Antes de o Anli Pollicino embarcar na sua primeira turnê europeia, o JaME teve a oportunidade de entrevistar o quinteto, que falou abertamente sobre a banda, sua música e a turnê.
De início, a turnê europeia do Anli Pollicino pegou de surpresa a maioria dos fãs de visual kei, pois a banda não é muito conhecida fora do Japão. Os organizadores da turnê os escolheram dentre numerosas bandas, e eles foram anunciados como a revelação do ano. Por essa razão, o JaME considerou necessário conhecer melhor a banda e fez algumas perguntas antes de a turnê começar.
Por favor, apresentem-se.
Shindy: Sou o vocalista, Shindy.
Yohichi: Sou o guitarrista, Yohichi.
Kiyozumi: Sou o baterista, Kiyozumi.
Takuma: Sou o guitarrista, Takuma.
Masatoshi: Sou o baixista, Masatoshi.
Podem nos contar por que vocês começaram uma banda? Como se conheceram?
Shindy: Conheci Kiyozumi numa casa de shows. Nós tínhamos muito em comum, daí criamos uma banda. Não fiquei satisfeito com as habilidades do nosso primeiro guitarrista e do baixista, aí pensamos em fazer outra banda. Então, convenci Takuma a se juntar à banda e convidei Yohichi. Por fim, Masatoshi, que vinha tocando baixo nos nossos shows como membro de suporte, se tornou um integrante oficial em agosto, e assim ficou a nossa formação atual.
De onde vocês são? O lugar influenciou seu estilo musical?
Todos: Somos todos de Tóquio.
Shindy: Não tenho certeza se fomos influenciados pela cidade, mas fomos influenciados pelas pessoas que conhecemos em Tóquio e que adoravam música. Por isso que eu digo que talvez não estivéssemos fazendo música hoje se não tivéssemos nascido em Tóquio.
Como vocês decidiram o nome da banda?
Shindy: Muitas bandas visual kei têm nomes fortes com sílabas "ga" ou "gu", mas eu achava que nomes que soavam fracos eram mais elegantes. Também achava que nomes com a sílaba "po" soavam bem fracos. Vi a palavra "Pollicino" – nome de uma máfia italiana – numa revista, aí decidi usar. Porém, pensei que faltava elegância, muito embora soasse suficientemente fraco, e então decidi pôr "Anli" na frente. Eu acho que ficou bom porque soa como uma elegante marca italiana para o nosso senso japonês. Sinto muito ter sido tão vago. (risos)
Vocês têm alguma política especial para o Anli Pollicino?
Shindy: Queremos seguir o estilo de música em que acreditamos e não sermos influenciados pelas tendências.
Por favor, expliquem o tipo de música que o Anli Pollicino toca para as pessoas que não ainda conhecem.
Shindy: Nós basicamente tocamos música alta e emotiva, mas apreciamos melodia. Nunca toquei nada baseado em sentimentos de prazer e felicidade. Sou atraído por sentimentos de tristeza e pesar. A música que fazemos mistura essas emoções delicadas com violência.
O que os motivou a começar a cantar ou a tocar um instrumento?
Shindy: Meu pai e minha mãe trabalhavam no meio musical, então eu naturalmente tocava instrumentos e cantava. Mas não achava que me tornaria um cantor de rock. Eu ouvia Billy Joel e Diana Ross. (risos)
Yohichi: Eu queria ser reconhecido pelas pessoas.
Kiyozumi: Meu irmão mais velho tocava numa banda, e quando vi o ensaio deles, fiquei comovido. Me senti especialmente atraído pela bateria.
Takuma: Eu tive a oportunidade de tocar guitarra quando estava no fim do primeiro grau e continuei tocando desde então.
Masatoshi: Vi meu amigo tocar guitarra e comecei a tocar também. Depois vi outro amigo tocando baixo. Fiquei interessado, acabei aprendendo mais sobre suas peculiaridades, e agora o baixo é meu principal instrumento.
O Anli Pollicino foi a primeira banda de vocês? Ou vocês já tocaram em outras bandas?
Shindy: Essa é a minha segunda banda.
Yohichi: Minha quarta banda.
Kiyozumi: Minha terceira banda.
Takuma: Minha segunda banda.
Masatoshi: Minha quarta banda.
Ano passado, vocês gravaram seu primeiro miniálbum, Fahrenheit 31. Como foi? O que vocês ganharam de experiência?
Shindy: Foi uma oportunidade de reavaliar as minhas músicas. Acho que meu jeito de cantar mudou muito se for comparar antes e depois da gravação.
Yohichi: Eu aprendi muito à medida que notava que eu costumava ser muito relaxado particularmente com o modo de fazer os sons e também com o toque da minha guitarra.
Kiyozumi: Foi uma boa oportunidade de examinar superficialmente a identidade da banda e todo o conjunto mais uma vez.
