Entrevista Exclusivo

Entrevista com a ASH DA HERO

22/05/2025 2025-05-22 02:00:00 JaME Autor: LuCioLe Tradução: Kiyoko, Philkun, Nana

Entrevista com a ASH DA HERO

A banda de rock ASH DA HERO recebeu o JaME em Tóquio para uma entrevista exclusiva sobre seu álbum conceitual "New Chapter" e sua turnê mundial.


© Philkun

Em entrevista exclusiva em Tóquio, a banda de rock ASH DA HERO compartilha os desafios e conquistas de sua nova fase sem guitarrista, o processo criativo por trás do álbum New Chapter e sua ambição de conquistar o mundo com um som híbrido e inovador. Com influências que vão de Daft Punk ao punk melódico, eles falam sobre internacionalização, cultura francesa, parcerias com animes e o sonho de unir Japão e mundo através da música.


Antes de tudo, poderiam se apresentar um a um?

ASH: Olá, meu nome é ASH (dito em francês), sou o vocalista. Obrigado por nos receberem hoje.

WANI: Sou o WANI, o baterista. Prazer em conhecê-los.

Sato: Oi, sou o Sato, o baixista (dito em inglês), é um prazer estar aqui!

Dhalsim: Eu sou o DJ, Dhalsim. Feliz por estar com vocês.

Nos últimos dois anos, a ASH DA HERO vem ganhando popularidade. Vocês tiveram muitas oportunidades, incluindo shows em países como Estados Unidos, Coreia do Sul, Argentina, Hong Kong e Taiwan. Também tocaram em diversos festivais pelo Japão. No entanto, durante essa ascensão, tiveram que lidar com a saída do guitarrista da banda. O que passou pela cabeça de vocês ao decidirem continuar?

ASH: Foi um momento difícil e desafiador. A princípio, pensamos em procurar um novo guitarrista. No entanto, já tínhamos uma turnê internacional agendada, e simplesmente não havia tempo para integrar um novo membro. O único modo de seguir em frente era continuar com os integrantes restantes. Então, tomamos a decisão de seguir como um quarteto.

Como o processo criativo de vocês evoluiu após essa mudança?

ASH: Nossa maneira de compor mudou completamente. Sem a guitarra, que normalmente é um instrumento central no rock, tivemos que repensar tudo. Foi aí que surgiu onosso novo tema: “rock sem guitarra”. Por exemplo, focamos bastante em transformar o som do baixo – ajustando, atualizando – para que ele pudesse assumir funções melódicas ou harmônicas que antes eram da guitarra. Bandas de rock sem guitarras são raras, mesmo no cenário mundial. Nos inspiramos em grupos como o Royal Blood ou Nova Twins, do Reino Unido. Mas o nosso diferencial é ter um DJ na banda, o que adiciona uma camada totalmente nova e cria algo realmente original.

Quais desafios e oportunidades essa nova formação trouxe?

Sato: Para mim, a mudança foi enorme. O meu baixo teve que evoluir. Mudei todo o meu equipamento – de amplificadores a pedais de efeito. Inclusive, deixei de tocar com os dedos, como costumava preferir, e passei a usar palheta, para dar mais presença. Desde a saída do guitarrista, meu modo de tocar e construir os ritmos se transformou completamente. Foi um trabalho intenso, mas também muito empolgante. Fui forçado a me reinventar como músico.

WANI: Como baterista, tocar como um quarteto tornou a conexão e a sincronia entre o baixo e a bateria ainda mais vitais. Com um músico a menos, o nosso som ficou mais aberto, e cada instrumento passou a se destacar mais. A precisão rítmica e a união entre o baixo e a bateria se tornaram essenciais. Hoje, isso é um elemento central na nossa música. Outro caminho interessante que exploramos foi o aprofundamento da interação entre a bateria e os vocais do ASH, criando novas texturas e dinâmicas únicas.

