Entrevista

Entrevista com o SkaPara

29/07/2007 2007-07-29 12:00:00 JaME Autor: Chenka & Kay Tradução: Xper

Entrevista com o SkaPara

O JaME teve a oportunidade de conversar com Atsushi Yanaka, um dos membros do Tokyo Ska Paradise Orchestra, na passagem da banda pela Suiça.


© JaME
Em 29 de Junho tivemos a oportunidade de entrevistar a legendária banda de Ska Tokyo Ska Paradise Orchestra, na Suiça, um pouco antes de tocaram no Tivoli de Helling, em Utrecht, o primeiro show de sua turnê européia.
Nós conversamos com Atsushi Yanaka, o saxofonista barítono e um dos membros originais desta banda que começou a vinte anos atrás.

Você poderia, por favor, nos dar uma introdução sobre a banda, para os leitores que possam ainda não conhecê-los?
Atsushi: Consistimos em uma banda de dez homens, tocamos ska misturado com todo tipo de música. Nós estamos em turnê pela Europa pelo quinto ou sexto ano, sendo este nossa quinta viagem para cá. É também a segunda vez que tocamos nesse lugar. Antes tocamos em Lowlands, Parkpop e também em Raymann is laat.

Muitas bandas duram apenas alguns poucos anos, mas vocês ainda estão firmes depois de dez anos. Qual é o segredo por trás disso?
Atsushi: (risos) Nós conversamos muito um com o outro, e também gostamos de tocar ska, claro. E nós nunca brigamos, eu não sei porque (risos). A felicidade sempre vence.

Vocês já tiveram algum problema por ter tantos membros na banda?
Atsushi: Os camarins são muito apertados para nós (risos), e o palco igualmente pequeno em casas de show menores. Mas nós aceitamos qualquer tipo de apresentação e tocamos muito durante nossas turnês.

Como vocês usualmente compõem suas músicas?
Atsushi: Quase todos os membros compões músicas. Nós sempre escrevemos como esboço de músicas e então tocamos para testá-la. Então nos fazemos os arranjos.

Vocês fizeram algumas colaborações com alguns artistas, como PUFFY, CHARA, Shéna Ringo, etc. Como vocês escolhem estes artistas, para estas participações?
Atsushi: É necessário tempo e alguma coincidência. Mas eles se sentem honrados em tocar conosco, porque já estamos tocando a mais de 20 anos. Portanto é fácil.

Como foi trabalhar com artistas como CHARA, que não tem conexão alguma com o ska?
Atsushi: Nos pareceu uma coisa interessante. Nós somos dez membros, portanto poderíamos envolver uma pessoa a mais. Conseguimos uma característica bastante peculiar com dez membros, dez homens. Para uma mulher isso é péssimo (risos).

Há alguma outro artista com quem gostariam de trabalhar com, e porque? (a esta altura outros membros da banda que estava pela sala também participaram)
Takashi Kato: Rolling Stones!
Atsushi: Terry Hall, do The Specials. Mas eu não tenho idéia certa, desculpe.
Takashi Kato: Sting! Bono!

Vocês já consideraram um vocalista permanente para a banda?
Atsushi: As vezes nosso baterista canta, e nós lançamos alguns singles com ele. Mas as vezes outros membros também cantam.

Portanto vocês preferem não ter um vocalista como décimo primeiro membro?
Atsushi: Inicialmente nós tinhamos vocalistas, mas eles deixaram a banda, o que aconteceu duas vezes. Ainda assim nós somos orgulhosos de ser uma banda instrumental. Nós temos músicas com um ‘sing-along style’ (*estilo cantem junto), o que também é muito importante para nós.

Levando em consideração a barreira linguistica, vocês acham que é mais fácil entrar em contato com seus fãs sem um vocalista?
Atsushi: Sim, é mais fácil por sermos quase uma banda totalmente instrumental. Mas também é muito interessante cantar em japonês. Durante a nossa última turnê européia tocamos músicas com vocais japoneses, mas não houveram problemas (risos).

Recentemente vocês lançaram um álbum best-of, ‘BEST OF TOKYO SKA 1998-2007’. Como foram escolhidas as músicas?
Atsushi: O baterista escolheu elas todas (risos), ele fez as escolhas. Ele tem um programa de radio próprio, é um disck jockey. Portanto ele fez a seleção.

