Entrevista

Entrevista com o GOTHIKA na Polônia

08/11/2009 2009-11-08 16:38:00 JaME Autor: Setsuna, melmo & neejee Tradução: Hikari

Entrevista com o GOTHIKA na Polônia

Antes de sua grande turnê pela Rússia, o GOTHIKA se apresentou mais uma vez na Polônia. Depois do show, o JaME teve e oportunidade de conversar com eles.


© GOTHIKA - Izabela Grzelak
No dia 9 de outubro, o GOTHIKA se apresentou antes da banda de visual kei DIO – distraught overlord. Apesar da grande diferença de gênero entre as duas bandas, o público gostou muito das duas apresentações. Algum tempo após os shows, os membros do GOTHIKA tiraram um tempo para responder às nossas perguntas. Obviamente cansados, ele se sentaram e nossa conversa começou.


No dia 23 de outubro vocês lançaram seu segundo álbum, ZeitGeist, pela gravadora Danse Macabre. Ele será lançado no Japão também? Vocês podem nos falar mais sobre esse lançamento?

#449: Ele foi lançado primeiro na Europa e eu espero que seja lançado na Rússia, e depois, eu espero que na América e no Japão.

Em seu novo álbum há uma música intitulada Gusano, gravada com Selia. Como vocês tiveram a ideia para essa colaboração?

andro: Na verdade, nós tocamos com Selia em Tóquio muitas vezes e eu conheço seu estilo de cantar; ele é uma pessoa muito gentil. Ele tem muito talento e, depois de ouvir a demo de #449, nós pensamos que a voz de Selia era necessária para essa música.

Vocês acabaram de terminar uma turnê com o CrazY JulieT na Ucrânia e Moldávia, e antes vocês fizeram turnês com o Tantrum e Das Ich. O que vocês acham de fazer turnês com outras bandas?

andro: Na verdade, em nossa turnê pela Ucrânia e Moldávia com o CrazY JulieT, que é uma banda ucraniana, nós fomos influenciados por sua energia porque eles são jovens. Foi uma inspiração para o nosso show.
#449: Foi uma boa colaboração para nós e para eles.

Há alguma outra banda com quem vocês gostariam de sair em turnê?

#449: Sim, muitas bandas. Pessoalmente, eu espero tocar com mais bandas electro. Eu fico feliz por trabalhar com bandas européias.

Depois dos shows na Polônia e Finlândia, vocês planejaram fazer uma longa turnê na Rússia. Por que vocês decidiram organizar essa turnê?

andro: Porque nosso empresário é russo.
#449: Nossa última apresentação com o Das Ich foi na Rússia.
andro: 20 cidades na Rússia em um mês.
#449: Foi um sucesso, então nós decidimos fazer mais turnês grandes na Rússia.

Vocês estão fazendo várias turnês pela Europa. Vocês pensam em visitar a América?

andro: Sim! Em um futuro próximo. Na verdade, nós estamos contatando alguns promotores... ah, não, não, nós temos várias entrevistas dos Estados Unidos, e eles vão nos apresentar alguns promotores. Eu espero que nós possamos nos apresentar lá no ano que vem.
#449: Mas também na América do Sul. América do Norte e América do Sul.

E Ásia?

(#449 ri)
andro: Ásia, sim, China.

Essa deve ser a décima vez que vocês se apresentam na Polônia. O que os fez decidir vir até aqui pela primeira vez?

#449: Nosso empresário era...
andro: A primeira vez... foi em 2006? (#449 e melmo, da Ukiyo-e, confirmam). Foi nossa primeira turnê européia, ela durou cerca de um mês e nossos promotores eram franceses, mas eles já não trabalham mais com isso. Eles contatavam promotores de vários países.
#449: Nós só dissemos a eles que queríamos tocar em países do leste europeu, como Polônia, Hungria, e Áustria, e funcionou. Foi uma boa escolha.

Algo especial aconteceu durante essas turnês?

andro: Na Rússia, no ano passado, alguém queria um autógrafo. Eles me deram um passaporte e eu assinei. (risos)
#449: Eu me lembro que nosso primeiro show na Polônia começou muito tarde. No fim, foi um bom show. Eu me lembro bem.

Vocês têm algum outro projeto além do GOTHIKA?

#449: Por enquanto eu não tenho nenhum projeto, mas eu espero tentar algumas variações na música.