Dhalsim: Meu papel está muito voltado à criação de sons e ambientações no computador para os nossos shows. O maior desafio foi reproduzir ao vivo a energia das faixas que foram concebidas inicialmente sem guitarra. Como transmitir ao público a força e o estilo das gravações de estúdio no palco? Foi necessário muito trabalho e parceria com os outros membros, especialmente com o ASH. Levou tempo para conseguir recriar essas novas composições de modo fiel e impactante ao vivo, mas foi um passo crucial para dar vida ao nosso novo som no palco.


Vocês decidiram começar um novo capítulo – um recomeço para a banda. Podem nos contar mais sobre o que essa “nova ASH DA HERO” representa?

ASH: Este novo capítulo (uma referência ao álbum New Chapter) representa várias coisas. Primeiro, o nosso som atual: esse rock sem guitarra, que é algo bastante único, marca uma nova era para a ASH DA HERO. Mas, além disso, simboliza nossa ambição de alcançar um público internacional mais amplo. Não queremos mais nos limitar ao Japão – queremos nos conectar com fãs na França, na Europa e em todo o mundo. Nosso objetivo é que a nossa música e o nosso som se conectem diretamente com as pessoas, mesmo que elas não entendam as letras em japonês. Queremos que o público nos ouça e diga: “Uau, isso é muito legal!”, independentemente da língua. Esse é o coração do nosso New Chapter.

O novo álbum de vocês, New Chapter, foi lançado no início de fevereiro. Podem nos falar sobre o processo criativo por trás dele e os principais temas que exploram?

ASH: Este álbum está intimamente ligado à nossa história mais recente. Passamos de cinco integrantes, incluindo um guitarrista, para quatro. A princípio, consideramos fazer um álbum inteiramente com a nova formação de quatro membros. Mas, no fim, sentimos que era mais importante e mais honesto compartilhar a nossa jornada com os fãs e ouvintes. Por isso, o álbum é estruturado como uma história: as três primeiras faixas ainda refletem o som de quando o guitarrista estava conosco. A partir da quarta faixa, começa de fato o New Chapter. O álbum, como um todo, conta a história dessa transição e da nossa evolução como banda.

A música de vocês mistura rock, punk, hip-hop e outros gêneros. Cada faixa do novo álbum parece explorar um estilo diferente. Como decidiram quais gêneros incluir? Houve influências musicais para este lançamento?

ASH: Curiosamente, não ter uma guitarra nos deu mais liberdade para explorar diferentes gêneros. Fazer um hard rock ou metal puro é mais difícil sem uma guitarra, mas conseguimos integrar mais facilmente elementos de eletrônico, hip-hop ou funk. Em termos de influências, Daft Punk e a música francesa, de forma geral, me inspiram muito, especialmente na abordagem artística e sonora. Human After All é uma grande referência para mim.

Dhalsim: Eu me inspirei bastante no hip-hop do começo dos anos 2000. Quis incluir elementos de scratching que apoiassem a dinâmica das músicas, e me inspirei em DJs franceses como DJ Netik e DJ Fly.

WANI: Minhas raízes estão no punk rock melódico, com influências de bandas de língua inglesa como Blink-182, Green Day e Lostprophets.

Parece que vocês realmente apreciam a cultura francesa!

ASH: Com certeza! A França tem muitos artistas interessantes. Amo o Daft Punk, mas também o Gojira. Fora da música, muitos dos animes com os quais crescemos foram inspirados na cultura francesa, como "A Rosa de Versalhes".

Como surgiu esse interesse?

ASH: Me interessei pela França por causa do futebol! Acompanho o Paris Saint-Germain e admiro a diversidade dos times franceses.

Os singles recentes, Wrangler Beat, VANDALISM, Break Free e BOTANICAL DANCE CLUB, foram muito bem recebidos. Como foi essa experiência?

ASH: É extremamente gratificante, e estamos muito felizes! A nossa maior recompensa é receber mensagens de fãs de vários países dizendo que sentem a energia da música mesmo sem entender a letra. Isso prova que a música realmente pode transcender a linguagem.

