Resenha

ONE OK ROCK - The Beginning

28/10/2012 2012-10-28 00:01:00 JaME Autor: Teresa Tradução: LauTakashi

ONE OK ROCK - The Beginning

Uma marca bem entalhada e polida para a nova era.


© ONE OK ROCK
Single CD

The Beginning

ONE OK ROCK

Com shows colados e esgotados no Yokohama Arena no início deste ano, o bem recebido começo da Start Walking the World Tour em toda Ásia, e especialmente com seu mais recente single, The Beginning, selecionada como música-tema do último live-action para o cinema que é uma adaptação da série de manga popular de Nobuhiko Watsuki, “Rurouni Kenshin” (Samurai X, no Brasil); o sucesso do ONE OK ROCK, assim como sua base de fãs nacionais e internacionais, só pode continuar a crescer.

Lançado em 22 de agosto, The Beginning é o sétimo single da banda e já vendeu mais de 71.000 cópias, ficando na quinta posição no ranking de singles da Oricon. Isso incentivou a banda a sair em uma turnê de mesmo nome, cujos shows se esgotaram rapidamente. A faixa-título cativante flui bem com suas duas B-sides que a acompanham, e as faixas exalam um ar mais maduro, se não, um som mais agridoce.

Como single, The Beginning é uma adição interessante ao repertório do ONE OK ROCK. Mesmo que ele não seja tão forte ou agressivo como Liar ou NO SCARED, e nem tão suave e lenta como qualquer baladinha da banda, aquela música mostra um espírito de luta também um pouco melancólico. Além disso, apesar de muito simples em sua estrutura, a música é polvilhada com algumas guloseimas em sua composição. Desde o começo, a voz de Taka desacompanhada e rouca atrai o ouvinte. Embora enfadonho no início, tão logo a guitarra de Toru estável - ainda que estacionária - entra com um dedilhado em uma repetição curta, quase ecoando; com arpejos ascendentes no piano, todos os sinais de hesitação eventualmente desaparecem para revelar uma voz cheia de esperança e convicção. Essa energia continua nos interlúdios, em que Tomoya soca a bateria, Ryota vai de notas baixas a um baixo animado, e Toru faz seus riffs de guitarra vai-e-vem, momentaneamente avançando antes de cair nos versos. Batidas arrítmicas com uma rede de quedas no primeiro verso e algo como faíscas elétricas no segundo verso fazem um paralelo bem legal com a letra. A guitarra eleva as coisas no pré-refrão, com acordes escorregadios com grande confiança e uma curva que aparentemente ajuda a catapultar a voz de Taka a outro nível. Em uma oitava mais alta do que na introdução, os vocais escapam no refrão com uma intensidade impressionante e a música vai subindo a acordes mais pesados e uma batida dinâmica. Depois dessa ponte dinâmica, a canção faz sua explosão final, então de repente diminui a uma versão simplificada de si mesma, com a voz de Taka resolvendo tudo isso com uma certeza determinante.

Semelhante a The Beginning, os arranjos instrumentais de Ketsuraku Automation seguem sua letra de perto – mas o clima é totalmente diferente. Quer seja nas letras comoventes, angustiantes, no arranjo complexo e sofisticado, ou ambos; esse single leva o ouvinte para um passeio ao inferno. Uma melodia de duas cordas abre a música e fazem uma sombria, embora sincera, introdução, indo para baixo e para cima de tal forma que expressa tanto à curiosidade quanto o medo. Então, uma zona de penumbra emerge com uma aparência assustadora da dedilhada reverberante de uma guitarra enquanto outra está em uma tentativa de um ricocheteante arpejo. Ao longo dos versos, as mudanças dolorosas na voz de Taka, de agressivo para frustrado interrogativo, leva o humor a um estado de angústia. Todo o tempo, a melodia oscilante da guitarra assume um tom mais pesado, mais cheio, enquanto o baixo oferece jabs rápidos ao lado da bateria, da qual as batidas ficam cada vez mais frenéticas. Essa tensão atinge o seu pico no pré-refrão, onde diferentes camadas da melodia puxam e se enrolam em direções opostas. Quando o refrão rola em sua natureza mais moderada, sua natureza mais escura é um pouco anticlímax – mas é bem-vinda. Acordes poderosos e um ritmo constante proporcionam um alívio ao caos anterior, e sente-se a voz angustiada de Taka mais iluminada. A ponte também estabelece algum espaço para respirar, mas o ar ainda está pesado; somente quando o solo de guitarra de Toru rompe desafiadoramente, a atmosfera começa a se aliviar. No entanto, a incerteza sentida na introdução retorna rapidamente com o reaparecimento das cordas. Mesmo com um toque breve e sutil de esperança, esse elemento continua no último refrão uma oitava acima, fazendo com que o final seja um tanto libertador e ameaçadoramente esmagador.

Ao contrário das primeiras músicas, o arranjo da música final, Notes’n’Words, é mais baixo e deixa a performance vocal e a letra brilharem. Com apenas um violão balançante e terno, um quase triste vocal deixa a canção bastante íntima, como se fosse uma experiência sob o céu de uma noite de verão. Além disso, um baixo delicado e uma bateria suave e cordas como brisa trazem à mente um campo vasto, de tirar o fôlego. Como a primeira balada originalmente em inglês, a melhora na composição de letras em inglês e na pronúncia de Taka são evidentes, de tal forma que um novo ouvinte pode pensar que Taka é um inglês nativo.

Sólida e refinada,The Beginning dá aos novos fãs um sabor de diferentes estilos da banda e de sons que deixa os fãs antigos ansiosos por mais. Com trabalhos de alto nível, aventuras em âmbito internacional e novas músicas já em seu horizonte, este é apenas o começo de um futuro ainda mais brilhante para ONE OK ROCK.
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