Takuma: Além das técnicas com a guitarra, aprendi mais sobre técnicas de gravação, como a adição de sons.
Masatoshi: Antes, eu acho que só prestava atenção no meu som. Mas agora aprendi a prestar atenção no som dos outros membros também.
Fahrenheit 31 será lançado em breve na Europa. Por favor, falem-nos um pouco sobre o álbum. Existe algum conceito ou tema especial por trás dele?
Shindy: Esse álbum possui uma rica variedade de expressões diferentes entre as músicas, contendo desde canções intensas a melódicas suaves. Como falei anteriormente, é um álbum que mostra um Anli Pollicino violento e delicado ao mesmo tempo.
Vocês são uma banda consideravelmente nova, que estreou recentemente, e já fazer um turnê europeia parece bem singular. Como conseguiram essa oportunidade?
Shindy: Um patrocinador francês por acaso ouviu nossa música e gostou de nós, e fez o possível para que fizéssemos uma turnê. Não sei por quê, mas os europeus gostaram da gente, mesmo a gente mal tenha estreado no Japão.
Quais são suas expectativas em sua primeira turnê europeia?
Shindy: É a primeira vez que nos apresentamos fora do país, por isso eu espero ansiosamente pelas experiências e evoluções que virão com essa turnê.
O que vocês querem fazer e onde querem ir durante a turnê?
Shindy: Quero passear nas margens do Rio Sena.
Yohichi: Eu quero ir a uma fonte termal.
Kiyozumi: Quero ver o Arco do Triunfo.
Takuma: Quero fazer compras.
Masatoshi: Dissemos que se a gente fosse ao Japão, iria querer ver a Torre de Tóquio e o Monte Fuji. (risos)
Que tipo de presentes vocês gostam de receber dos fãs? Quais vocês se aborrecem quando recebem?
Shindy: Fico feliz em receber produtos cosméticos. Eles me ajudam. (risos) Cartas sérias demais de fãs me incomodariam?
Yohichi: Fico feliz quando recebo produtos cosméticos. Nada em especial me aborrece.
Kiyozumi: Fico contente se receber cigarros e dinheiro. (risos) Nada em especial me aborrece.
Takuma: Fico feliz se receber cigarros e cartas de fãs.
Masatoshi: Eu aprecio presunto não defumado e Red Bull. Fico aborrecido com ornamentos e brinquedos grandes. Não posso jogar fora, e ainda ocupam espaço.
A revista Rock One e a Gekido Tour, uma organizadora de turnês, descreveu o Anli Pollicino como a melhor banda recente. De que modo vocês acham que ela é diferente das outras bandas? Qual a especialidade do Anli Pollicino?
Shindy: Acho que a personalidade de cada membro e a da banda como um todo são bem diferentes daquelas de outras bandas visual kei. Eu reuni os integrantes e tentei fazer com que fôssemos diferentes das outras bandas visual kei. Por conta disso, talvez a gente não pareça nada com visual kei.
Takuma: Eu acho que é bom que a personalidade de cada integrante seja diferente.
Shindy: Eu só reuni gente estranha, por isso a nossa banda ficou estranha. (risos)
O SINCREA pertence ao mesmo selo que vocês. Vocês os conhecem?
Todos: Nós os conhecemos bem. Aparecemos nos mesmos eventos várias vezes e saímos para beber juntos às vezes.
Quais são os músicos que mais marcaram e influenciaram vocês?
Shindy: Sebastian Bach (Skid Row), Amy Lee (Evanescence) e Marilyn Manson.
Yohichi: Jimi Hendrix e Nuno Bettencourt (Extreme).
Kiyozumi: Mike Portnoy (Dream Theater) e DEAD END.
Takuma: hide (X JAPAN), Paul Gilbert (Mr.Big) e Yngwie Malmsteen.
Masatoshi: Led Zeppelin e Slipknot.
Por favor, contem-nos algo engraçado sobre outro membro.
Shindy: Ouvi dizer que Yohichi não toma banho por dois ou três dias depois dos shows. Quando Masatoshi fica bêbado, ele manda os outros dizerem "dó" (se referindo a nota musical).
Masatoshi: Quando Takuma bebe álcool, ele vira um dragão. Takuma vira akuma (demônio). Kiyozumi faz barulhos estranhos enquanto bate na bateria. Ele grita que nem a Maria Sharapova, a jogadora de tênis. Shindy é sensível ao frio, uma vez tentou se aquecer com um secador de cabelos e se queimou.
Para concluir, por gentileza, deixem uma mensagem aos leitores do JaME.
Shindy: Nós vamos nos apresentar com toda a nossa alma e vitalidade, então, por favor, venham ver os nossos shows.
O JaME gostaria de agradecer ao Anli Pollicino pela entrevista.