os braços em direção ao guitarrista, cedendo a ele a atenção da plateia. A última música da apresentação começou com batidas de palma ritmadas e a chamada dos nomes dos integrantes, saudados com pequenos solos de todos os instrumentos. Show time terminou o show com um estrondo, e Mai e Yuhra andaram entre a multidão, em direção à zona C, batendo na palma da mão de alguns durante a caminhada. Num certo instante, a camisa de Mai foi perdida. No palco, Yasuno incentivava, com as baquetas girando. "Estão se divertindo? Mesmo podendo pegar um resfriado, vocês ainda estão se divertindo?", gritava Keiyuh, no meio do caos. A plateia cantava carinhosamente, respondendo com entusiasmo ao pedido de Keiyuh para ir ao delírio até o instante final.

Depois que os integrantes saíram – tendo sido Yasuno o último a sair, após jogar suas baquetas para longe da multidão – o novo mascote da banda andou no outro lado do telão, incentivando a pedir encore. Retornando em boa hora, para não deixar os fãs esperando muito na frieza, a banda rapidamente tratou de restabelecer a animação de todos, com o próprio Yasuno praticamente pulando de alegria. Entretanto, antes que a música pudesse recomeçar, havia um pequeno aviso: o Kra havia decidido um nome para o novo mascote. "Kohsuke" foi animadamente saudado pelos fãs.

"Pensando em como é bom estar aqui no verão a esse céu aberto, eu gostaria de tocar a próxima música: Amanogawa touhikou."

Pensando mais no verão do que na noite fria, a multidão ouvia quieta. A música seguinte, monochrome, teve uma introdução comovente, e o telão clareou-se com uma imagem da lua atrás de plumas que caíam calmamente. Em seguida, Shounen to sora provocou calorosas batidas na bateria e uma alegre apresentação. Por último, a plateia pulou uma vez mais junto com Keiyuh. Acompanhado por uma marcha, o vocalista tirou o microfone para produzir um som mais distante, um tanto misterioso, mas bem legal. A alegre melodia de World chamou a atenção do público para o pedido de Keiyuh para que os fãs trouxessem dois amigos para o próximo show, sugerindo que todos tirassem um dia de folga no trabalho ou na escola para que pudessem fazer isso. Yuhra parecia achar que cinco amigos era melhor.

"A gente bem que podia tocar no Budokan no próximo ano", brincou Keiyuh.

O clima divertido elevou-se com ACID Märchen, que a plateia recebeu com entusiasmo. O vocalista, o baixista e o guitarrista pulavam animados pelo palco ao ritmo da bateria, enquanto os cameramen iam para o palco vestindo camisas da turnê para entrar na diversão e tirar de perto algumas fotos da banda. Por fim, Extra Kingdom encerrou a noite, com balões voando no telão, um solo de guitarra para satisfazer os fãs, e a voz de Keiyuh ressoando em um final quase a capella.

Pedindo a todos que mantivessem suas agendas vazias na mesma época do ano que vem, a banda os incentivou a dar as mãos, formando um único arco, com todos dizendo "obrigado" em uníssono. Sendo o último a deixar o palco, Keiyuh agradeceu mais uma vez à plateia, seu agradecimento sendo ouvido mesmo sem a ajuda do microfone. No entanto, não havia acabado ainda. Os créditos começaram a aparecer na tela, anunciando os planos da banda para o ano, o que incluía um DVD ao vivo, outra turnê, um novo single e também um novo álbum, sem mencionar os eventos para o fã-clube. A localização do ato final da turnê nacional no C.C. Lemon Hall arrancou suspiros excitados do público.

Satisfeita com as várias outras oportunidades de prestigiar o Kra em 2010, a multidão vagarosamente desocupou o local, convesando sobre o futuro e relembrando o que ocorreu naquela noite. Tirando a chuva, foi um bom começo de verão tanto para o Kra quanto para os fãs.


Set list:

01. Tatoe (a capella version)
02. Ame no kokuhaku
03. Mutakuto mutakuto
04. Sekai de ichiban tayorinai koi no uta
05. << (Rewind)
06. bird
-MC-
07. Ai no flavour
08. Machi no akari
09. Uta
10. judge
11. Onigi no uta
-SMC-
12. Renka
-MC-
13. circus
14. Misesu
15. LOST NUMBER
16. En
17. Renjou philosophy
18. artman
19. Cab.D
20. Show time

Encore:
21. Amanogawa touhikou
22. monochrome
23. Shounen to sora
24. World
-SMC-
25. ACID Märchen
26. Extra Kingdom