As novas músicas abordam temas como libertação pessoal, empoderamento, rebelião contra os padrões, afirmação da identidade por meio da música, quebra de barreiras sociais e rejeição da superficialidade. Podem falar mais sobre isso?

ASH: Com certeza, esses temas estão no centro do que queremos expressar. O rock sempre foi uma forma de libertação para nós. Seja em um festival de rock ou em um evento de anime, as pessoas se expressam, se vestem do jeito que querem, se soltam... É uma energia que você normalmente não vê no dia a dia, como num escritório, onde as pessoas muitas vezes precisam se conter. Nossa música é feita para canalizar essa energia, para ajudar as pessoas a liberar suas frustrações e ansiedades diárias. O rock te incentiva a ser você mesmo, a se rebelar contra os padrões e a superficialidade, e a encontrar o seu próprio caminho.

Burappa fala sobre se soltar e festejar, carregado por uma energia frenética e eufórica. Vocês diriam que essa música reflete a nova mentalidade da banda?

ASH: Obrigado por captar essa vibe! Talvez sim, mas não foi algo intencional. Originalmente, só queríamos adicionar uma faixa divertida e cativante ao álbum – uma “música de festa” que fizesse o público dançar nos shows. Para isso, misturamos um som inspirado no grupo de hip-hop americano George Club com o rock. Essa combinação híbrida deu origem a essa faixa dançante.

O título BOTANICAL DANCE CLUB é intrigante. É uma faixa explosiva que expressa rebeldia contra a superficialidade. Por que escolheram esse título?

ASH: (Sorrindo) Sim, o título é propositalmente meio estranho! A ideia veio, em parte, do uso do katakana aqui no Japão – o nosso sistema de escrita para palavras estrangeiras. A gente vê muito a palavra “botanical” em coisas como frascos de xampu. Para nós, japoneses, é uma palavra familiar, mesmo sendo originalmente do inglês. Ao combinar “Botanical”, “Dance” e “Club” – três palavras que não se conectam logicamente – criamos algo inesperado e curioso, especialmente para quem não fala japonês. Esse era o objetivo: provocar curiosidade e fazer as pessoas se perguntarem, “O que é isso, afinal?”. Musicalmente, ela também é única, porque o refrão não é conduzido pelos meus vocais, mas pelos instrumentos. Eu grito “BOTANICAL DANCE CLUB!”, mas o verdadeiro impacto vem do ritmo por trás.


Se cada um de vocês tivesse que resumir o novo álbum em apenas uma frase, qual seria?

WANI: Novo capítulo! (risos)

Sato: Uma grande e empolgante virada que nos ajudou a revelar quem realmente somos.

Dhalsim: Um gênero híbrido único no mundo!

ASH: Um álbum que busca escrever um novo capítulo na história da música global.

Vocês seguem com força total e novos shows anunciados. Um deles faz parte da turnê de INORAN, guitarrista da LUNA SEA e ainda estão cercados de mentores renomados, como o HYDE. Que tipo de apoio ou conselhos eles deram a vocês?

ASH: Somos imensamente gratos por ter o apoio de figuras tão icônicas. Estamos no mesmo selo que o HYDE, então é fácil manter contato. Ele é um verdadeiro astro do rock japonês, uma lenda. Mas quando estamos juntos, ele não age como um professor. É mais como alguém da família: super acessível e gentil. Ele compartilhou muitas experiências conosco, especialmente sobre turnês internacionais, o que é extremamente valioso e inspirador. É um grande privilégio aprender com alguém que tem uma carreira como a dele.

Depois da colaboração de sucesso com o anime "Blue Lock", vocês pensam em futuros projetos com outros animes ou mídias? Existe alguma série dos sonhos para a qual gostariam de compor uma música?