Vocês poderiam nos falar um pouco sobre o ‘SMILE’, o filme do Ska Para?
Atsushi: Nós fizemos 78 apresentações em seis meses, incluindo Vietnam e na Europa, e durante esta turnê nós gravamos o filme. O cameraman subia ao palco e podia filmar a vontade. Portanto, durante as filmagens, ele era como um membro do Tokyo Ska Paradise Orchestra. Ainda há bastante material de backstage e muitas piadas. É bastante real.

Porque vocês decidiram usar ternos rosas?
Atsushi: Bem, nós usamos ternos rosas desde que começamos. Como cerejeiras desabrochando. E nós estamos entre tantos homens, que precisávamos de alguma coisa fofa (risos).

Vocês são uma das poucas bandas japonesas que estão interessadas em fazer inúmeros shows, em qualquer lugar do mundo. O que é que os atrai tanto em tocar em países estrangeiros?
Atsushi: Nós apenas gostamos de tocar, e especialmente em lugares desconhecidos.

Vocês tocaram na Suiça algumas vezes antes, o que vocês acham do publico daqui e o que este os lembra do restante da Europa?
Atsushi: A Suiça… (ele pega o dicionário para chegar a palavra correta) ah, eles tem boas maneiras aqui (risos). Eu sinto como se houvessem laços invisíveis entre os Suiços, como se eles gostassem de ajudar uns aos outros nas festas. Eles não perdem o controle.

O que há de melhor em tocar além-mar? Há algum ponto negativo?
Atsushi: A pior parte é a agenda apertada, as vezes nós tocamos sete dias seguidos. A boa coisa é que nós podemos tocar bastante e conhecer coisas.

Há tempo para isso em sua agenda apertada?
Atsushi: Nós temos algumas horas entre o ensaio e o show. Então nós ou damos uma volta ou sentamos e bebemos cerveja em um bar.

Então vocês tiveram tempo de ver algo aqui em Utrecht?
Atsushi: Sim, nós fomos ao “Café Blegium” na última noite. Havia muitos tipos de barris (risos). Cinco mil garrafas de cerveja.

Qual é a coisa mais estranha ou inusitada que aconteceu com vocês enquanto viajavam poraí?
Atsushi: (pensa por algum tempo) Na Alemanha, nós paramos para ir ao café e tivemos que pagar para usar o banheiro. Isso nunca acontece no Japão. E mais uma outra coisa, durante alguns shows o publico não olhou para nós enquanto tocávamos. Eles estavam realmente concentrados em dançar. As vezes eu acabava pensando “Olhem para nós!” (risos).

E sobre o publico no Japão? Algumas bandas dizem que os fãs europeus dançam bastante, mas que os japoneses são um tanto quietos. Como é isso para os seus shows?
Atsushi: As maneiras deles são boas demais! No meio das músicas eles ficam completamente em silêncio. Quando a música começa eles dançam, mas no meio tempo eles ficam em completo silêncio. Eles não são muito bons em fazer barulho para uma festa. Isso é um pouco estranho, mas é nosso padrão, eu acho (risos).

Vocês tocaram em muitos lugares diferentes, como a Yokohama Arena, para mais de 15.000 pessoas e também em casas de show pequenas. O que vocês mais gostam de cada lugar?
Atsushi: Nós gostamos de lugares pequenos, mas também dos grandes. Eu na verdade não sinto muita diferença. Eu também sou um DJ, mas quando estou atrás da mesa eu me sinto quase igual a quando estou tocado saxofone barítono.

Além de dar shows no ocidente, vocês também estão interessados em lançar CD’s poraí?
Atsushi: Nós já lançamos o ‘Ska Me Crazy’ por uma gravadora inglesa, e gostaríamos de lançar mais.

Que planos vocês tem para o future da banda dentro e for a do Japão?
Atsushi: Nós queremos tocar em novos e estranhos lugares. Talvez esse ano ou ano que vem lancemos um novo álbum.

Uma mensagem final para seus fãs?
Atsushi: Nós sempre precisamos de pessoas festivas em nossos shows, porque sempre esperamos sentir o melhor. Porque somos sedentos por festas! (risos) Portanto venham a nosso show!

Muito obrigado pela entrevista

JaME gostaria de agradecer ao Tokyo Ska Paradise Orchestra, seus staffs e a Avex Entertainment inc. pela oportunidade de entrevistar esta banda.
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