Cobertura

DIR EN GREY no Astra Kulturhaus, em Berlim

15/11/2015 2015-11-15 00:01:00 JaME Autor: Amber Tradução: allisapp, Jéssica

DIR EN GREY no Astra Kulturhaus, em Berlim

O DIR EN GREY realizou um retorno espetacular à Berlim, onde a banda fez o seu primeiro show na Europa dez anos atrás.


© Agata 'andi' Paz
Formada em 1997, DIR EN GREY é uma banda que não precisa ser apresentada aos ouvintes de música japonesa. Essa banda imensamente popular, que está continuadamente escapando das algemas dos gêneros, lançou seu mais novo álbum ARCHE no fim do ano passado e também uma coletânea de PVs intitulada Average Sorrow em abril deste ano. Ao fim de maio, o DIR EN GREY viajou a Europa em sua turnê THE UNSTOPPABLE LIFE. Um dos momentos mais festivos foi o retorno à Berlim, já que faz dez anos desde sua primeira chegada à cidade e também à Europa.

O número de pessoas presentes por pouco não alcançou a capacidade máxima do Astra Kulturhaus, mas era definitivamente próximo de 1.500 quando a banda de abertura estava prestes a começar seu show. Rise of the Northstar, da França, teve problemas em manter a plateia satisfeita antes de uma banda tão amado quanto o DIR EN GREY. Porém, eles não pareceram intimidados – claramente eles decidiram botar a audiência pra quebrar, mesmo que fosse à força. A banda tinha os seus próprios fãs e seguidores na plateia também, e eles se certificaram de dar início a uma roda punk durante o set. A banda de abertura e o DIR EN GREY possuem aspectos em comum, como a influência japonesa bastante clara e a maneira de construir uma mistura única de gêneros: desde o punk até o metal e o rap, por exemplo.

Para a maior parte da plateia, o tempo de espera entre as apresentações das bandas pareceu uma eternidade. A primeira aparição da plataforma de Kyo no palco fez todos berrarem felizes e o grito rítmico de "DIR EN GREY" foi mais alto que a música de fundo. Plugues de ouvido foram necessário quando a introdução começou e os membros começaram a entrar no palco, um após o outro. Em particular, Toshiya, o baixista de saia, e Die, o guitarrista encapuzado, fizeram a plateia gritar e assobiar com seus gestos revigorantes. Enquanto Shinya possuía uma aparência etérea com uma camiseta branca e simples, a entrada do guitarrista de olhos de panda Kaoru foi como a calmaria antes da tempestade. Kyo transbordava uma profunda obscuridade desde o primeiro momento. Era quase possível ver uma nuvem pesada acima de sua cabeça e as lentes de contato branca não ajudaram a suavizar sua aparência.

O DIR EN GREY tentou se livrar do rótulo visual kei anteriormente, porém nos anos mais recentes a aparência incomum e os aspectos visuais de suas performances ao vivo começaram a voltar. Foi revigorante ver a maquiagem em seus rostos, bem como as roupas, que eram bem mais chamativas do que a alguns anos atrás.

Porém, o show com certeza não foi uma viagem nostálgica aos tempos de visual kei da banda, já que a setlist de 17 canções somente incluiu três canções que não estão em ARCHE: Fukai, -saku- e Hageshisa to, kono mune no naka de karamitsuita shakunetsu no yami. Além disso, a automutilação de Kyo, que costumava fazer parte da rotina dos shows do passado, não está mais presente. As faixas foram visualizadas com vídeos de fundo, dos quais o mais memorável foi a de Kukoku no kyouon, onde maravilhosas lanternas de papel flutuaram em torno da parede.

Apesar da voz de Kyo ter tido altos e baixos por anos, e ter passado por problemas pelo menos uma vez durante a turnê japonesa, nenhuma dificuldade se fez presente em Berlim, apesar do cantor parecer ter tossido ao fim do set. Na realidade, uma das melhores partes do show foi ouvir a voz de Kyo quando ele cantava de modo puro, usando a parte mais forte de seu leque vocálico. Ele é certamente um dos melhores quando se trata de dominar diversas técnicas vocalização – por exemplo, em seu projeto paralelo sukekiyo, ele tem focado em falsetes. Foi possível sentir-se impressionado com o quão bonita e irrestrita a voz de Kyo ressoava quando ele cantava de um modo mais natural e baixo.

A comunicação entre a banda e a plateia foi especialmente agradável. Como os fãs devem saber, essa banda não faz muitos discursos durante seus shows sem razão. Não era nem mesmo necessário, visto que as linguagens universais da música e da linguagem corporal eram mais do que suficientes. A plateia expressava seu amor à banda com gritos altos, palmas rítmicas e cantando, de modo feliz, durante a última canção. Um dos seguranças em frente ao palco ofereceu um lencinho a alguém na primeira fileira que havia ficado emocionado e chorado. Toshiya brindou com sua garrafa e até mesmo Kyo, com seu rosto maioritariamente inexpressivo, cedeu e tocou no próprio peito, onde o coração fica. O entusiasmo da plateia era quase tangível durante os gritos por encore, que começaram assim que a banda deixou o palco. Após o encore, os membros ficaram mais um tempo no palco para jogar suas garrafas de água, baquetas e palhetas para a plateia e principalmente Die não parecia querer deixar o palco.

No geral, o show deixou os fãs se sentindo satisfeitos e famintos de um modo positivo. As canções deste álbum mais recente se desdobram de modo diferente e com uma perspectiva completamente nova quando ouvidas ao vivo. Certamente muitas pessoas que estavam na plateia esperando ansiosamente pela próxima turnê europeia do DIR EN GREY.

Observação: as fotografias usadas para ilustrar este live report foram tiradas durante um show na Polônia.
ANúNCIO

Galeria

Artistas relacionados

ANúNCIO