E andro, você tinha o projeto AndroLady?

andro: Ah, sim, mas ele está parado agora. Eu estou planejando um novo projeto para o futuro, mas não vou parar minhas atividades com o GOTHIKA.

O que vocês planejam fazer depois de terminarem sua turnê na Rússia?

andro: Nós iremos para Tóquio.

Vocês gravaram recentemente o PV de Army march drawn sword police. Vocês podem nos falar mais sobre essa produção?

andro: Um cara da Letônia o criou. Primeiro, ele se ofereceu para fazer o PV pelo MySpace, e eu disse, “Bom, mas eu não posso pagar”. Ele disse, “Tudo bem, mas eu quero fazer”, e eu respondi, “Por favor, faça como quiser, mas não use filmes nazistas”. Isso seria um pequeno problema. Era uma música de guerra, militar; na tradição japonesa, o imperador marcharia com essa música tocada por uma orquestra todo ano. Eu expliquei as letras para ele em um inglês ruim, ele entendeu 50% e colocou alguns filmes violentos. Eu decidi que os membros não apareceriam nesse PV, que seria apenas um documentário. Então, eu acho que é um bom PV.

Em novembro vocês farão um show com o DER ZIBET. Como vocês se sentem tocando com essa banda? Como isso foi possível?

#449: É uma grande oportunidade. Eles são pessoas que aparecem em revistas e na televisão, mas com quem nós podemos tocar, então isso é fantástico.
andro: Sim. Na verdade, eu vi ISSAY em seus shows algumas vezes, e conheço sua carismática presença de palco. A força do seu olhar alcança uns 50 metros! (andro mostra como o olhar de ISAAY afeta as pessoas e #449 ri). Eu quero tocar com ele, e estou feliz – e às vezes eu bebo com ele porque, quando eu morava no Japão, nós éramos quase vizinhos e procurávamos por bebidas depois dos shows.

Em seu primeiro show na Polônia, vocês tocaram um cover de Tattoo, de Akina Nakamori. Foi muito bonito! Por que vocês escolheram essa música? Vocês planejam tocá-la novamente algum dia?

#449: Nós não planejamos tocá-la de novo porque outro artista já fez um cover dessa música. Eu não vou dizer seu nome, mas foi um arranjo interessante. Por que escolher essa música... simplesmente porque eu gosto dela, então eu pedi. E eu acho que a letra combina com as palavras de andro, então nós tocamos.
andro: Foi ideia de #449.

Vocês moram na Europa há alguns meses; Qual é a maior diferença entre morar aqui e no Japão?

andro: A vida não é fácil! (risos) Na Alemanha... para mim, é a comida. A diferença na comida é o mais importante porque eu sinto muita falta do shoyu, tofu, missoshiru, sushi, yakisoba, okonomiyaki, takoyaki… (todos riem) Na verdade, há muitos restaurantes japoneses na Europa, mas o sabor é bem diferente; é para o gosto dos europeus.
#449: É claro que não é fácil morar na Alemanha, mas eu posso viver muitas experiências importantes; nós podemos ter contato com grandes festivais electro – no Japão não há festivais assim, então é uma experiência importante. Eu também me interesso pelas diferenças culturais entre a Alemanha e o Japão, e entre os países europeus, como Alemanha, França, Inglaterra, é tudo muito interessante para mim. Eu me divirto procurando pelas diferenças e tentando entendê-las.
andro: Sim, é divertido. Bem melhor do que no Japão.

Por que vocês escolheram Berlim?

#449: Berlim é uma capital da música electro, e também...
andro: (interrompe #449) Ah, eu não acho...
(ambos riem)
#449: Ela tem uma boa localização entre os países europeus; nós podemos ir para Poznań, na Polônia, e para a Inglaterra... há uma boa conexão de Berlim...
andro: É conveniente.
#449: Além disso, os preços em Berlim são muito baixos. Comparada a outras cidades alemãs, Berlim é mais barata.
andro: A cerveja custa menos de 50 centavos de euro no supermercado.

O que vocês acham do festival Tokyo Decadance, no Japão, e de artistas como Selia e DJ SiSeN?

andro: O Tokyo Decadance não é um festival, é uma festa, um evento. Quer dizer, um festival é quando várias bandas tocam por dois ou mais dias: sexta, sábado e domingo. Pelo menos mil pessoas se reúnem. O Tokyo Decadance é menos que isso, e não há bandas tocando. Bem, ás vezes há alguma banda, mas geralmente são DJs; é uma festa.

