O grande idol group feminino AKB48 está ocupado conquistando os rankings japoneses desde 2005. Sua popularidade cresceu de forma global assim como em casa, e em reconhecimento a isso, seu documentário DOCUMENTARY of AKB48 to be continued foi legendado e lançado em 1º de dezembro para os fãs americanos. Alguns invejariam o maciço trabalho do time de produção em editar mais de 1000 horas de entrevistas, ensaios e cenas de shows em 120 minutos que mostra as atividades do grupo em 2010.
O documentário começa de forma útil com algumas informações gerais sobre o passado do grupo para aqueles que são pouco familiares. Formada pelo produtor Akimoto Yasushi, o grupo formado por 48 garotas se dividiu em três grupos de 16 como times A, K e B e mais 23 trainees que esperam nas asas. O AKB de seu nome vem de "Akihabara", um distrito de Tóquio conhecido por ser a Meca dos games hardcore e fãs de anime ou "otaku", e é lá que seu próprio teatro está localizado. Elas fazem shows lá em um regime diário, devido ao desejo de Akimoto de fazê-las "ídolos que podem ser encontrados". Cenas das integrantes encontrando os fãs e eventos para cumprimentar dando as mãos, bater as mãos com fãs nos shows e entregando luvas para aqueles tremendo em um local fora do teatro é ilustrativo disso. Essa ideia também prevalece na primeira cena, quando seis das garotas são filmadas curtindo sem reservas um almoço farto e conversando como garotas normais. Cenas similares acompanham as entrevistas de algumas das integrantes, com uma cedendo a seu anime ou mangá de hobby em uma loja de mercadorias, outra curtindo um snowboard, outra passeando por uma exótica livraria, e outras mais nessa linha. Isso talvez faça com que elas pareçam mais da Terra, mas elas parecem muito forçadas.
O documentário é obviamente todo sobre garotas, e por isso entrevistas com 14 delas foram incluídas. A maioria delas são as integrantes mais populares e estabelecidas como Maeda Atsuko e Takahashi Minami, apesar de as novatas também serem entrevistados. Elas falam sobre a vida em grupo e suas relações com os outros membros, mas também sobre seus hobbies e interesses, suas famílias e suas expectativas. Claro que o assunto da competição é bastante comum. Com muitos outros membros, não só os três grupos competem entre si pelo brilho dos holofotes, mas as garotas têm que competir dentro do mesmo grupo pela atenção da mídia e pela primeira posição nas perfomances e nas seções de fotos. Competição saudável parece ser encorajada ativamente, devido às votações gerais onde os fãs votam em sua favorita ou outros votam para decidir quem se apresenta no próximo single. Algumas integrantes parecem mais afetadas do que outras por esses eventos, como a integrante Watanabe Mayu em uma torrente de lágrimas por sua decepção ao ficar em 5º lugar de 48.
De fato, o choro se destaca pesadamente por todo o documentário. Isso é provocado pelas tristes partidas para aqueles que se graduam do grupo, tributos emocionantes em celebrações de aniversário no palco, a promoção de trainees para membros efetivos e muito, muito mais. Mesmo o coreógrafo, conhecido afetuosamente como "Riko-chan", se junta quando testemunha o grande esforço do Time A para superar os movimentos difíceis e escorregões, e isso, em contrapartida, leva a choradeira das outras.
O que é fascinante é ver como o grupo funciona logisticamente. O formato do enorme idol group é um conceito bem estranho fora do Japão, e ver como isso funciona se torna algo bem interessante de assistir. O grupo é mais como uma escola ou um grupo de teatro do que um grupo musical. Novos membros primeiro precisam provar a si mesmos como trainees e mesmo existente se graduam, seja por sua vontade própria ou por sugestão de Akimoto. Akimoto é o mestre e comandante do barco, e o que ele fala é lei. Algumas meninas foram gravadas dizendo como, apesar de elas não quererem deixar seus respectivos grupos ou se tornar líderes do grupo, Akimoto tem direito de levá-las a seus limites para que elas aprendam e cresçam. E parece ser o objetivo do formato, apesar do óbvio que é entreter os outros: as integrantes passam por isso para evoluir, melhorar e no fim das contas mover para coisas maiores ao final. AKB não é feito para ser o último objetivo de suas integrantes, e para um público estrangeiro isso deve ser um ideal estranho para um grupo pop.
A filmagem é interrompida inteiramente por declarações em tela preta de eventos major em 2010, como lançamentos e shows importantes. Com isso é claro ver quão bem sucedido o grupo realmente é, como no final de 2010 elas tinham um álbum número um, dois dos singles mais vendidos do ano e um prêmio de melhor música em seus bolsos.
Fãs do grupo ou aqueles que criaram interesse vão provavelmente curtir saber mais sobre certas integrantes e ver cenas de suas vidas no dia-a-dia assim como cenas de shows. Aqueles que não são fãs, não vão realmente achar isso interessante, apesar de uma olhada no trabalho de um mega idol group ser informativo para aqueles novos no conceito. Em 120 minutos, também parece muito longo, e parte do tempo poderia ter sido usado para explicar aos fãs estrangeiros sobre as votações gerais, rearranjo das formações dos times e outras coisas que eles talvez não sejam familiarizados. Algo que não falta, porém, são cenas das meninas comendo, o que é abundante por todo o material. Nessa época, é revigorante ver garotas jovens no ramo de entretenimento comendo entusiasmadas para variar.
O documentário está disponível em DVD exclusivamente por $ 19,99 (R$ 34,63) pela loja da NEW PEOPLE. Uma seleção de cenas online de 48 horas do documentário está disponível no Canal Online NEW PEOPLE por $ 4,99 (R$ 8,65).
