CLEVER SLEAZOID. C. GARBAGE. dead tree. O single vai do choque, ao estranho, ao impressionante, ao inovador e ao "cliché" Dir en grey. Se a primeira faixa é inconstante demais, é para se tornar interessante. Se as faixas ao vivo são "semi-cantadas", é para que possamos sentir o que é a banda ao vivo.
Essa introdução deixa claro o tom quase ofensivo do lançamento. A faixa principal, CLEVER SLEAZOID é, conforme disse a prórpria banda, uma música bastante violenta; quase como se fosse feita para se expressar, e não para agradar.
Em seu curso, há momentos em que a sonoridade se torna familiar, remetendo à alguns trabalhos feitos pelo Dir en grey em épocas há muito passadas. A característica principal da banda, porém, permanece: inovação. Ainda que lembre em certas partes outros trabalhos do Dir en grey e que, noutras, pareça-se com outros estilos, é inquestionável que é uma novidade. Houve, mais uma vez, uma mudança no estilo de composição. A música em si, além de sua violência sonora explícita, apresenta essa dualidade de partes cativantes e partes quase intimidadoras. O resultado final é chocante, mas positivo.
O que causou maior controvérsia neste lançamento foi as faixas seguintes, as gravações ao vivo. As três músicas dão a impressão de que foram propositalmente selecionadas para este single. Elas são tão cruas - e colocadas desta forma tão despeitosa que parece proposital - que se tornam praticamente ofensivas. Atentam contra a visão que nós temos do que é bom, coerente e adequado. Elas não são boas, nem coerentes, mas são, sim, estrategicamente adequadas. Fazem "cair a ficha" de muitas pessoas; age como mais um divisor de águas, anunciando mais um rumo para o som da banda.
Instrumentalmente, entretanto, estas faixas são imperdíveis. É possível captar a poder sonoro do Dir en grey e ainda contar com partes rearranjadas ao vivo, principalmente na linha das guitarras. Quanto à dualidade de opiniões sobre o vocal, isto é questão, talvez, de ponto de vista. Os deslizes, a força e a exaustão da voz e Kyo impressionam para o bem ou para o mal. A humanidade do vocal fere enquanto cativa o ouvinte.
