Entrevista com HYDE no Japan 2019 presents Japan Night

Antes de sua performance no PlayStation Theater em Nova York, HYDE tirou um momento para sentar-se com o JaME e falar sobre seu novo álbum, ANTI, seus planos para o lançamento físico e suas futuras turnês. Chegando ao camarim vestido com calças pretas casuais, um moletom com capuz e uma camiseta larga monocromática, estilo gótica, ele relaxou em uma grande poltrona de couro enquanto todos se cumprimentavam. Confortável, HYDE ajustou sua máscara e tirou seu casaco, preparando-se para a conversa.

Parabéns pelo lançamento do seu novo álbum! Qual é o conceito/mensagem de ANTI?

HYDE: Hmm, conceito... sim, bem, ele é uma extensão do que eu tenho feito com o VAMPS. E com o alto nível de liberdade criativa, eu tenho feito músicas com produtores americanos. Eu almejava fazer canções que os americanos gostariam, mas ainda dando à ela uma essência japonesa. Eu diria que tem sido um sucesso.

Por favor, nos explique o significado das imagens utilizadas no vídeo de FAKE DIVINE. Qual é a história que está sendo contada e como ela se relaciona com a letra?

HYDE: Oh... eu acho que não existe uma relação entre o vídeo e a letra (risos). Aquele vídeo foi feito para o Halloween e mostra uma versão underground da festa do chá de “Alice no País das Maravilhas”. A letra não tem nada a ver com isso. Ela, em si, expressa uma desconfiança em Deus, eu acho.

AFTER LIGHT é uma música pesada e agressiva. Como vocês conseguiram entrar no clima para criar uma canção assim?

HYDE: Isso foi... Nós dissemos que queríamos fazer uma música que deixasse todo mundo louco no próximo show. O guitarrista Pablo achou que esse era o tipo de canção que eu gostaria de fazer, então ele foi e fez o arranjo com um produtor americano. Ela ficou ótima.

Quais os destaques de MAD QUALIA? Tem alguma parte da música que você gostaria que os ouvintes prestassem atenção?

HYDE: Essa música foi feita para o jogo “Devil May Cry”. Me pediram para fazê-la, e eu amo muito esse jogo. Houve grande... hmm... sinergia, e eu queria fazer uma canção que deixasse as pessoas ansiosas pelo jogo ao ouvi-la. Eu optei por um rock pesado bem no estilo “Devil May Cry”.

A que se refere as frases “hundred demons” (centenas de demônios) e “the critic of the day” (a crítica do dia) cantadas em OUT? Qual a inspiração por trás da letra dessa música?

HYDE: Hmm, qual foi... Que tipo de música ela era... (risos) Hmm, sim... Essencialmente, essa música é sobre não ter medo de se destacar. Por exemplo, quando estamos fazendo o nosso trabalho, normalmente nos destacamos, e com certa frequência as pessoas falam mal de nós, isso pode ser muito intenso. Mas não deixe isso te incomodar, porque se você se deixar diminuir, não conseguirá fazer nada. Não deixe isso te incomodar e siga em frente. Esse é o tipo de significado que eu queria para “demônios”; é uma metáfora.

Por favor, descreva a sua experiência em trabalhar com YOSHIKI em ZIPANG. Vocês fizeram muitas reuniões? Quais foram os seus papeis no processo criativo?

HYDE: Bem, eu achei que YOSHIKI poderia tocar para nós a parte do piano. Ele é um cara muito ocupado, então pensei que ele diria não. Planejei pedir quando ele estivesse de bom humor; “Tem alguma chance de você tocar isso?” eu perguntei alguns meses antes do prazo. Ele parecia estar bem-humorado, porque respondeu que sim, gentilmente. Ele deixou para o último minuto, como eu esperava. Eu achei que poderia não acontecer, mas YOSHIKI fez um pouco antes do prazo. Na verdade, nós só trocamos e-mails, mas ele criou uma música muito agradável, um solo de piano para nós.

Teve algum caso específico de violência com armas de fogo que te levou a criar SET IN STONE? O que você queria expressar com essa música?

HYDE: Quantos anos faz desde que eu vim à América? Bem, não faz tantos anos, e ainda sim, já aconteceram inúmeros casos. E... mesmo achando que é uma coisa chocante de acontecer, por que não fazem nada quanto a isso? De uma perspectiva japonesa isso não faz sentido. Nós não temos armas de fogo no Japão, sabe? Isso é muito desconcertante para um japonês... então, é por isso... eu achei que seria interessante escrever, como um japonês.

Por que você escolheu fazer um cover de ORDINARY WORLD do Duran Duran? Como você decidiu a direção musical que queria para esse cover?

HYDE: Então, a decisão de tornar uma balada em uma música de rock pesado veio da equipe. Eu estava tentando pensar em boas baladas, e essa música veio à mente. A ideia de criar um arranjo pesado me deu boas vibrações; eu pude imaginá-la imediatamente. Então eu dei uma chance, e ela veio melhor do que eu esperava. É uma música muito divertida de tocar nos shows.

O que você fara a seguir?

HYDE: Após isso, hmm... Bem, após esta turnê com o In this moment, eu voltarei para o Japão, lançarei o álbum (físico) lá, farei uma turnê japonesa e estou pensando em voltar à América em setembro.

Obrigado pelo seu tempo! Para concluir a entrevista, por favor, deixe uma mensagem para os leitores do JaME.

HYDE: Eu estive trabalhando neste álbum, ANTI, por um longo tempo, e ele é basicamente cheio de músicas que fazem as pessoas irem aos shows, então fará com que as pessoas fiquem entusiasmadas. Espero que vocês escutem, mesmo que só um pouco. Se você não tiver dinheiro para comprá-lo, você pode conferi-lo no YouTube ou em outro site de vídeo. Se você puder ouvi-lo, mesmo que um pouco, eu acho que você vai sentir o encanto do álbum. Então, se você tiver uma chance, dê uma escutada, e espero que venha aos meus shows.

O JaME gostaria de agradecer a HYDE e à UNIVERSAL MUSIC JAPAN pela oportunidade da entrevista.