Há outras bandas japonesas da cena electro que vocês recomendam?

andro: Do Japão, eu recomento o 2 Bullet.
#449: Pessoalmente, eu gosto de BAAL e Despair.
andro: BLAM HONEY.

E Sredni Vashtar?

andro: Sredni Vashtar são amigos! É claro que eu recomendo!
(Há uma breve pausa na entrevista, e andro aproveita para nos fazer uma pergunta)
andro: Aliás, o Tokyo Decadance aconteceu na Polônia?

Não aconteceu. Nós não tivemos Tokyo Decadance na Polônia. É uma festa popular na Europa, mas acho que não na Polônia. Eles mostram várias faces de arte, mas acho que não é o que as pessoas querem ver na Polônia.

#449: As pessoas gostam do Dio.

As pessoas que vieram ao show são muito jovens, e no Tokyo Decadance costuma haver uma idade mínima.

andro: 18?

Sim, 18... às vezes 16.

andro: Porque é à meia noite.
(Então, nós continuamos com a entrevista)

Quais são suas bandas favoritas dos anos ’80?

andro: Ah, muitas! Depeche Mode, The Cure, Bauhaus, Japan, Erasure... electro, new wave, synthpop.
#449: Dear or Alive.
andro: Dear or Alive!
#449: Hmm… eu gosto do a-ha.
andro: a-ha.

Ahaaa...

GOTHIKA: (risos) Ahaaa!
andro: Siouxsie and the Banshees. Eu fui ao show deles em Chiba – ela tinha 48 anos, mas foi um show muito bom. E o Curve, uma banda do Reino Unido de new wave, eletrônico e alternativo.
#449: Final dos anos 80 e início dos 90.
andro: Não são tão famosos, mas eu gosto deles.

O que vocês acham dos shows na Polônia comparados a shows em outros países?

andro: Porque nós tocamos na Polônia... quantas vezes?
#449: Dez vezes.
andro: Dez?! (risos)
#449: Sim, dez shows.
andro: Nós estivemos aqui para dez shows porque a Polônia é um país grande, e nós tocamos em Varsóvia, Gdynia, Gdansk, Poznan, Cracóvia... Eu acho que nós nos apresentamos principalmente em Cracóvia, tipo três vezes?
#449: Três, eu acho.
andro: O público é muito, muito energético, mas eu... às vezes eles são rudes, mas eu não me importo, eu gosto de uma plateia energética. Comparado à Alemanha... o público alemão pode parecer meio entediado à vezes, porque nós fazemos shows na Alemanha todos os dias, e eu acho que eles já se acostumaram a nós. Eu não conheço muito bem a Polônia, mas minha opinião é que as pessoas têm fome de entretenimento. Duas semanas atrás, nós fomos para a Ucrânia e eu senti algo parecido, assim como na Rússia. Mas os poloneses respeitam estrangeiros e respeitam artistas, e eu acho isso importante.
#449: Eu acho que, como você disse, são os jovens – a maioria dos jovens é energética, e eles podem fazer um bom show, ajudando os membros da banda.
andro: Sim, o público polonês é profissional. (risos)
#449: Sim, nós gostamos muito da Polônia.

Vocês têm alguma mensagem para os fãs poloneses?

andro: O mais importante é o dia 23 de outubro; nosso novo álbum foi lançado, e nós tocamos várias músicas novas naquela noite. Nós também vendemos o CD aqui, e eu quero que os fãs sintam toda a atmosfera do álbum, as letras, todo o álbum. Eu espero tocar de novo na Polônia, e, quando nós tocarmos essas músicas, no início da introdução eu espero que o público reaja com um, “Ah, essa é...”. Desta vez eles estavam ouvindo as músicas pela primeira vez, então não as reconheceram, mas na próxima eu espero que eles reajam imediatamente e cantem junto.

Muito obrigado!

GOTHIKA: Muito obrigado.


O JaME gostaria de agradecer ao GOTHIKA e Ukiyo-e pela oportunidade de realizarmos essa entrevista. Agradecemos também a melmo por sua ajuda e a Izabela Grzelak, Karis e Alicja Tomczak pelas fotos.
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