WANI: Com certeza! Eu adoraria fazer algo com "Dandadan", "One Punch Man" ou "Mashle"! Essa mistura de ação com humor combina muito com a gente.

Sato: Para mim, seria "Gachiakuta"!

Dhalsim: Continuar no mundo dos animes seria incrível, mas também gostaria muito de fazer música para um drama ou um programa esportivo, tipo de beisebol!

ASH: Se "Blue Lock" tiver uma continuação, ficaríamos empolgadíssimos em continuar envolvidos, ainda mais agora que a história tem um time inspirado no Paris Saint-Germain! E por que não fazer uma música para um filme francês lançado no Japão?


Você gosta de filmes franceses?

ASH: Muito! Eu adoro a estética, as cores, o clima do cinema francês – é estiloso e único em comparação com o de outros países. Principalmente os filmes de ação.

Como as experiências internacionais recentes que vocês tiveram influenciaram sua visão sobre a cena musical global e seus objetivos futuros?

ASH: Isso me fez querer aprender línguas estrangeiras – usar mais palavras em inglês, por exemplo, para alcançar um público mais amplo. Eu adoraria até escrever uma música em francês antes de me apresentar na França. Ao mesmo tempo, quero que a gente crie músicas que façam o japonês soar legal também.

Após o show de 1º de fevereiro, vocês anunciaram uma turnê mundial e um novo álbum. Podem nos contar mais sobre isso?

ASH: Sim, o álbum está previsto para setembro! Estamos no meio do processo criativo agora. Vai ser um grande lançamento – com faixas do New Chapter e muitas músicas novas também. Também esperamos parcerias com artistas japoneses e internacionais no futuro. Esse álbum vai funcionar meio que como nosso cartão de visitas para facilitar essas colaborações.

Onde vocês se veem em cinco anos? Ainda há sonhos que querem realizar?

ASH: Isso é praticamente amanhã! (risos) É difícil dizer com certeza, porque tudo muda muito rápido.

WANI: Quero que a gente continue fazendo shows fora do Japão. E, aqui no país, um dos nossos grandes objetivos é tocar no lendário Nippon Budokan.

Sato: Só consigo enxergar o presente. (risos) Planejar com antecedência é complicado. O mais importante é continuarmos nos divertindo tocando juntos.

Dhalsim: Quero fazer turnês pelo mundo inteiro, até em países que ainda não visitamos. E também voltar para fazer shows próprios nos lugares onde já nos apresentamos em eventos.

ASH: Em 2030, os Jogos Olímpicos de Inverno serão na França. Seria incrível fazer algo relacionado a esse evento, como compor uma música de apoio para os atletas japoneses ou organizar uma turnê europeia que aconteça ao mesmo tempo em que os Jogos. Queremos ser essa ponte entre o Japão e a França.

Têm alguma mensagem final para nossos leitores?

ASH DA HERO: Um enorme obrigado por esta entrevista e a todos os nossos ouvintes, onde quer que estejam no mundo! Somos profundamente gratos pelo interesse de vocês. Esperamos de coração que nossa música ajude vocês a nos conhecerem melhor e, através de nós,  a descobrirem mais sobre a cultura japonesa, que temos muito orgulho de compartilhar com o mundo. Nosso maior desejo é tocar nos seus países o quanto antes. Mal podemos esperar para viver esses momentos intensos com vocês e explorar suas culturas! Nosso objetivo é claro: queremos fazer o mundo inteiro tremer! Nós somos a ASH DA HERO, e contamos com o apoio de vocês para seguir nessa jornada incrível! Muito obrigado!

O JaME agradece aos integrantes da ASH DA HERO pelo tempo dedicado a esta entrevista, à VAMPROSE, Bandai Namco, bem como ao Philkun pela ajuda com a tradução e fotografia.


Lembrem-se! A ASH DA HERO está confirmada no Anime Friends 2025 em São Paulo. A banda se apresenta no dia 4 de julho no palco AF Festival. Os ingressos estão disponíveis aqui.

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